15/06/2021 - Pequeno Expediente Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) - Bom dia, Presidente! Bom dia, colegas! Eu venho tratar de alguns assuntos em relação às medidas já tomadas na última semana, principalmente no que a gente pautou em relação à revacinação de idosos. Os casos têm chegado cada vez mais, por meio das nossas redes sociais, pessoas que perderam os seus entes queridos, em decorrência da covid-19, após duas doses da Coronavac. Nós enviamos na semana passada já as representações para o Ministério Público, para a Defensoria Pública Estadual, para o Ministério Público Federal, para a Defensoria Pública da União, também. As providências da Defensoria Pública Estadual já iniciaram a ser tomadas, foram enviados ofícios com requisições de informações para as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde de São Luís, a respeito do que eles pensam da nossa fala. O fato é que os trabalhos têm mostrado cada vez mais, por exemplo, quando se pega no caso do Uruguai, que já vacinou 66% da população com a primeira dose, 35% da população com duas doses da Coronavac. E a pandemia continua em escalada franca dentro do país! Mostra justamente que a vacina, como o Uruguai tem uma população idosa, proporcionalmente, grande que a vacina, de fato, tem esse funcionamento ruim em pacientes idosos. Claro que não é uma vacina ruim para os pacientes mais jovens, mas é um exemplo que a gente usa do guarda-chuva. Eu tenho quatro pessoas aqui de diferentes idades, só existe um guarda-chuva, tem uma chuva que precisa ser atravessada, o guarda-chuva, claramente, deve ir para a pessoa mais idosa ou com a que tiver com mais comorbidades, e isso não tem acontecido. Como a gente no primeiro momento vacinou a imensa maioria dos nossos idosos com a Coronavac, hoje a gente tem uma desproporção. Nós temos pacientes jovens imunizados com vacinas de maior eficácia e pacientes idosos aí ainda expostos. Eu cito o exemplo da minha própria genitora, ela não desenvolveu anticorpos, minha tia faleceu em decorrência aí da covid-19, após mais de um mês da segunda dose da Coronavac. São situações que se repetem e não é uma questão familiar. São centenas de pessoas que têm percebido isso e que têm procurado fazer testes de anticorpos neutralizantes e têm verificado isso. Nós vamos tentar uma ação popular também na Vara da Saúde Pública, aqui de São Luís, da ilha de São Luís, na tentativa de fazer com que o entendimento do juiz seja levado a questão da moralidade administrativa, tendo em vista que, claro, a ação popular não é o instrumento mais adequado para isso, mas é o que nós temos em termos de legitimidade propositiva. Ação Civil Pública é mais apropriada nesse caso, mas já há algumas decisões em que mostram que é possível cogitar temas de saúde pública mediante à questão da ação popular. Então, a gente está pedindo a vacinação para idosos com mais de 70 anos, profissionais de saúde em linha de frente, de fato, não como foi no primeiro momento que eles, com todo respeito, pegaram profissionais que não eram de linha de frente e que vacinaram primeiro do que pessoas, de fato, que tinham necessidade da vacina, como os próprios idosos, que vieram depois profissionais de linha de frente. Teve aí muita gente que, de 25, 30 anos, que não chega próximo ao paciente com covid que vacinou antes do idoso de 80 anos. Então é uma falta de critério que a gente espera que não aconteça novamente nessa questão da revacinação. Outro ponto é a questão da vacinação dos hipossuficientes, que foi uma pauta que nós abrimos aqui no Estado, a gente vem falando bastante, motivou até um artigo no domingo, de uma defensora pública, a Defensora Clarisse Binda, que em alguns momentos eu até fiz uma crítica a ela, na questão do lockdown, mas ela pegou esse tema que a gente vem defendendo e teve acesso a dados que são muito importantes. Hoje, nós tivemos, por exemplo, a população do Calhau, 105% da população do Calhau, a gente sabe que 105% não é permitido, mostrando justamente que houve o quê? Pessoas que não moram lá, mas que vieram para se vacinar como se estivessem, aqui no Maranhão, provavelmente, gente de fora se vacinou aqui. 105% da população do Calhau vacinada, e 14% da população da Cidade Olímpica vacinada. A Cidade Olímpica é um conjunto de bairros que têm ali mais de cem mil habitantes, ou seja, nós tivemos uma baixíssima aderência ainda dessas pessoas. Hoje, nós temos nove pontos de vacinação na cidade, quatro por drive-thru, por meio da Prefeitura de São Luís, que tem feito uma propaganda grande em relação à vacinação. E isso aí tem ganhado manchetes, e eu sempre me preocupo quando a gente começa a fazer as coisas para colocar em holofotes, por quê? Está acontecendo uma série de problemas em relação à vacinação, que as pessoas não estão tratando. Quais são? Se eu perco a data da minha vacinação, se eu tenho 40 anos de idade, não consigo ir naquela data, por algum motivo, por não ter sido informado, por não ter tido uma folga do trabalho, por ter tido um problema familiar, eu não sei a data que eu vou ser revacinado. Eu perco o meu direito, eu fico aí vários dias sem ter acesso à informação de quando eu vou ser vacinado. E aí acontecem por vezes aglomerações. Uma outra situação que eu pude ver, no sábado pela manhã, estava indo para um plantão no interior do Estado, oportunidade de ver as diferentes realidades de vacina. O centro que eles colocaram ali na zona rural, colocando as pessoas ao longo da BR, em pé, desde cedo, uma situação de claro desconforto, muito diferente de você que tem acesso, um carro com uma gasolina hoje a R$ 5,50; óleo diesel a R$ 4,37, 4,39, 4,47, que pode no conforto do seu automóvel ficar no drive-thru esperando a vacinação. E o que a gente fez diante disso? A gente tem falado sobre a necessidade de vacinação da maioria da população do Maranhão, dos ludovicenses, das pessoas que moram na ilha de São Luís, também dos diferentes municípios, esse esquema de drive-thru é importante, claro que é, mas a gente precisa ir atrás das pessoas nos grotões, já que a gente tem uma dificuldade de fazer as estruturas dos postos de saúde funcionarem, que a gente utilize o vacina móvel, que foi uma Indicação nossa, Indicação nº 1.612/2021. Mandei isso para o Estado e mandei isso para o município, para gente chegar mais próximo das pessoas, a grande verdade é que nós vamos chegar daqui a um mês, nós estamos nesta corrida todo dia vacina de uma idade, já abriu para 18, daqui a pouco, está abrindo para adolescente a vacina, porque já tem aprovação da vacina da Pfizer para pessoas com 12 anos. Então, o que está acontecendo? Nós estamos vacinando e deixando um monte de retardatários. Nós estamos tendo preocupação em dizer que a gente está vacinando com a menor idade, quando a gente tem que ter preocupação em vacinar as pessoas de maior idade e com comorbidades informando. Sabe por quê? Porque tem um dado científico muito claro, abaixo de 30 anos, eu tenho 1,6% de óbitos por covid. Essa vacinação abaixo de 30 ela é importante? Ela é importante, claro, mas não se compara a ter pessoas com comorbidades devidamente vacinados, todas as pessoas, os profissionais de saúde vacinados com vacina de qualidade, não se compara aos idosos e aos grandes idosos também seria adequadamente vacinados. E essa coisa tem que ficar um pouco mais organizada. A gente já aplicou aí mais de 500 mil doses em São Luís, mas, em termos de segunda dose, apenas 114 mil, ou seja, nós estamos praticamente com 10% apenas da população com segunda dose e aí a gente tem que fazer um ajuste de termos. Sabe por quê? Porque as pessoas com uma dose apenas, principalmente se for da Coronavac, elas não estão imunizadas. Vacinação conclui-se quando tem duas doses e você desenvolve anticorpos. Não adianta nada. Lá em casa minha mãe tomou duas de Coronavac, está na estatística aí linda e maravilhosa como vacinada, mas não está imunizada, está submetida ao risco da doença, da doença de forma grave como várias, centenas de pessoas...

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO OTHELINO NETO – Conclua, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO - ...centenas de pessoas com comorbidades. Então, tem que ter mais informação e menos propaganda. A gente deseja sucesso a toda administração que entra, por exemplo, a administração do Braide eu votei, eu fiz campanha, por quê? Porque eu acreditava que, dentro das opções, era a menos ruim para aquele momento, direito meu, democrático, mas eu sou deputado estadual e vou, claro, que fazer as pontuações que julgar necessário, enquanto houver a necessidade de fazê-las, durante o exercício do meu mandato. Então, ontem, houve uma situação superconstrangedora, já mudando um pouco de pauta, porque eu já expliquei mais ou menos esse ponto da vacina, para finalizar aqui a nossa fala, de falta de medicamentos e de pagamentos de médicos nefrologistas no hospital, falta de insumos para hemodiálise. Colega médico me liga pela manhã: “Yglésio, estou preocupadíssimo aqui, três meses nós não recebemos o nosso repasse e além de tudo não temos material, faltou agora solução dialítica”. Antes, tinha ainda a solução dialítica, eles estavam utilizando cateter um pouco mais, e estava dando para levar. Quando falta solução de diálise, não dá para fazer diálise, e aí a gente tem uma UTI, a UTI que a gente deixou o projeto na nossa gestão do Socorrão, com dez leitos, e a UTI de cima que também tem aproximadamente dez leitos. O que acontece? Tem pacientes com uremia, tem pacientes com edema agudo de pulmão, que precisam fazer hemodiálise, aí, claro, eu chamei a atenção disso nas redes sociais, no final da manhã, eles depositaram um mês de pagamento, aí depois chamaram os colegas para fazer uma reunião, para planejamento do pagamento dos meses sequentes, foram atrás dos insumos, fui surpreendido no final da tarde, por uma nota da direção do hospital, chancelada lá com brasão da SEMUS, tinha até o brasão da prefeitura, mas a gente tinha acesso ao Igor, ele me garantiu que isso não veio da prefeitura, não veio das Ascom. O fato é que eu estou me direcionando aqui, tanto ao Braide...

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO OTHELINO NETO – Deputado Yglésio, conclua, por gentileza.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO - ... que a gente tem um bom diálogo, apesar de eu ter uma visão administrativa diferente dele, mas ele atualmente é o prefeito, e a gente tem que colocar na nossa forma de ver, mas a gente está falando aqui do absurdo da direção, vir fazer nota de repúdio a um deputado que já foi diretor de uma unidade, com trabalho reconhecido, mais de 130 ações, que estão disponíveis, inclusive, no meu Instagram, se você for lá, nos destaques do Instagram, tem lá as ações da gente, mais de 130 ações, em sete meses e sete dias de gestão, não tenho dúvida de dizer que fui o diretor que mais trabalhou lá, nesse período. O Deputado Duarte trabalhou até conosco naquele período lá, sabe do que eu estou falando. E aí o que acontece? Nós recebemos nota de repúdio, por falar a realidade, a realidade que ontem lá, tinham apenas três tipos de antimicrobianos, bacterianos de antibióticos, não dá para trabalhar em um hospital só com cefazolina, azitromicina suspensão. Não dá para cuidar da saúde de pessoas que estão com infecção, que têm gangrenas, que têm problemas graves pulmonares só com esses antibióticos. Não dá. Não dá para faltar soro. Não dá para faltar corticoide em um hospital como o Socorrão. Há um claro desabastecimento, e aí eles começaram a retaliar, a tirar pessoas dos grupos de WhatsApp, pessoas que eles sabem que têm relação com a gente, que não foram essas pessoas que enviaram as coisas, as denúncias, outras pessoas, ou seja, que falta de profissionalismo está ocorrendo dentro do principal hospital da cidade. O Socorrão II está lá com uma série de problemas, a diretora está se esforçando, uma pessoa competente, está buscando resolver, mas está com problemas de insumos. Os pacientes estão esperando um tempão para fazer cirurgias, e a gente está aqui claramente na intenção de colaborar quando a gente coloca uma denúncia, porque chama atenção, saúde é prioridade. Não adianta um peixão de gradeado lá na Litorânea e faltar dentro dos hospitais dipirona. Estão racionando dipirona no Socorrão. Braide, foi tua principal plataforma de campanha, você falando em saúde, saúde, saúde o tempo todo. Foi o que eu cogitei para o apoio principal em relação à plataforma, no segundo turno, a tua preocupação com a saúde. Aí, agora, fica nessa coisa de só vacina. Está ótimo. Está vacinando. Está bonito. Está fazendo a foto, mas vamos orientar a população. Vamos vacinar pobre. Não adianta vacinar o Calhau todinho e deixar a Cidade Olímpica sem vacinação. Tem que levar a vacina lá. Quem está lá está sobrevivendo com menos de salário. Não tem carro para ir vacinar. Às vezes, não tem a passagem de ônibus, a mãe não tem com quem deixar o filho, ela não vai conseguir colocar no braço uma criança de 03, 04 anos de idade e ficar no sol quente numa fila, esperando para entrar no Multicenter.

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO OTHELINO NETO – Deputado Yglésio, por gentileza, tem cinco oradores inscritos.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Não adianta estar três vezes por dia na televisão se, no Socorrão, está faltando medicação, se pobre não está sendo vacinado, porque são essas pessoas aí que estão todo dia no transporte coletivo, aglomeradas, que moram com mais seis pessoas dentro de uma casa pequena, são essas que devem ser alvo de preocupação. Saúde é pensar no bem-estar da maioria, é um direito coletivo, é transindividual, é de todos. Menos propaganda, mais ação! Vamos colocar remédio para o Socorrão. Estou aqui à disposição, vamos inspecionar juntos, mostrar o que está faltando, agora não vou aceitar nota de repúdio de direção de hospital incompetente para manter o básico. Eu espero que o secretário não tenha tido participação nisso, porque ontem... Espero, Joel, que você não tenha tomado participação nisso. Não querem a gente, de fato, dentro da secretaria, olhando as coisas...

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO OTHELINO NETO – Deputado Yglésio, por gentileza, conclua o seu pronunciamento, tem seis oradores inscritos.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Então vamos tirar essa cortina de fumaça de vacinação, porque a covid vai passar, o Socorrão vai permanecer, as filas nos hospitais, nos corredores cheios, vão permanecer, então vamos agir. Eram essas as minhas palavras. Muito obrigado, presidente, pela oportunidade.

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