14/12/2020 - Pequeno Expediente Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

Discurso - download do áudio



O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Boa tarde a todos. Boa tarde a todas. Vim trazer algumas questões referentes a algumas instituições de ensino e a um fato que chamou muita atenção também desde o dia 03 de outubro de 2020, que parece que foi esquecido. Mas nós vamos começar agora falando da questão das escolas. Volto a essa tribuna para tratar dos abusos, dos absurdos, descalabros que algumas instituições de ensino têm cometido nessa arte de ganhar dinheiro em cima dos pais, que tem se resumido essa relação dos pais com as escolas ano após ano. Eu recebi uma denúncia da Escola Bom Pastor. Retomando aqui a tabela do Bom Pastor, entres as unidades Calhau e Cohatrac. O que acontece? O mesmo material do sistema de ensino Ari de Sá está sendo vendido 300 reais mais caro na unidade do Calhau. Uma diferença de mais de 20%. E aí você vê que o Código de Defesa do Consumidor é rasgado todos os dias, e os seus pedacinhos são rasgados de novo, jogados nas caras dos pais e das mães, que lutam o tempo todo para colocar filho em escola particular, porque a gente sabe que a escola pública ainda tem um caminho a percorrer, para ganhar a confiança, de fato, da sociedade na qualidade de ensino. Tendo a diferença de 300 reais, pode parecer pouco, mas, quando soma com o fardamento, quando soma com todos os outros livros, quando soma com material de inglês, tudo isso pesa no orçamento. Eu já recebi aqui, via rede sociais, depoimentos muito emocionados de mães, por exemplo, que são agentes da Polícia penal do Maranhão. Gente que ganha salário aí de três, quatro mil, mas que vira em plantões, vira em atividades extras o máximo de tempo de possível que uma pessoa pode trabalhar para colocar um filho numa escola como essa, como Crescimento, que tem uma mensalidade aí próximo a dois mil reais. É muito preocupante. O que está acontecendo com as escolas aqui em São Luís, no Maranhão, uma boa parte dessas escolas é um absurdo. Por que é que vou pagar mais porque mora no Calhau? Isso é um critério que ele não é apenas um critério econômico. Está havendo preconceito aqui mesmo. Está havendo exploração com base no que a pessoa pode pagar. A apostila que vai ser utilizada é a mesma, ou, então, tem algum problema. Mas isso a gente vai continuar essa discussão nas nossas redes sociais. Eu subo, hoje, à tribuna, extremamente, decepcionado com o que tem acontecendo aqui no estado do Maranhão, com situações quando a gente enfrenta - e a palavra de fato é “enfrentar”, porque, na luta pela vida, na luta pelo direito de trabalhar, cada dia termina sendo uma batalha. Já tem praticamente 74 dias que a Eliane de Oliveira Rodrigues, de 21 anos, morreu ali no Mix Atacarejo do Vinhais. Ela foi vítima de um esmagamento de uma plataforma de empilhamento de material. Eu tive acesso a uma parte do inquérito, mas a Polícia Civil, o delegado geral e o delegado responsável pelo caso nunca apresentaram uma coletiva de imprensa para passar, de fato, o que aconteceu, as conclusões definitivas. O Icrim ainda não concluiu a perícia até hoje, houve uma audiência na sexta-feira, a advogada do grupo Mateus chegou descontrolada à Promotoria, atuou extremamente de modo descortês e terminou havendo a necessidade de interromper aquela audiência. Sabe o que se descobriu, Rildo? O Mix Atacarejo do Vinhais, V. Ex.ª sabe quem fez o serviço de empilhamento, a construção daquelas plataformas que seguram às vezes toneladas de alimentos? Foi um montador de móveis planejados, Rildo. Não foi um engenheiro ou uma firma de engenharia com uma RT que está lá o nomezinho do técnico responsável, de quem fez o cálculo da estrutura, foi um montador de móveis planejados. O operador daquela máquina que faz a colocação do material que bateu em uma daquelas plataformas, um ano antes, assava pão dentro do Mateus, ele era forneiro, a experiência mínima dentro do que seria necessário em uma rede desse tamanho. Não custa lembrar que, recentemente, mais precisamente no dia 14 de outubro, 11 dias depois daquela tragédia, o Grupo Mateus, R$ 8,1 bilhões de patrimônio, que conseguiu injetar R$ 4 bilhões dentro do grupo com essa venda de ações, dizendo ele que ia colocar mais recursos para a contratação de funcionários, para crescer mais, para ampliar mais. E, olha, isso é importante para o Maranhão, uma empresa que vá bem aqui no Estado do Maranhão. A gente não é contra! A gente é contra o que acontece! Criaram-se condições que hoje, se o Mateus fechar as portas por qualquer momento e qualquer motivo como foi feito no dia que teve a tragédia, no dia 3 de outubro, o ludovicense, o maranhense não tem onde comprar praticamente, porque quebrou o Maciel, Carone caiu, a Assaí chegou agora, mas já enfrenta dificuldade porque a política de concorrência predatória é grande. O grupo é poderoso! E é tão poderoso que há segmentos da imprensa que estão silenciosos, não cobraram mais nada. Olhem, uma pessoas de 21 anos foi vítima de um acidente de trabalho por negligência dentro da empresa onde trabalhava, que optou por contratar um montador de móveis projetados, de MDF, para fazer plataformas para segurarem toneladas, estruturas de engenharia que tinham que ter sido colocadas dentro do supermercado. E aí o Wilson Mateus, no dia da IPO, Oferta Pública de Ações, disse que queria fazer igual Noé, que chegou pertinho do céu. Ele disse que quer levar ao céu a empresa dele. Ele disse que levar ao céu a empresa dele. A única coisa que conseguiu até agora, com a irresponsabilidade de contratar uma empresa que tem um, apenas um funcionário, que é o próprio dono, que quando ele tem que fazer a montagem numa plataforma, ele chama um vizinho. E não sou que estou dizendo; quem diz isso é o inquérito, ele mesmo. Ele convoca um vizinho para ajudar na montagem da plataforma. Uma pessoa sem qualquer qualificação técnica. Para manipular ele coloca o forneiro, que foi recém treinado para fazer o manejo das máquinas. E, assim, com essa política de baixo custo, de exploração das pessoas, que vai seguindo o enriquecimento do maior grupo varejista e atacadista que já assentou aqui no Maranhão. É lamentável. A gente espera que o grupo Mateus cumpra com o mínimo, que é oferecer indenização justa para a família da pessoa que morreu, da Eliane. A gente espera que os outros, que foram quatro a oito vítimas, a depender da gravidade, mas mais grave mesmo foram quatro, que sejam todas indenizadas. Porque ele não está fazendo favor. Ele não está sendo bonzinho. O recurso que ele está fazendo, a pressão que ele está fazendo na imprensa, porque ele é o maior anunciante do Maranhão disparado aqui, calou a imprensa. E é por isso que a gente tem que chegar aqui nessa tribuna e ter coragem mesmo de falar, porque senão serão novas tragédias, serão novas pessoas que, trabalhando, correm risco de vida. Apenas para quê? Para atender a ganância de quem não aguenta mais lucrar. Oito bilhões e colocaram um montador de MDF para fazer as plataformas do Grupo Mateus aqui no Maranhão. Ou o delegado Geral vem a público revelar o andamento desse inquérito, porque a sociedade quer saber. A sociedade quer saber qual é a punição que vai ter, de fato, para a irresponsabilidade desse grupo que, ano após ano, acumula resultados positivos à custa da exploração e da miséria, até da morte, como foi esse ano de maranhenses aqui. Lamentável, muito obrigado.

+ Notícias
banner-ouvidoria

ATENDIMENTO

Palácio Manuel Beckman
Av. Jerônimo de Albuquerque - Sítio do Rangedor - Calhau
São Luis - Maranhão - CEP: 65071-750
Telefones: (98) 3269-3000 | 3269-3001

EXPEDIENTE

De segunda a sexta-feira das 8h às 18h

SESSÕES PLENÁRIAS

• Segunda-feira: a partir das 16h;
• De terça a quinta-feira: a partir das 9h30.

AGÊNCIA ALEMA