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O SENHOR DEPUTADO ZÉ INÁCIO LULA (sem revisão do orador) - Senhora Presidente Cleide Coutinho, Deputada Betel, Deputada Socorro Waquim, colegas parlamentares e imprensa, galeria e todos que nos acompanham pela TV Assembleia, também me inscrevo para falar sobre a importância do dia de hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Essa data se iniciou lá em 1909, quando as mulheres começaram a se organizar para lutar por direitos àquela época, sobretudo os direitos civis. Entre esses direitos, a luta pelo direito de votar aqui no Brasil. Somente em 1932, as mulheres tiveram a oportunidade de votar nas eleições. Vejam que, durante muito tempo, décadas, séculos, as mulheres tiveram negados os seus direitos na relação, na comparação com direitos que já haviam sido adquiridos pelos homens. E hoje a luta continua sendo por mais direitos, por mais respeito por dignidade e pela liberdade de manifestação de pensamento. E a luta tem que ser diária, inclusive para que tenhamos mais mulheres na política. E esse é um ponto importante que eu faço questão de destacar aqui, até para fazermos o paralelo com esses últimos acontecimentos de desrespeito, de violência às mulheres no Brasil. É notório que a realidade da mulher mudou bastante no último século. Essa mudança, logicamente, foi protagonizada pela luta incessante, luta cotidiana e incansável de milhares de mulheres. Entretanto, mesmo com vários avanços obtidos nesses últimos anos, muitas daquelas lutas ainda são atuais e inspiram ainda o movimento feminista. E é por isso que as mulheres têm constantemente se organizado nos movimentos sociais, tendo uma participação política nos partidos políticos muito maior para ter mais voz e vez e continuam nas ruas lutando, reivindicando direitos. E quando eu me refiro à política, para fazer uma referência à fala do deputado, das declarações de teor machista, sexista, feitas pelo deputado estadual Arthur do Val, do Podemos, de São Paulo, conhecido como “Mamãe falei”, que merece nosso total repúdio, como as deputadas aqui estão já articulando documento para que esta Assembleia possa se manifestar e repudiar publicamente, mostrando qual é a voz da Assembleia Legislativa do Maranhão quanto a esse absurdo pelas circunstâncias que o deputado fez, a gente não pode desconsiderar isso da conjuntura política. É importante dizer que este deputado Mamãe falei é ou era pré-candidato do também pré-candidato a presidente Sérgio Moro ao governo de São Paulo. Por que destaco isso? Porque nós não podemos simplesmente minimizar esse tipo de fato sem fazer a relação com a política. Ele também fazia parte ou faz parte do MBL, que é um movimento organizado no Brasil da jovem direita que tem a sua base principal no estado de São Paulo. Ele se elegeu um dos deputados mais votados do estado de São Paulo, exatamente porque defende esse pensamento, esse pensamento da direita que não reconhece a mulher como ser humano, como alguém que tem que ter dignidade, mas que desmerece a mulher como uma categoria de segundo plano. Então, nós não podemos desconectar o pensamento da direita que hoje representa esse jovem do MBL, que tem Sérgio Moro como pré-candidato a presidente da República. Para concluir, senhora presidente, tem também a direita conservadora que apoia Bolsonaro, que são aqueles mesmos que negam o direito às mulheres, como ele vem fazendo nesses anos que governa o Brasil, retirando política de proteção social, retirando políticas econômicas, retirando...

A SENHORA PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADA DRA. CLEIDE COUTINHO - Por favor, pode continuar, deputado.

O SENHOR DEPUTADO ZÉ INÁCIO LULA - Retirando direitos que garantem a proteção social e econômica das mulheres. Por isso que a garantia da retomada da democracia é importante, derrotando Moro, derrotando Bolsonaro, para que, de fato, o Brasil retome uma pauta feminista como prioridade. E V. Ex.ªs sabem qual é a saída para que a mulher tenha voz e vez? É Lula presidente do Brasil, porque, quando o PT governou o nosso país, garantiu espaço, dignidade e direito para as mulheres. Não foi à toa que o Partido dos Trabalhadores elegeu a primeira mulher presidente do Brasil, porque a pauta de gênero é uma pauta que faz parte.