28/10/2021 - Tempo dos Blocos Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) - Bom dia a todos, bom dia a todas! Adentramos o oitavo dia de greve de ônibus em São Luís. É uma situação que numa quinta-feira como essa que a gente vai entrar aí sexta, sábado, domingo, feriado, muito provavelmente, em vários lugares imprensados na segunda-feira, terça-feira, Dia de Finados, probabilidade grande de nós não termos encerramento disso antes da próxima quarta-feira, pelo menos, tendo em vista que me parece que as autoridades responsáveis, envolvidas, até porque o Legislativo, neste momento, termina tendo um papel, não é, Deputado Antônio, muito mais de levantar o problema do que ter uma capacidade de resolução. Nós temos o Executivo, que deveria e poderia articular melhor essa situação, e nós temos o Judiciário que estranhamente não está fazendo cumprir suas próprias decisões. A gente vê muitas vezes pessoas presas e levadas a um encarceramento de maneira inclusive prolongada pelo furto de um pacote de macarrão, por um peito de frango. Essas pessoas vão presas, na maioria imensa das vezes, por conta da necessidade que têm de não passar fome, porque, de fato, não tem emprego para todo mundo, não tem oportunidades para todo mundo. A gente tem, principalmente nas nossas áreas mais distantes, mais periféricas, cada vez mais o crime surgindo como agente empregador. Esses últimos dias, em São Luís, teve uma explosão de adolescentes com arma em plena luz do dia, assaltando as pessoas, sem qualquer tipo de constrangimento em serem filmados, presos ou não. Isso está cada vez mais duro na carne do povo ludovicense, das pessoas que moram, principalmente na Ilha de São Luís, até porque a gente tem que falar do transporte da metrópole, aqui da ilha. Claro que é um problema mais da ilha, mas que também impacta os outros nove municípios da Grande Região Metropolitana. Como temos uma lei complementar que fala sobre isso, uma lei estadual, a preocupação é grande porque as reservas das pessoas, os salários não estão sendo exauridos, já foram. A imensa maioria da população brasileira não tem um real numa poupança. Nós temos um país que não tem condições de ter poupança. O cidadão comum, o cidadão médio paga conta e fica pendurado para outro mês e pede um emprestado para outra pessoa. Assim são também as nossas redes sociais, a gente pega pedido o dia todo dessas pessoas que precisam aí de um remédio, que mandam mensagens, são 30 a 40 pedidos por dia, por quê? Porque a situação está extremamente complicada. Não ter ônibus na cidade é uma situação, é uma omissão de todo esse sistema envolvido, SMTT, empresariado, sindicato que tem sido extremamente truculento também, da mesma forma que o SET, a prefeitura infelizmente está omissa. Não queria precisar subir aqui para falar disso porque é constrangedor. De certa forma, a gente coloca uma administração pública, vota nela no segundo turno até por questão de opção, que era uma coisa ou outra que a gente considera naquele momento menos ruim, só que a gente deposita esperança que a coisa terá uma resolução, mas, hoje, infelizmente, a gente tem uma equação de difícil solução, por quê? Porque as pessoas que participam dela não estão querendo abrir mão de absolutamente nada, o movimento acha que se colocar um ônibus na rua vai perder a legitimidade, o acordão que existe da direção que tem as pessoas da base do sindicato, que não têm culpa de nada, mas que acreditam naquela direção do sindicato, que sonham com uma recomposição salarial. Essas pessoas acreditam, mas não sabem do que está acontecendo, do acordo que tem do SET com a alta cúpula do sindicato que quer se manter no processo eleitoral que está ainda ocorrendo, lamentavelmente, a Prefeitura não resolve a situação, resolver a situação, nesse caso, é assumir o desgaste de uma passagem, um aumento de passagem, ou de não aumentar a passagem e dar o subsídio, e aí a gente tem que dimensionar o subsídio, empresariado quer 5,8 milhões, prefeitura quer dar 0, eu acho que a gente pode buscar pelo menos 02 milhões para iniciar uma discussão para tirar os ônibus da garagem e colocar de volta o mínimo de normalidade, mas ninguém se move, porque todas essas pessoas que não se movem, Deputada Helena, são pessoas que andam de carro, não são pessoas que estão pagando UBER, que estão pagando R$ 20 numa viagem de mototáxi, essas pessoas que decidem, elas não sentem o peso. Então mesmo o Judiciário que muitas vezes enclausura numa prisão uma pessoa que roubou um pacote de macarrão, é o Judiciário que está sendo confrontado todo dia com evidente crime de desobediência e não está tomando nenhuma decisão, no sentido, pelo menos, não chegou a esta Casa. Se o pessoal do Tribunal Regional do Trabalho quiser pode encaminhar aqui eventuais providências, porque nós não estamos sabendo, a imprensa não está divulgando. Então, está havendo uma evidente desobediência. E a gente sabe que essas multas que estão sendo computadas por dias parados, 50 mil reais por dia, já estamos em 400 mil reais. Nós sabemos, Deus e o mundo e todos os envolvidos sabem que não vai ser paga, tem 400 mil reais, Deus e o mundo sabe que não tem como ser pago esse valor, essa dívida vai ficar rolando. Sindicatos são associações que não têm fins lucrativos, não comunica com patrimônio pessoal de quem está presidindo, eles vão pouco se lixar para isso, para dívida, não vai ter nada para eles pagarem ao final desses 400 mil reais, e o que vai acontecer, se não houver uma providência mais enérgica é o sofrimento da população ser continuado. Como que a gente pode em termo legislativo atuar? Primeiro, eu ainda não recebi uma notícia, apenas um vereador que se pronunciou, até onde se sabe por notícia de imprensa, em relação a essa greve, mas eu sugiro fortemente que a Câmara de São Luís adote providências no sentido de fazer uma comissão para investigar toda essa situação, porque um diz uma coisa, o SET diz que são 5,8 milhões, os funcionários acham que tem dinheiro para pagar aumento, a prefeitura acha que não deve dar subsídio, o prefeito vai para a televisão, para o principal canal da TV maranhense e diz que, já no primeiro dia, não vai aumentar passagem sem ouvir a pauta reivindicatória dos dois sindicatos. Então, os representantes naturalmente constituídos pelo povo precisam investigar para saber quem tem razão, porque, quando a Câmara de São Luís se posicionar, ela vai dizer quem está com a razão e quem não tem, quem está fazendo má gestão e quem não está, quem deve ser responsabilizado e quem não deve. É uma excelente oportunidade e não se trata de oportunismo, trata-se de não deixar prolongar uma crise sem uma providência. Ou nós vamos precisar aqui, na Assembleia, meio que de lado invadir a pauta, fazendo uma CPI da Região Metropolitana quando a gente sabe que mais de 90% do transporte é urbano e semiurbano, para poder ver o que está acontecendo. Eu não gostaria, mas eu já aviso que, se esta Casa optar por nós abrirmos uma CPI para fazer investigação plena, porque nós temos legitimação porque tem lei estadual que trata da metrópole, da Região Metropolitana, e nós podemos fazer, eu gostaria que a câmara fizesse primeiro para não dizer que nós estamos invadindo competência deles, e manter o respeito à Casa Legislativa Municipal. Mas, se a Câmara de São Luís não fizer, um grupo de deputados desta Casa com certeza o fará. Já estamos conversando a respeito, não vou correr para coletar assinatura, não vou fazer nenhum tipo de esforço para passar por cima da Câmara de São Luís, em respeito à câmara, mas, se não houver ação da referida Casa Legislativa, nós não vamos ficar omissos. Isso eu garanto. Porque ficar omisso foi coisa que a gente nunca ficou desde o primeiro dia de mandato nesta Casa. Vamos deixar a câmara se posicionar até porque não quero depois ser tachado, porque nunca fui oportunista, mas, se for o jeito, se a câmara não quiser cumprir com seu papel, atender ao clamor da sociedade, nós vamos ter que intervir. Então, vamos deixar a câmara analisar, até quarta-feira, no retorno dos trabalhos legislativos. Se até quarta-feira, não houver solução da greve, não houver ação da câmara, sinalização nesse sentido, na quarta-feira mesmo, eu me junto aqui com um grupo de colegas e começamos a coletar assinaturas. Na quarta-feira, se não houver ação da câmara, nós, nesta Assembleia, vamos começar a coletar assinaturas para constituir uma CPI do Transporte Metropolitano e ver de fato quem tem razão, quem tem responsabilidade, quem merece ser penalizado e quem merece também restituir eventualmente ao erário alguma coisa. Eram essas nossas considerações, Presidente. Muito obrigado pela sua tolerância, um grande abraço para todos, um feliz dia a todos os servidores públicos do Maranhão também que honrosamente carregam essa missão de prestar serviços ao povo do Estado.

A SENHORA PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADA DRA. HELENA DUAILIBE – Deputado Dr. Yglésio, eu queria parabenizá-lo por essa coerência no seu discurso e quero lhe dizer que nós estamos dispostos a dialogar também, eu acho que o diálogo transparente, aberto, com os números convencem. O que a gente precisa fazer é isso, para saber realmente quem é quem nessa história e eu me coloco à disposição.

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