23/04/2024 - Tempo dos Blocos Solange Almeida - Solange Almeida

Solange Almeida

Aniversário: 02/01
Profissão: Advogada e empresária

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A SENHORA DEPUTADA SOLANGE ALMEIDA (sem revisão da oradora) - Bom dia a todos, Presidente Osmar em exercício, colegas deputados, imprensa local, meu muito bom dia. Eu venho hoje a essa Tribuna trazendo comigo alguns questionamentos, e o sentimento de injustiça diante de um caso que comoveu não só Santa Inês, mas todos os que tiveram conhecimento da história da Vitória, residente de Tufilândia. Essa jovem mobilizou as redes sociais ao relatar tudo que ela viveu no Hospital Municipal de Santa Inês, o Hospital Itamar Martins, ao dar entrada em trabalho de parto. Mas V. Ex.ªs podem me questionar: mas, deputada, foi no dia 09 de abril que ela deu entrada!? Exatamente, já se passaram 15 dias. E podem passar dias, meses, anos, nós iremos questionar aqui, até nós termos respostas sobre o que vem acontecendo naquele Hospital. No dia 09 de abril, essa jovem mãe, ela foi transferida do Hospital de Tufilândia para o Hospital de Santa Inês, com indícios de complicações no parto, no entanto, ao invés de receber um cuidado adequado, meu amigo Deputado Arnaldo Melo, a Vitória, V. Ex.ª que é um grande médico, além de ser um Parlamentar, a Vitória afirmou ter sido mandada de volta para casa sob a alegação de que não estava em trabalho de parto. Segundo ela, porque ela relatou isso em rede social, depois de muita insistência, ela conseguiu permanecer no hospital. Então, depois da entrada, sentindo muitas dores, somente na manhã do dia 11, Vitória foi levada para a sala de parto com a ajuda de enfermeiras, sem a presença da obstetra, que, segundo ela, estava ausente naquele momento. Lutando até o fim, ela deu à luz a seu filho Mateus Valentim, mas aí a tragédia já havia acontecido. Mateus veio ao mundo sem vida, no registro do óbito que eles colocaram, prematuridade e insuficiência cardíaca. a pergunta que ecoa em minha mente, meus colegas deputados, assim como na da mãe Vitória é, sabendo-se da prematuridade e da complexidade do parto, porque não foi realizada uma cesariana? Essa pergunta nós não temos a resposta, porque ela foi submetida a um parto natural, naquelas condições? Nós também não sabemos. É por isso que eu estou aqui, mas eu não estou aqui para apontar dedos ou para questionar a Medicina Eu vim aqui para alarmar sobre o que está acontecendo no Sistema de Saúde de Santa Inês, na saúde pública, pois são inúmeras as denúncias que venho recebendo. Casos que constam de negligência, visto que Santa Inês é referência para receber pacientes encaminhados de outros municípios, inclusive do meu, de Igarapé do Meio, cidade que sou Primeira-Dama. Então, lá são direcionados pelo Ministério Público em cumprimento, lá recebem 12 municípios em cumprimento à pactuação pelo PPI. Desta forma, não só Tufilândia, mas como falei, 12 municípios são direcionados à cidade de Santa Inês, que têm direito de encaminhar seus pacientes que é para Santa Inês. Então aqui, como mãe, como mulher, como parlamentar, eu trago hoje a voz de Vitória, porque ela me pediu que eu trouxesse a sua voz, que não deixasse a voz dela se calar. Foi isso que ela me falou. E de tantas outras mães também que já enfrentaram situações semelhantes. Eu peço uma investigação completa pelo Ministério Público, que não deixe esse caso impune, e pelos órgãos competentes. É hora de garantir que um dos casos, o de Vitória, como de tantas outras mães que foram aquele hospital, para nos unir, que foram aquele hospital para ser um lugar de cura e acolhimento e não tiveram esse anseio acolhido. Então aqui eu finalizo pedindo por Vitória, por Mateus, que veio ao mundo sem vida, e por todas as outras mães. E eu digo a vocês, meus amigos deputados, minha amiga Deputada Daniela, que, como mãe que somos, que haja justiça por Vitória e por Mateus Valentim. Meu muito obrigada.