22/02/2022 - Grande Expediente Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Obrigado, Presidente. Bom dia a todos, bom dia a todas! Para nós é uma satisfação poder subir a essa tribuna diante de uma plateia tão qualificada. Lamentavelmente, nós estamos vivendo um momento na Assembleia que é muito complicado. E eu espero que, de coração, Presidente, isso seja resolvido internamente como deve ser. Afinal, essa Casa aqui todo dia custa ao bolso do contribuinte, a quem coloca um litro de gasolina e deixa um real e oitenta de imposto, todos os dias, custa um milhão e trezentos e cinquenta mil reais para a gente ficar numa situação como essa sem votar na Assembleia Legislativa. Então que, de fato, os problemas internos da Casa sejam resolvidos internamente, porque desestimula bastante isso aí. Eu subo à tribuna, primeiramente, para tratar de uma situação que aconteceu na semana passada e que já aconteceu de maneira reiterada dentro do UDI Hospital depois que foi transferido para a gestão da Rede D’Or. O UDI Hospital foi vendido para a Rede D’Or e os funcionários têm sido coagidos dentro do seu trabalho, coagidos, assediados, e até segregados. E como isso tem acontecido? As pessoas estão tendo que ser revistadas na entrada e saída do trabalho. Nós temos recebido inúmeros vídeos mostrando isso e, lamentavelmente, há uma divisão, inclusive em quem tem bolsa revistada e quem não tem, pesando mais ainda a dificuldade em cima do trabalhador que tem uma renda inferior. Os trabalhadores, principalmente técnicos de nível médio, técnicos de enfermagem, técnicos de radiologia, acredito que tenha chegado também aos enfermeiros que não têm um alvo salarial grande dentro do hospital e que também são submetidos a jornadas estafantes de trabalho e, mesmo assim, essas pessoas, em vez de terem o mínimo de consideração do hospital, por conta de incidentes isolados, todos estão pagando. Então, o trabalhador na verdade tem sofrido muito, nos últimos anos. A precarização do trabalho, a precarização da CLT, redução de direitos, dificuldades, desemprego no Brasil como um todo e isso não é um privilégio, não é um destino exclusivo de quem é da saúde. Essa semana nós tivemos uma das maiores decisões na direção do autoritarismo que o ativismo judiciário já conseguiu produzir aqui em São Luís. A Desembargadora Solange editou uma decisão que mandou prender uma diretoria de sindicato toda, e olha que eu já subi a esta tribuna para falar justamente do problema do Sindicato dos Rodoviários, do acórdão que a gente sabe que existe com o sindicato dos empresários em direção a movimentos, visando principalmente ao aumento de passagem e de subsídio tarifário, mas claro que a gente não pode chegar, como a desembargadora do Trabalho chegou, com apenas uma audiência de conciliação. A gente sabe que a primeira audiência é muito tensa, na seguinte já foi colocada a prisão de 15 diretores de sindicato, diretor de comunicação, todo mundo, os filhos dessas pessoas entraram em contato comigo, desesperados, nas suas redes sociais. Veja só, hoje a gente sabe que as empresas estão aqui, o trabalhador bem aqui, o instrumento que o trabalhador tem para buscar melhorias salarias, melhorias das condições de trabalho, para dizer “não” à tentativa de quem quer demitir os cobradores para tentar equilibrar o sistema, já que a prefeitura não cumpre a obrigação dela também de executar o contrato, infelizmente tem que se falar de reajuste, infelizmente ninguém gosta de falar de reajuste, mas tem um sistema de transporte que está quebrando todo dia, a gente sente isso na pele, no trabalho, a gente sente isso inclusive nas competições esportivas. Tivemos jogo, sábado, do Moto Club, por exemplo, contra o Pinheiro, e não tivemos o público que poderíamos ter por conta da greve de ônibus. Então, fica aqui, não vou usar a palavra repúdio, mas a minha discordância expressa com a decisão da magistrada e o método que foi utilizado. Faltou conciliação, faltou diálogo. O trabalhador voltou para o trabalho para não ser preso, imagine se todo mundo começar a adotar uma postura de quem não concordar com as condições de trabalho e perder o seu direito de greve e for preso. Nós vamos caminhar, passo a passo, novamente, rumo a uma ditadura e, pasmem vocês, ditadura de quem deveria zelar pela aplicação da lei da democracia, do que eles gostam de chamar o tempo todo de Estado Democrático de Direito. A gente tem aqui a Assembleia cheia de pessoas buscando os seus direitos quando são defensores, procuradores, são juízes, são bem recebidos. A gente não recebe aqui no plenário da Assembleia Sindicato de Rodoviários, a gente não recebe aqui na Assembleia, representantes dos urbanitários, dos agentes de endemias, peço inclusive, Presidente, que se veja a questão aqui da galeria de novo que a covid já está dando para gente ter uma sinalização de reabrir a galeria para que o povo volte aqui a essa Casa, porque é muito importante que isso aconteça, as pessoas precisam, os vulneráveis precisam ter acesso aqui à Assembleia. A Assembleia não pode virar um celeiro apenas de direitos quando a gente tem as pessoas com contracheque acima de vinte mil reais, a gente precisa aqui se posicionar todo dia por todo mundo. Então, fica esse registro, chega, chega de oprimir as pessoas da ponta, as pessoas que não têm quem defenda, as pessoas que estão aí lutando para ter cem, cento e cinquenta reais a mais num contracheque ou num vale-refeição dentro da sua empresa, os oitocentos, novecentos cobradores do sistema que não estão querendo ficar desempregados para não passar fome em casa, porque eu vou dizer uma coisa fome é uma coisa que dói, você ter ali um filho seu que você não tem condição de dar um prato de comida para ele isso é de cortar o coração, pode ter certeza, e são essas pessoas que a gente está restringindo os direitos. O Judiciário quando manda prender um sindicato, ele está passando uma sinalização que o trabalhador não tem importância, infelizmente, e é uma Justiça do Trabalho, uma Justiça que, historicamente, sempre defendeu os menores, que é vulnerável na relação, infelizmente, tem um monte de gente que não pega ônibus, que não passa fome em casa, que vai para rede social tentar nos cercear liberdade de expressão quando a gente expõe um absurdo desse. Veja só, trabalhador preso, um sindicalista preso, 15 sindicalistas presos, por quê? Porque estão fazendo greve. Imagina aqui se eu tivesse aqui um plenário, uma polícia desarmada que fosse fazer uma manifestação pacífica, porque infelizmente não tem o direito de greve previsto no ordenamento jurídico, mas nós mandássemos prender porque as pessoas estão querendo ter condições de trabalho, um deputado que não pudesse subir à tribuna para falar, que fosse ser processado por um promotor ou um juiz, pela sua opinião, imagina isso. Ou seja, a organização sindical criminalizada, claro que esses Sindicatos eles têm vieses que são muitas vezes disputas políticas, que às vezes até atrapalha a categoria, mas nada pode sobrepor o direito da categoria ter greve, porque senão não tinha apoio, porque se fosse um movimento só comandita, de cabide lá em cima, não teria tanta paralisação. As pessoas estão tentando lutar pelos seus trabalhos, pelas suas vidas, pelos seus direitos, pela comida na mesa, ninguém está brigando para ter uma prestação de carro do ano não, aumento para isso. Estão brigando é para não comer ovo em casa todo dia, é para não ter que abrir lata de sardinha de domingo a domingo, é para isso que as pessoas estão lutando, e é por isso que a gente precisa se posicionar. Recebi uma denúncia ontem de uma mãe que inclusive foi minha aluna na Universidade Ceuma, uma mãe que hoje é médica, que é uma das coisas que mais nos revoltam em relação à Escola Crescimento, criança de 11 anos, criança com autismo que chegou em casa, de maneira repetida, não foi um episódio, várias vezes a criança com hematomas com sinais de agressão dentro da escola. Acusação. A acusação que a menor das iniciais P. A. M. S. R., de onze anos, faz para a sua mãe, para sua genitora é que teria sido a professora. Isso precisa ser avaliado. Se foi a professora, se foi o coleguinha que de toda a forma não consegue conviver com a criança com autismo, porque nossas escolas não estão preparadas e isso é verdade. O fato é que a escola comete um abuso gigantesco quando não libera as imagens. E sabe por que eu digo isso aqui com propriedade que eu sei que é verdade? É porque eu já tive filho na Escola Crescimento. Filho que foi agredido por colega dentro do corredor e que eles relutaram para cederem as imagens. Só mostraram as imagens depois que eu fui lá com a direção e um advogado super arrogante. Ainda tentou maltratar minha esposa, falando alto com ela pelo fato de ela ser mulher e, quando eu cheguei, baixou a rotação dele. Um claro machista, uma clara falta de tato dentro da escola. E está aí a mãe desesperada, já fez denúncia em blog de uma criança que está sendo agredida na escola. Está dizendo que foi a professora. A gente não tem comprovação disso, mas temos que saber o que está acontecendo. E o que mais têm naquele Crescimento é câmera, o que mais têm. A escola não tem direito de uma criança chegar cheia de hematomas em casa e não mostrar a imagem para o pai. O dia que uma escola em que um filho meu estiver fizer isso comigo, a confusão vai ser grande. Então eu digo para a mãe: não aceite. Procure todos os órgãos. Venha até o gabinete. Vamos fazer representação para o Ministério Público também. Isso é um verdadeiro absurdo. O Conselho Tutelar tem que intervir. O Crescimento não tem direito de fazer isso com os pais e mães, principalmente as pessoas que sabem a luta que é todo dia cuidar de uma criança com autismo. Isso é lamentável. Para finalizar aqui, por que eu registrei a minha presença mesmo sendo da base aliada do Vice-Governador Carlos Brandão, principalmente porque sou pago para estar aqui na Casa para votar projetos que vêm, projetos do Executivo, projetos que sejam de outros colegas deputados. Eu não acho que isso aqui resolva, ficar 40 minutos parados na sessão sem votar nada. Quem não fez discurso hoje, aqui Assembleia, não teve produção e não me deixaram votar no projeto de lei. Lamentavelmente. Por quê? Porque nós estamos obstruindo porque tem uma discussão em cima da CCJ. O Governo tem que sentar com o Presidente. Esse é o caso. Nós estamos aqui de bancada, uma disputa de bancada dentro de comissão. Vamos sentar e dialogar. Agora eu sei: não está tendo diálogo fora. Está trazendo esse espetáculo de horror aqui para Casa. E, diferente do que foi falado, a Casa não é de apoio ao Executivo; a Casa está caminhando com o Executivo. O Executivo manda o projeto; a Assembleia analisa o projeto. Não está aqui o Executivo e aqui a Assembleia Legislativa do Maranhão. Quem acha que a Assembleia tem esse papel não devia nem estar aqui sendo deputado, porque a Assembleia Legislativa é para representar os interesses do povo do Maranhão. E para finalizar com notícia boa, porque a gente precisa de notícia boa, queria agradecer primeiramente aos deputados que colaboraram aqui, nos últimos dias, nessa venda, fiz uma venda de ingresso do Moto aqui no Plenário para fazer um levantamento de um recurso para a transferência de jogador, porque futebol é coisa cara, Deputado Edson. Agradecer a todos que colaboraram, de fato, e mostrar que nós vencemos o jogo, ganhamos do time do Pinheiro por 2 x 0. O time do Pinheiro é um time que já treina junto há bastante tempo, time que tem uma folha salarial que é o dobro da folha do Moto Clube, mas nós estamos mostrando que a organização dentro de campo, o comando do time, tem levado o Moto a resultados que muitos daqueles que disseram que o time era um time de R$ 1,99 e que ia ser rebaixado, mas nós estamos na final do Campeonato Maranhense do Primeiro Turno. Um alô aí para a torcida motense. Muito obrigado.

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