02/03/2021 - Pequeno Expediente Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) - Bom dia a todos, bom dia a todas! Tem sido amplamente divulgado na imprensa, nos últimos dias, o aumento de números de casos da covid-19, aqui no Estado do Maranhão. Nos últimos dias, foram detectados cerca de oitocentos testes positivos, quando a gente pega para fazer uma análise dos números em comparação com o ano passado, quando a gente teve o pico da pandemia precisamente em torno da primeira semana de junho, entre os dias 05 e 06 de junho do ano passado, hoje, nós temos uma detecção de casos bem menor. E isso tem acontecido porque a quantidade de testes realizados no Estado do Maranhão, nos municípios do Maranhão, tem sido muito pequena. A grande verdade é que prefeito do interior do Estado parou de fazer testes, não comprou um teste, receberam recursos para o atendimento da covid-19 e o que a gente vê diariamente são operações da Polícia Federal nos municípios de todo o Maranhão, buscando indícios de fraudes na utilização desses recursos. Isso nos dá uma tristeza muito grande, porque a gente chega nesse momento aqui e percebe que as municipalidades, as próprias estruturas não se prepararam em um ano, e agora, de maneira muito oportuna, começam a cogitar o aperto de medidas cada vez mais restritivas. Uma população que há um ano tem os seus filhos sem saber o que é ter uma aula, aqui numa capital como São Luís, a gestão passada, as crianças ficaram um ano sem aula, a gestão atual não sei, de fato, quando irá começar a pensar em ter aulas, estruturar as aulas das crianças. No interior, imagino como não está a situação, de uma maneira muito mais grave. A curva de óbitos tem aumentado, é bem verdade, projeta-se para, daqui a aproximadamente uma semana, cerca de 30 óbitos por dia. Hoje, nós estamos aqui com um registro de 20 óbitos, aproximadamente, só que esses são os números que chegam, a realidade que a gente conversa com os colegas das emergências, as pessoas que estão fazendo atendimento diariamente da covid-19 é que os plantões estão cheios, é que o absurdo da falta de material, do excesso de trabalho está instalado. Plantonistas que, no ano passado, receberam, os não médicos, um acréscimo de 40%, fruto de uma discussão que nós iniciamos nesta Casa, os sindicatos dos profissionais também de Enfermagem, começaram e pagaram por três meses, agora estamos de volta à pandemia. O reconhecimento que os profissionais de saúde tiveram foi muito aquém do que deveria ter sido. A verdade é que estão todos no limite, todos os profissionais de saúde estão no limite. Os médicos, hoje, convivem com a insegurança nos seus empregos, nas suas quarteirizações, na verdade. A tendência é que abram licitações com serviços incluindo serviços no estado, para reduzir ainda mais o valor do plantão. Plantão que já foi reduzido em mais de 10% de valor real, fora os quase nove anos de congelamento de valor do trabalho do médico aqui no Maranhão. Em relação aos outros profissionais, a situação é tão ruim quanto, porque, além de terem pouquíssimos sinais de reajuste, eles têm salários muito baixos e condições de trabalho que estão muito aquém do que deveria ser ofertado. Em Imperatriz, a situação é ainda pior: a lotação na cidade de Imperatriz está chegando praticamente a 100% das UTIs. Por quê? Porque o Prefeito não fez a adequada preparação da cidade. Recebeu um caminhão de emenda federal no ano passado e não fez o que deveria ter feito, a lição de casa de preparar o município também. Uma cidade grande como São Luís, como Imperatriz, cidades com estruturas de fato, com recurso de média e alta complexidade que chegam para a cidade não há o que se discutir. Falharam de maneira catastrófica na estruturação de seus serviços. E isso é o resultado que a gente tem, hoje, de as medidas restritivas serem cada vez mais iminentes de estarem em prática. Ontem a população estava aterrorizada. Quem trabalha na feira, quem depende da informalidade, quem vive da música, essas pessoas estão na iminência de, mais uma vez, terem suas rendas zeradas. E aí a expectativas é de um auxílio emergência de R$ 250,00, três botijões de gás hoje. A pessoa não consegue comprar carne com uma renda como essa. Não custa lembrar que nossa renda aqui no Maranhão é, hoje, a pior do país em termos nominais. A população aqui vai sentir duramente o impacto, o impacto do combustível que subiu 0,12 centavos hoje na gasolina, 0,13 centavos no diesel e teve aumento no gás de cozinha. Eu me pergunto aonde nós vamos parar. O Congresso Nacional congelou todas as agendas. O Presidente falhou na vacinação. Estados Unidos, Israel, Alemanha, Espanha, todos países que tiveram segundo onda gravíssima, mas que começam a colher resultados de um plano de vacinação que funciona. Aqui os recursos nos diversos níveis, federais, estaduais, municipais, recursos de comunicação não são empregados na questão de educar a população que precisa de publicidade institucional orientando quanto à necessidade de cuidados redobrados. Ou a gente leva a sério essa situação da Covid-19, ou nós vamos colocar o país, o Maranhão na maior recessão, de fato, de todos os tempos. Para quem recebe menos de um salário mínimo, vai demorar 10 anos, 10 anos da vida das pessoas que irão acontecer até que ela volte a ter um padrão de vida que ela tinha antes dessa tormenta começar. Nós precisamos nos unir, de fato, para fazer com que as ações de governo cheguem a ponta. Que os debates sejam pautados na seriedade e não na argumentação de quem está certo ou quem está errado, porque a verdade é que todo mundo falhou nessa caminhada. A gente precisa encontrar um caminho. Ler uma carta como aquela ontem do CONASS em que ele sugere toque de recolher, que é uma medida que não tem nenhum efeito prático comprovado. Não existe um trabalho científico sério no planeta Terra que mostre que colocar pessoas confinadas de 8 às 6 horas da manhã reduza a transmissão de covid, até porque o vírus não escolhe se é de manhã, de tarde ou de noite, ele está circulando. No Calhau Litorânea lotado, ele está circulando, na escola que está tendo aula sem respeitar as condições mínimas, ele está circulando no Supermercado Mateus, que não faz controle das suas filas e que muitas vezes os funcionários não utilizam máscaras, ele está circulando numa Rua Grande que muitas vezes não tem braço de fiscalização do Município e do Estado. A verdade é que a gente tem que parar de penalizar a população ao final tirando-lhe a liberdade quando a gente não consegue, quando nós não conseguimos fazer o que as pessoas esperam de nós, que é comandar o Estado, comandar os Municípios, comandar o Brasil. Enquanto agentes públicos, nós temos falhado. E é nossa responsabilidade reagir a essa crise.

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