16/02/2022 - Pequeno Expediente Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) - Bom dia a todos, bom dia a todas! Nós não poderíamos subir a esta tribuna, hoje, sem nos solidarizarmos com a violenta e infeliz passagem do Sargento Carlos, colega nosso de trabalho aqui da Assembleia Legislativa. Como eu conversava com o Bruno, agora há pouco, já faz quatro meses aproximadamente que faleceu também o Israel, de maneira também brutal. Acredito eu ainda não elucidado até hoje. Isso tem sido uma crescente, infelizmente, na cidade. À medida que a crise econômica se agrava e as pessoas vão tendo maior dificuldade em suas vidas, a criminalidade avança, e nós vamos todos, indistintamente, independente de carregarmos uma arma ou não como mecanismo de defesa também, somos vítimas dessa violência. Então a gente espera que isso melhore, mas eu não poderia deixar de subir hoje e comentar. É uma obrigação nossa comentar, inclusive, principalmente quem mora em São Luís, quem exerce suas atividades em São Luís, quem entende que São Luís como capital do Estado é a mola motriz da economia do Maranhão, a maior arrecadadora também de impostos no Estado do Maranhão, em relação à greve de ônibus que aconteceu hoje mais uma vez. Três meses depois, a gente segue com problemas em relação ao sistema de transporte. Recentemente nós tivemos a questão da paralisação da coleta de lixo. Nós temos um sucateamento cada vez mais visível em relação à própria questão da saúde. Nós tivemos movimentação recente de conselheiros tutelares. Nós tivemos movimentações recentes de professores também da rede municipal. Fato é que, quando eu subo à tribuna, eu não subo para atacar gestão a, gestão b, pessoa a, b ou c. Não me preocupa a característica individual do Prefeito que exerce o cargo de São Luís. Então, quando a gente fala de transporte público, nós temos um problema que é um problema que não é de agora. Desde a passagem do finado Prefeito Castelo pela Prefeitura, o sistema de transporte enfrentava problemas. O problema naquela época foi parcialmente resolvido com subsídio mensal de um milhão de reais para o sistema de transporte. Naquele período, nós tínhamos uma passagem que era em torno de R$2.30, R$2.40, uma passagem mais barata. Um milhão de reais valia bem mais do que vale hoje, por exemplo, afinal, nós estamos falando do período de 2009 a 2012 e o sistema, naquele momento, conseguiu de alguma forma se equilibrar. O que acontece? Precisamos dar nomes aos bois dentro dessa perspectiva de discussão de transporte. A Prefeitura é um problema hoje? É. O sistema, hoje, o sindicato das empresas tem problemas? Tem. O sindicato dos rodoviários atravessa problemas? Também atravessa. O que acontece? A Prefeitura, hoje, se encontra num dilema: num dilema de fazer, de um lado, a mão da popularidade e, de outro lado, a mão do que precisa ser feito. O Prefeito de São Luís, hoje, quer fugir de tudo que se fale em aumento de passagem. Quando a gente coloca uma questão de não aumentar a passagem, nós temos que ter alternativas. Quais são as alternativas que existem? Existe a alternativa de pagar o subsídio. Hoje eles já estão dando subsídios de R$ 2,05 milhões/mês, mais R$ 1,5 milhão de cartão cidadão. Existe a possibilidade da revisão da gratuidade. São Luís, hoje, é uma cidade que tem, uma das poucas capitais do Brasil que tem gratuidade entre os 60 e os 65 anos. A lei federal garante a gratuidade a partir dos 65. Para que vocês tenham uma ideia, só essa gratuidade, entre 60 e 65 anos, custa R$ 02 milhões por mês ao sistema. Ela onera e, infelizmente, há muita fraude da gratuidade do sistema de transporte. O que acontece? A pessoa, vendo o cartão de transporte, aquele cartão fica sendo utilizado muitas vezes, 02, 03, 04 passagens dentro de um coletivo e, claro, que isso vai levando a um desequilíbrio do sistema de transporte. E um outro ponto é a questão da revisão tarifária. Hoje a tarifa em São Luís é uma tarifa que não está ajustada em relação às despesas do sistema de transporte. A gente quer aumentar salário dos rodoviários é muito justo, há uma inflação corroendo salários, precisa haver um reajuste. Nós queremos manter a passagem em níveis de preços adequados, nós temos que fazer uma composição, por quê? Porque o pneu subiu 60%. Presidente, peço só a extensão do horário, um pouquinho. Nós temos uma passagem que o combustível subiu 60% de dois anos para cá. O pneu aumentou, praticamente 80%. Os componentes de revisão dos ônibus também e aí a gente tem uma coisa, todo mundo quer ônibus novo com ar-condicionado, com passagem barata e a prefeitura sem dar dinheiro para o empresário. É uma conta que não fecha. Qualquer pessoa que seja seria e suba à tribuna para fazer uma conta de padaria sabe que o valor do transporte não fecha. Onde que a prefeitura falha? Não falha, falha em ter uma administração não profissionalizada. Hoje o que é que acontece? Tem CPI na Câmara que estão indo apenas em cima do técnico que fez o edital do sistema de licitação. Não tem sentido nenhum. Hoje tem uma Secretaria de Trânsito e Transporte que não dá conta de fiscalizar o sistema. Aí o que eles colocaram? Tiraram o secretário, colocaram um advogado para responder pela pasta, mas quem está mandado é Enéas, que é secretário de Governo. E Enéas é um baita sujeito legal, viu Enéas, você é um cara bacana, mas você não entende nada de trânsito, você não entende. E o Eduardo Braide se coloca um secretário que não tem visão estratégica de trânsito, ele está obviamente errando. E aí a gente sabe que tem o combinadão entre o Sindicato de Transportes, o SET e os Rodoviários, isso tudo é uma pressão para aumentar a passagem. Esse desgaste todinho é para aumentar vinte centavos de passagem. Ele já tem a conta disso e a prefeitura está fazendo queda de braço, já foram gastos contando esses meses agora que eles vão colocar 20 milhões de reais provisionados para o sistema e não melhorou em absolutamente nada, ao contrário...

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO OTHELINO NETO - Peço que liberem o microfone para o Deputado Yglésio concluir.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO - E ao contrário, o sistema tem cada vez mais gerado reclamações. Então, é uma coisa que é culpa só do Eduardo Braide? Não é. Sou homem suficiente aqui para subir e dar nome aos bois: começou com Castelo, seu Edivaldo Holanda passou 8 anos como prefeito de São Luís e não resolveu nada, fez uma licitação malfeita atendendo interesses de A, B e C porque é um prefeito muito gente boa, mas um gestor fraco, como gestor fraco na cidade e deixou uma situação que para o Braide também não é boa, e ele não está se ajudando porque em vez de chamar um profissional para fazer gestão da secretaria, ele colocou o Enéas. Não tem sentido. Então precisa ter uma conversa estruturante em relação do sistema. Essa CPI que está tendo Câmara, pediram prorrogação de prazo ontem, agora que conseguiram os documentos para verificar como é que o sistema está de fato. Então tem muita coisa para ser apresentado ainda a gente conta com a presença, a altivez dos vereadores responsáveis para apresentar um relatório que aponte de fato caminhos. Fato é que do jeito que está não dá para permanecer, essa bagunça do transporte chegou e está cobrando o preço, assim como ensino fundamental vai cobrar, vai estourar a bomba da saúde também, está tudo já armado esperando as coisas acontecerem. Por quê? Porque ninguém enfrenta os problemas, cada sobe muitas vezes para tentar fazer política e muitas vezes a coisa atrapalha. Era isso, Senhor Presidente, muito obrigado.

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