11/08/2021 - Tempo dos Blocos Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos. Apesar de já estarmos, na verdade, no período da tarde, a sessão hoje se estendeu, e eu fico feliz quando a sessão se estende porque é sinal de que as pautas voltam a circular aqui na Assembleia Legislativa do Maranhão, que tem muito a se falar no Estado. Falar um pouquinho dessa medida provisória que nós aprovamos hoje, aqui na Casa, e que, portanto, vai se converter em lei por meio da aprovação da Casa, que foi em relação a essa inclusão dos absorventes nas cestas básicas. Isso é uma luta que é uma luta de várias pessoas da Casa e que, claro, traz um benefício muito grande a partir do momento em que vence tabus. Tabus, como por exemplo, uma menina que chega a perder, na rede de saúde, as meninas que têm baixa renda, chegam a ficar 45 dias fora da escola num período de um ano. Então isso é uma coisa muito séria. É uma desigualdade evidente. Quando a gente tem meninas com perda de cerca de 45 dias de aula no ano, claro que isso traz prejuízos grandes dentro da escola. E isso perdura também nas outras áreas, a mulher que não tem acesso, a mulher que não tem a possibilidade de ter uma educação sexual, que isso é muito grave. Eu sempre conto uma história quando eu estou conversando sobre essa questão de direitos femininos, direitos reprodutivos, tudo isso aí, de uma moça que tinha mais ou menos 14 anos na época que eu estava dando plantão no hospital, devia estar por volta ali do 4º ou 5º período de Medicina na emergência do Socorrão I, pois bem, ela chegou lá com a colocação dentro da vagina dela encaixado no colo do útero uma tampa de desodorante, aquilo ali fez uma infecção grave dentro do útero dela e ela com 14 anos precisou fazer uma histerectomia. Aí você já vê a gravidade da criação da criança, que era uma menina ali ainda, o pai pegou bateu em alto e bom som no peito dizendo que a filha dele só ia de casa para escola e que a escola ficava menos de 300 metros de casa, e a menina ali já em uma atividade sexual, já com início de uma vida sexual para evitar repressão paterna colocou ali uma tampa de desodorante por dentro do colo do útero dela e gerou, volto a dizer, uma infecção grave e perdeu. Se a gente falasse isso aí de maneira corriqueira, se a gente pudesse dizer para as pessoas que é uma coisa natural do destino a menstruação, atividade sexual, a necessidade de consultar um ginecologista, tragédias como essas, certamente, não aconteceriam, porque são tragédias que acontecem todos os dias e como as pessoas têm diferentes realidades elas não chegam até nós, lamentavelmente, mas quando a gente sobe aqui para defender um direito à saúde, um direito reprodutivo, um direito à higiene básica seja na moradora de rua, seja na estudante, seja na questão dos idosos também que cada vez mais eles estão alijados do processo de discussão da sociedade, quando a gente fez a indicação também das fraldas geriátricas também que é uma despesa muito alta para quem custeia o cuidado do idoso, ou do idoso que tem uma possibilidade ainda de ter uma estrutura ao seu redor para cuidar de si. Então, são coisas importantes quando a Assembleia avança nesse sentido. Nós propusemos a isenção, só que a isenção ela depende de um convênio nacional entre o CONFAZ, e claro, por lei a gente só pode dentro do Estado do Maranhão incluir os absorventes e as fraldas no contexto da colocação como item da cesta básica, pagava 18% passa a pagar 12%. Então, eu fico muito feliz. Essa luta da Casa lamentavelmente não foi destacada pelo governo no momento que editou a lei, isso aí colocou como na cota do UNICEF, mas foi uma bandeira que a gente defendeu, eu tive a oportunidade de pelo menos 3 vezes ir na Secretaria da Fazenda solicitar ao Secretário, isso. Então fica aqui a nossa mensagem do não reconhecimento a esta Casa, por parte do governador, que deveria ter reconhecido. Então, falo isso aqui de maneira muito respeitosa, como sempre faço inclusive quando subo à tribuna. Mudando aqui a pauta, que é uma pauta de extrema interesse societário, na verdade, falar um pouquinho aqui de vacinação segunda dose. A gente criou uma imagem em relação à pandemia de que nós temos uma vacinação muito alta aqui na cidade de São Luís e o Estado do Maranhão, no momento, ele também passou a reconhecer que as coisas não estavam tão boas quanto a gente imagina, apesar disso aqui, claro, ser um efeito prefeitura. Esse é o gráfico das mortes no Brasil, começou ali por volta de março de 2020, a gente teve dias na primeira onda que está claramente, ali março até novembro, nós tivemos um pico ali de 1200, 1300 mortes diárias no Brasil, e aí nós tivemos a segunda onda que começou mais, de maneira mais intensa, no período de janeiro desde ano. Olha como a gente chegou a ter dias ali de ter três mil óbitos no país e, hoje, a gente caminha, de fato, a voltar a um valor que, na verdade, a gente está voltando ao ponto mais alto da primeira onda. Ou seja, a gente ainda está aquém, longe do controle do que a gente imaginava. Na primeira onda, a gente chegou a ter mais de 50 mil casos diários. Na segunda onda, a gente passou de 70 mil e chegamos muito próximos a 80 mil casos diários. Hoje a gente ainda está no patamar de 32, 33 mil casos diários e ainda mais ou menos mil mortes. Ou seja, a gente não venceu isso aqui. E o que a gente percebe na primeira onda e na segunda onda? Que a gente teve um pico e que este pico ele começa a ter uma redução natural. Na primeira onda, a gente não tinha a vacina, mas a covid-19 ela recrudesceu, ela reduziu. Quando a gente teve a segunda onda, a gente chegou a um momento desesperador que a gente teve aqui no Brasil inteiro, em diferentes momentos. Só que a gente começou a ter uma redução. Hoje a gente praticamente não escuta falar que tem um parente nosso, um amigo, um conhecido com covid-19 falecendo. Eu perdi minha tia e minha prima em um intervalo de menos de 30 dias. Mas a gente não está mais vendo isso aí, felizmente. Só que as pessoas estão estabelecendo uma relação direta disso com a vacinação. E a gente tem que ter muito cuidado nesse momento, porque a realidade é que o que a gente está observando, hoje em dia, é do curso natural da doença. Sabe por quê? Esses dados que temos aqui, a cobertura vacinal para toda a população, de fato, porque a gente tem que colocar as crianças, a gente tem que colocar os adolescentes, a gente tem que colocar os adultos e os idosos no cálculo. Não adianta fazer como, por exemplo, a Prefeitura de São Luís está colocando e, assim, muito respeitosamente, é um desserviço completo a forma que a Prefeitura está tratando a questão da vacinação em São Luís. Porque eles estiveram trezentas mil doses a mais no período que teve problema do indiano que estava no navio que atracou aqui em São Luís. E nós tivemos uma dose. Trezentas mil doses extras, que permitiu avançar com a questão da idade. Isso é ótimo, maravilha. Só que hoje eles vendem a situação de que está 98% da população adulta vacinada. Olha, nós temos aqui, na cidade, uma de cada quatro pessoas, praticamente, está beirando o analfabetismo funcional, e as pessoas não entendem essa forma que a coisa é passada. Quando vai lá para televisão para o maior veículo de televisão da cidade dizer que está 98% da população adulta vacinada, a impressão que tem é que está todo mundo bem. Mas você conversar com 98 pessoas seguidas e perguntar se todas estão vacinadas, você vai ver que essa estatística não bate. Então o que é a verdade? A verdade é isso aqui, é do grupo de pesquisa da Universidade Federal do Maranhão. Nós temos cobertura vacinal de primeira dose de 66% da população. Segunda dose, 20% da população geral. Isso aqui é população geral, que é o que conta. E primeira dose, só uma dose não imuniza, não está resolvida a situação. Se pegar Coronavac, ela só resolve alguma coisa depois da segunda dose. Quando pega a primeira dose da Astrazeneca, tem proteção aí de 70%, 75%. Da Pfizer, é um pouco mais. Mas quando vai falar de novas variantes, aí já cai um pouco. Então, aqui, oh, primeira dose em São Luís, a verdade é que 66% da população está com uma dose. Segunda, cai para 20%, para a gente chegar a imunidade de rebanho aqui, para dizer: Olha, covid-19 não vai mais voltar, tem que ter 70% da população com duas doses, olha como a gente está longe disso. E aí quando chega na situação de todo o compilado do Estado, do consolidado, 44% apenas tomaram uma dose, se vai falar em segunda dose, 17, e isso tem se mantido estável há um tempão, não estamos conseguindo levar as pessoas a saírem de casa para vacinar, sabe por quê? Porque a propaganda institucional da administração pública, ela é toda no sentido de contar vantagem e jogar pétalas de flor em cima das suas próprias ações, de dizer que nós estamos vacinando 98% da população adulta. Está bom, fecha o Centro de Vacinação, porque está resolvido, e não está resolvida a situação, a gente tem que partir é para fazer pesquisa de campo para entender por que o cidadão, cidadãos do Maranhão não estão indo para a segunda dose da vacina. O Governo do Estado até sorteio está fazendo para tentar fazer as pessoas vacinarem, e não estão indo, o que é que está acontecendo? Dentro das Igrejas, os líderes religiosos que eu sei, porque chegam relatos para nós, estão dizendo para os seus fiéis não irem vacinar, tem casos assim, e aí como é que a gente vai fazer a conscientização? Nós temos que articular com segmentos religiosos para poder intensificar a questão da vacinação. Então, tem que se entender o que está acontecendo, sabe por quê? A população adulta não é 98 primeira dose que tem aqui a população adulto é 89% teve um monte de gente que foi vacinado aqui em São Luís que não mora aqui, eu soube de situações de gente que veio de Portugal se vacinar aqui em São Luís, arrumou um comprovante de endereço da casa de alguém e foi fazer a vacinação, ou seja, tem um monte de gente que não vacinou e quando pensa em segunda dose 27% apenas da população adulta, o que é muito pouco. Então está aí nós temos 70% de necessidade de pessoas vacinadas com duas doses pra conter a pandemia aqui, hoje nós não temos e volto a dizer observe como a curva da segunda onda ela obedece ao mesmo padrão de queda da primeira onda o que isso comprove ao final? Comprova que nós não estamos tendo este resultado de redução por conta de vacinação ainda, porque não tem, está muito longe, 17% do Maranhão, 27% de São Luís, dos adultos com segunda dose, muito pouco. É hora de parar com essa propaganda que atrapalha de dizer que está todo mundo vacinado porque aí quem está em casa, deputado Luiz Henrique, fica lá e diz: não, nem vou, está todo mundo vacinado. Aí, só eu aqui que não vou me vacinar, mas eu não vou pegar também porque está todo mundo aí vacinado, está tudo bem. É contraproducente, a administração pública em todos os níveis joga contra a população nesse momento, apesar de, claro, o interesse político em aparecer ser muito grande, mas assim saúde, isso aqui não é brincadeira, isso aqui não é molecagem, quando morre uma pessoa que não foi vacinada ou que vacinou com uma vacina que não tem um resultado tão bom, isso aqui é uma vida de uma família que vai, não é brincadeira isso aqui que estão fazendo em relação à vacinação. Não é corrida para dizer: olha, eu vou apertar o botão aqui, não é gincana da Prefeitura de São Luís contra o Governo do Estado, da Prefeitura de Paço, da Prefeitura de Ribamar. É coisa séria, é política de saúde pública, não é brincadeira. Então o apelo que eu faço, vamos entender por que as pessoas não estão saindo de casa para se vacinar para, a partir do momento que a gente souber o que está acontecendo, a gente traçar as estratégias para garantir, de fato, a vacinação para a maior quantidade de pessoas, para a gente bater no 70%. E ainda há um longuíssimo caminho até essa vacinação total. Então obrigado, Presidente. E a todos os funcionários aqui também, aos telespectadores pela internet que nos escutaram muito obrigado.

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