09/12/2020 - Pequeno Expediente César Pires César Pires

César Henrique Santos Pires

Aniversário: 13/10
Profissão: Professor

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O SENHOR DEPUTADO CÉSAR PIRES (sem revisão do orador) – Que Deus abençoe todos nós. Presidente, em nome da ordem, eu queria pedir a V. Ex.ª que nós fizéssemos um minuto de silêncio pelo falecimento do senhor Antônio Inácio, pai do nosso Deputado Zé Inácio.

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO OTHELINO NETO – Peço que fiquemos todos em posição de respeito, atendendo à solicitação do Deputado César Pires. Com a palavra o Deputado César.

O SENHOR DEPUTADO CÉSAR PIRES (sem revisão do orador) – Que Deus Jesus Cristo atenue a dor e o sofrimento da família e dos amigos, que Deus continue a abençoar a todos nós. Presidente, na minha geração, da geração que eu estou vendo de Edivaldo, Zito, Cleide, Arnaldo, Helena, o mundo era com os filmeros, era contado como filme, não havia séries. E permita-me aqui falar sobre uma série. Eu tenho por costume acompanhar esse livro que eu tive a felicidade de ganhar: Conselho aos governantes. E aqui, Deputada Daniella Tema, tem uma carta de Marquês de Pombal ao Joaquim de Póvoas sobre o povo do Maranhão. Aqui ele diz algo que achei interessante para nós: “Quando todos pensam igual, é sinal de que ninguém está pensando”. Assim pensava o governo Flávio Dino, que todos pensavam igual, mas não foi bem assim. Eu contei aqui da resistência do Presidente Othelino, do Vice-presidente Glalbert Cutrim, do Senador Weverton Rocha e do Gil Cutrim, que vestiram a camisa da resistência do Prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que bravamente resistiu às tentações palacianas. Mas, senhores, não contei ainda algo a posteriori, desdobramento disso, o que mostra, sem sombra de dúvida, a derrocada e a fragilidade de Sua. Ex.ª o Senhor Governador Flávio Dino. Olha que eu vou ler uma passagem aqui para que vocês possam compreender: “...O povo que V. Ex.ª vai governar é obediente”, disse Marquês de Pombal ao seu sobrinho quando governador do Maranhão, do século XVIII. “...É obediente, é fiel ao rei, aos seus generais e ministros como esta circunstância, é certo que há de amar um general prudente, afável, modesto e civil”. Nada, nada desses três adjetivos vinculados a Sua Ex.ª, o Senhor Governador Flávio Dino, e ele prospera aqui: “...a justiça e a paz com que V. Ex.ª o governar, farão igualmente benquisto e respeitado, porque com uma ou de outra causa se sustenta a saúde pública. Engana-se quem entende com que o temor com que se faz obedecer...”; olha que coisa mais apropriada para o governador Flávio Dino; “...é mais conveniente do que benignidade com que se faz amar, pois a razão natural ensina que obediência forçada é violenta, e a voluntária é segura”. Disse Marquês de Pombal nesse texto aqui. Houve uma reunião no Palácio, talvez por essa resistência, e aqui o Yglésio levantou bem, que não queriam dar a essa Casa o direito discricionário de fazer suas escolhas e as suas opções por quem quisesse optar, mas eu quero aqui levantar a voz e dizer para V. Ex.ªs, bravamente, que tive conhecimento que o senador Weverton, que já não é o único porque também outro senador já se insurgiu contra o governador. O senador Weverton foi lá e meteu o dedo nele e disse assim: “Nós somos livres para fazer as nossas opções, Flávio, você tomou as opções suas de escolher o 10 e o que me resta, escolher outro.” Escolheu naquela época, na verdade, Eduardo Braide. O senador Weverton foi seguro e duro de igual modo também Neto Evangelista, que está ali, que disse ao acenar ao governador que ele prejudicou o levar ao segundo turno. De igual monta também o senhor Erlânio Xavier, lá nessa reunião, o senhor Juscelino Filho estavam presente nessa reunião. Não afrontaram o Governador, não. O Senhor Luciano Leitoa, primo do líder do governo aqui, estava na reunião. O Erlânio Xavier, Presidente da Famem, estava na reunião e disse um “não” ao Governador. E olha, esse governo de seis anos já começa a definhar, já começa a amargar o dissabor de poder ter contra ele as pessoas que já lhe ergueram as mãos. Eu, nos 50 anos, supostamente levantado, que ele disse pela família Sarney, eu nunca vi o Senador Edison Lobão, o Senador João Alberto, botar uma camisa e afrontar o governo, eu nunca vi, só afronta quem realmente merece ser afrontado, e foi essa luta no palácio. Que alguém desminta! O Senhor Neto Evangelista que está aqui diga que é mentira, que não culpou o Governador. V. Ex.ª foi um herói, teve coragem de dizer ao Governador que V. Ex.ª tinha o direito de fazer as suas opções e não o seguir. Pode até V. Ex.ª. como base vir aqui e tentar me desmentir, mas o tempo irá provar o contrário. O Juscelino Filho também foi duro, foi rígido com o Governador, ruiu as bases de sustentação do governo. De um lado, a Assembleia teve coragem de dizer não, senador, segundo já dos três, disse não ao Governador e algumas pessoas corajosas também disseram a ele. Foi uma reunião supostamente velada, mas que já está de domínio público. Tiveram a coragem de dizer não ao Governador. De dizerem assim: Governador, o senhor está equivocado. O senhor faz as suas opções, mas nós temos coragem de fazer as nossas. Foi assim com o Presidente da Assembleia, foi assim foi com o Prefeito municipal, foi assim com o Deputado Glalbert Cutrim, foi assim com o Deputado Gil Cutrim, Senador Weverton, Luciano Leitoa estava lá presente também, o Pedro Lucas é o sexto nome. Que digam que é mentira minha. Eu nunca vi nos supostos 50 anos de Governador, dois Senadores se insurgirem contra Roseana. Eu nunca vi! Eu nunca vi vestir camisa. Senhores, é aquilo, o Governador não afável, ele queria passar, e não por conta da pandemia, dois anos sem atender um Deputado. Tem Deputado aqui que nunca entrou na sala dele, mas vota tudo. Eu me recordo, em épocas passadas, que sempre tinha um preposto do governo sentado bem ali, perto do Edivaldo Holanda, para saber o comportamento de cada um e você que está me vendo se lembra disso. Eu não vejo mais agora, porque a facilitação com o que tem aqui dentro é grande demais, e o Neto teve muita coragem. “Governador, eu sou livre. O senhor mentiu para mim! O senhor me enganou!”, me disseram que ele disse. Pode ser que ele diga o contrário, não tem problema, mas eu digo para V. Ex.ª uma coisa: eu não subirei aqui para desmentir ninguém. Senhores, o Governador começou a sentir e amargar a dor da sua arrogância, da sua prepotência, da forma com que trata esta Casa de costa, com quem quer impor Emenda Impositiva, com quem não quer dar liberdade para os Deputados interagirem com suas bases. Para ele é muito bom, é o orgasmo político dele, o regozijo político dele é isto, rir daqui de todos nós, não de mim, que não me alinho a ele. Deputado Paulo Neto, que foi um enfrentamento duro, e a Deputada Daniella disseram de frente para ele: “Você não é o super-homem que você imagina. Você precisa ter prudência, você precisa ter tolerância”. Começou o definhamento, Deputado Leonardo Sá, e isso é bom. É porque ele não leu Conselhos aos governantes Conselhos aos governantes, e olha que eu estou citando Marquês de Pombal. Se eu citasse Maquiavel, que está aqui também, Sócrates, Platão? Ele não lê. A obediência forçada é efêmera. A conquista é mais demorada, mais longeva. Não há conquista no governo, há imposição do governo nessa Casa. Senhores, ou é do jeito que ele quer, ou não é, mas ele se ferrou dessa vez. Quando Edivaldo Holanda Júnior estava mal avaliado, ele virava as costas ao rapaz; quando estava bem avaliado, vem para mim, mas ele não foi. Só não deu um cotoco nele porque é educado, mas disse: “Não, eu sou livre! Eu não quero essa escolha. Eu não vou sacrificar”. O Othelino Neto disse: “Eu não posso vender a Casa, eu tenho compromisso”. Traiu o Neto e o Weverton. Agora eu pergunto: “Será que o Senador Roberto Rocha é que é realmente o culpado dessa cizânia? Ou conseguiu enxergar bem mais cedo do que o Senador Weverton Rocha? E até quando Eliziane Gama vai ficar submissa à égide do governo? Aos imperativos do governo? Até quando esta Casa vai se ajoelhar, se agachar também e dizer não? Não sei, senhores, mas é por isso que eu quero dizer a V. Ex.ª aqui que esses heróis para mim, podem ser malditos para ele, mas são heróis para mim, tiveram a coragem e a ousadia que está faltando para esta Casa de dizer também “não” a ele, talvez nem sequer de votar a LOA, que ele fique com um duodécimo para poder gerenciar, a partir de janeiro, enquanto não for votada a impositiva. Senhores, a sorte está lançada, o Presidente da Casa deu um exemplo, falta o nosso. Ou vamos viver sob a égide da taca, sob a bandeira do comunismo. Stalin fez assim. Hitler também gago, vegano, naquela época, não se falava em vegano, mas ele já era vegano, abstêmio, não bebia, mas trazia o sangue da maldada dentro da sua genética. Stalin foi do mesmo jeito. Mussolini foi do mesmo jeito. Vendia facilidade para matar também com a mesma facilidade. Leiam, gente, olhem a historiografia, olhem para trás, busquem uma compreensão. Não é preciso ser inteligente; basta ser observador. O Governador está massacrando todos nós. Eu pago o preço das minhas escolhas, mas que escolhas vocês tiveram? Talvez nenhuma, ou a escolha da obediência. A escolha de dizer sempre assim: “amém”. Olhem: a guerra foi lançada, mas foi velada, camuflada, colocado um véu para que não ressaltasse aos quatro cantos, mas eu estou fazendo. Houve a discussão, sim. Houve a pressão em cima do Deputado Othelino Neto, sim, do Prefeito, sim, e de muitos deputados, sim, também. E eles se recusaram. O Governador faz as escolhas dele e joga milho como se fossem aquelas pessoas que vêm para poder morrer na Sibéria, como aquele texto da parte da vida de Stalin, que eu tenho a biografia dele, depenava as galinhas para depois dar milho, vem morrer na Sibéria. E elas, mortas de frio, tinham que se agasalhar em alguém. E quando se agasalhavam em alguém, era para ser trucidado o seu pescoço. É a mesma forma do Flávio Dino com os políticos dele, que ele quer fazer. Mas apareceu alguém heróis para poder dizer “não, basta em relação a isso”. Olha, se alguém disser o contrário, eu me curvo, não vou questionar, porque eu digo uma coisa para V. Ex.ª, Deputado Presidente Othelino, no dia que V. Ex.ª, um leitor, seu pai, era um homem que eu respeitava, me mostra a história dos covardes, a biografia de um covarde, a história dos derrotados. Onde que tem a literatura da história dos derrotados, dos covardes? Não tem, não tem lexicografia, não tem biografia, não tem nada dos covardes. Até mesmo Judas quando botaram. Não era precisa Judas beijar Jesus, que todo mundo conhecia, era porque, naquela época, o marco da igreja já era grande e precisava. Não há história dos covardes. Não tem história dos covardes. Não tem biografia dos covardes. Eu nunca vi. Senhores, eu vou dizer uma coisa para vocês. O Governador precisa ajeitar os seus rumos com os políticos do Maranhão, ou, então, meu amigo, aquele projeto de vários anos e o ciúme, que ele não soube fazer o que Sarney fez, nunca vai chegar a um nível de aculturamento, de comportamento, de relações de um Sarney. Nunca, nunca. Dr. Sarney está muito longe, muito distante em termos culturais. Olhe, como é bonito ele me fazer essa autografia do livro. Olha, como é bonito e depois ..... sem tempo. O texto de Marquês de Pombal tem pertinente interesse para a história do Maranhão. E eu fui lê. E tem. Conselho aos governantes. O Flávio não escuta conselho de ninguém; é um déspota, não igual a napoleão. Porque napoleão era um déspota, mas ele educou todo mundo. Ele queria que todos tivessem nível de terceiro grau dentro da universidade, todos.

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO OTHELINO NETO – Deputado César, desculpe por interrompê-lo, mas V. Ex.ª precisa concluir.

O SENHOR DEPUTADO CÉSAR PIRES – V. Ex.ª. tem razão, Presidente. Sempre benevolente comigo. Eu tenho carinho por V. Ex.ª e meus aplausos por ter a coragem daquela camisa. V. Ex.ª nunca me deu uma igual, não é? Porque a sua era daquele jeito. A minha tem que ser “Liberte-se, Alema!”. Obrigado.

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