01/06/2021 - Pequeno Expediente Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia, Senhor Presidente, bom dia colegas deputados, bom dia, telespectadores que nos assistem aqui na TV Assembleia, é uma satisfação. Vim falar um pouco sobre o que nós temos defendido nos últimos dias, que foi a adoção de um critério ... há dias a gente tem observado uma proliferação cada vez maior de categorias profissionais estão sendo priorizadas, claro, que há um espaço para isso, mas eu vejo que há necessidade agora, mais do que nunca, tendo em vista que a gente já chegou na faixa etária de 49 anos, a maioria das cidades aqui no Maranhão, de nós fortalecermos, direcionarmos a política pública para as pessoas que estão cadastradas no CadÚnico, que são pessoas que estão inscritas nos programas sociais do governo. Por que eu digo isso? Eu digo isso porque são essas pessoas que em geral moram aí seis, sete, oito pessoas dentro de uma casa de trinta metros quadrados com condições insalubres, são essas pessoas que em geral não tem acesso à água, são essas pessoas que não têm dinheiro, por exemplo, para comprar máscaras suficientes e para conseguir inclusive lavar essas máscaras para ter higiene adequada e ter um acesso, uma aderência às medidas higiênico-sanitárias. Então, são as pessoas que passam por tudo tipo de privação, privação, por exemplo, no sistema de saúde, uma pessoa como essa em geral ela não tem nenhum tipo de contato dentro do SUS para antecipar uma consulta, muitas vezes para conseguir um laudo, a maioria das coberturas da estratégia de saúde da família do Maranhão ainda é abaixo de 40%, a própria capital São Luís tem uma baixíssima cobertura ainda, nos últimos anos, não conseguiu ser revestido de uma maneira adequada. Então, as pessoas, os mais pobres de fato, eles têm mais necessidades. Tem estudos da USP que mostram que, por exemplo, uma pessoa que foi até o ensino fundamental ela tem chance três vezes maior de morrer do que uma pessoa que concluiu uma universidade, se isso aí não é uma evidente desigualdade, uma discrepância e uma violência social, eu não sei mais o que pode ser. Eu tenho sido atacado inclusive por pessoas de segmentos sindicais, de maneira completamente desnecessária, diga-se de passagem, porque o que eu disse foi que a gente deve pensar um pouco em dar uma freada e não parar totalmente com a vacinação de segmentos, mas pensar em vacinar os mais pobres, pensar em vacinar os mais vulneráveis, pensar em vacinar quem tem mais chance de morrer e a gente quer que essas pessoas tenham mais chances de viver, claro que a gente sabe que quando a gente afronta interesses corporativos, esses aproveitadores aparecem de todos os lados e a gente deve ter altivez, tranquilidade, e saber que estamos fazendo em defesa de uma coisa que é muito justa. A gente tem que parar de colocar, por exemplo, apenas pontos de vacinação em áreas nobres, a gente tem que mudar um pouco essa lógica apenas do drive-thru, como muitas pessoas estão fazendo aí, prefeituras, alguns pontos. Têm que ter o drive-thru? Tem que ter o drive-thru, mas a gente tem que pensar numa descentralização agora mais próxima dos bairros, principalmente nos grandes bairros, nos grandes bolsões de pobreza que a gente tem aqui no Maranhão, não custa nada lembrar: oito das 10 cidades mais pobres do Brasil estão aqui no estado, a despeito de programas interessantes, como o Mais IDH. Fernando Falcão, por exemplo, a renda média mensal é de R$ 19,98. Isso é além da extrema pobreza, isso é a miséria mais completa absoluta. Então, nós temos que pensar nessas pessoas, são essas pessoas que estão morrendo como se fosse animais, de fato, eu estou com uma tia internada agora, acabaram de entubar no São Domingos, ela está no São Domingos. Uma pessoa como ela que tem um plano de saúde e tem condição de um hospital particular, ela tem 20% de chance a mais de viver de quem está internado, por exemplo, numa UTI pública. Então, imagina quem não tem acesso a UTI, que tem muita gente está morrendo sem conseguir um leito de UTI. Então, a gente tem que pensar nessa estratégia de vacinar a maior quantidade de pessoas possíveis das pessoas que vivem em aglomeração constante. Não adianta a gente pensar em fechar bar, não adianta fazer lei seca, não adianta nada disso se o ônibus estiver lotado, se o déficit habitacional ainda for constante e a gente não entender que é nesse segmento e hipossuficiente que a gente deve concentrar. Tem muitas pessoas nessa faixa de renda que elas não sabem nem que está tendo o calendário de vacinação, por quê? Porque elas são excluídas digitalmente. Em São Luís, a gente tem uma exclusão digital de quase 25%; é muito alta. A maioria dos que tem inclusão não tem condições de saber localizar, por quê? Porque a gente ainda tem que conviver com o fantasma do analfabetismo funcional. Então são muitas questões que são consideradas e que mostram o tipo de resposta que a gente deve dar quando as pessoas pegam e dizem assim: “Ah! Todo mundo é igual! São as mesmas vidas. O coronavirus não escolhe classe social”. Eu concordo que todas as pessoas adoecem, até porque nós temos as mesmas células e as mesmas moléculas, mas nem todos nós temos as mesmas condições de tratamento e reabilitação depois, que é um ponto muito importante. Alguns outros pontos que a gente tem que falar aqui: houve uma manifestação, no sábado, em Vargem Grande. Eu tive a oportunidade de comparecer. Manifestação por conta da violência praticada pela Fecopema em relação à colônia de pescadores Z-59. A gente vem recebendo apoio das lideranças do município, da colônia. A ata da colônia foi devidamente preenchida. E eles entraram com uma ação que, em primeiro grau, suspendeu temporariamente a permanência da presidência. Claro que a gente vai acompanhar esse processo na justiça para garantir que a presidência legitimamente eleita seja restituída. Com todo o respeito aos dirigentes da Fecopema, mas a gente não pode compactuar com esse tipo de violência institucional e não vamos ficar calados. Golpes nós não vamos permitir nas instituições...

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO OTHELINO NETO - Conclua, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO- Aqui no estado do Maranhão. Então, para finalizar, Senhor Presidente, uma outra indicação que nós fizemos aqui recentemente, falei ontem com a Secretária Flávia Alexandrina, que é uma pessoa da mais alta qualidade técnica e moral e de atenção aos deputados. E isto é muito importante no atual momento. Nós fizemos uma indicação ao SEGEP e ao FUNBEN para que as usuárias do plano de saúde dos servidores do Estado tenham acesso ao atendimento em obstetrícia. Esse atendimento hoje, do ponto de vista do parto, ele é ainda negado. E isso causa problemas, claro, para quem um desconto mensal no seu contracheque. A Secretária Flávia Alexandrina, de maneira muito generosa e cordial, se comprometeu a realizar um estudo de viabilidade econômico-financeira dentro do FUNBEN para que a gente possa analisar a possibilidade de, em um breve espaço de tempo, conceder esse atendimento obstétrico tão importante, e uma reivindicação tão antiga das usuárias, dos nossos servidores aqui do Estado do Maranhão. Eram essas as minhas palavras e agradeço a oportunidade e um bom dia a todos.

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