Discurso - download do áudio

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) - Eu não sei se nós temos presidente de sessão agregado com a função de mestre de cerimônia, tamanha a competência na apresentação do currículo do professor Wellington, Carlos Wellington de Castro Bezerra. Bom dia a todos. Eu aproveito, inclusive, o gancho do Deputado Wellington para falar em relação à presidência do Moto Clube e tratar um pouco da pauta do esporte hoje. Tem sido muito difícil, enquanto dirigente de futebol, aqui no Maranhão, nós avançarmos com uma qualidade melhor de espetáculo, e isso aí a gente tem uma multifatoriedade que explica. A primeira delas é a dificuldade da iniciativa privada de agregar do ponto de vista do marketing esportivo, do ponto de vista dos patrocínios. Claro, isso aí é uma dificuldade. E este ano, comparativamente, nós conseguimos fazer o que o Moto Clube, por exemplo, nunca tinha apresentado patrocinadores, mas ainda muito longe do que a gente precisa do ponto de vista da realidade do financiamento do esporte. Fazer futebol, fazer espetáculo, isso custa muito caro, custa tão caro que, muitas vezes, a iniciativa privada não vê no futebol uma forma de tirar aquele investimento, mas isso é um grandioso engano. Por quê? Porque o que a gente tem em termos de clipping, de matérias, de exposição de marca dentro do esporte, de comentários de engajamento em rede social é muito grande. Lamentavelmente, a gente, às vezes, tem muita dificuldade ainda de encontrar patrocinadores. Precisa ser mudada essa filosofia e, aos poucos, claro, a gente vai mudando. Ano a ano, vão sendo feitos campeonatos maranhenses. Campeonatos maranhenses que precisam de incentivos. E esse ano, lamentavelmente, não foi pago o recurso do campeonato maranhense. O Secretário que estava em frente à pasta, um grande amigo, mas não tratou aí, a própria federação juntamente com a imprensa que está acostumada fazer cobertura ali não se movimentaram. E a gente entrou no Moto em um momento de transição, no mês de dezembro, campeonato já começando em janeiro e não foi feito o projeto. O projeto foi feito no meio do campeonato. Deixaram a coisa solta. A verdade é essa. Não houve interesse da Sedel, lamentavelmente, da gestão anterior. E está aí. Nós estamos terminando o campeonato maranhense. Hoje, quarta-feira, último jogo e ninguém recebeu um centavo. E aí como é que faz futebol de maneira descente? Como é que se faz espetáculo para as torcidas? Como se aumenta o engajamento da população, da juventude no esporte se não tem nenhum incentivo? O clube profissional tem que receber. Bem aí do lado, no Pará, eles estão dando 400 mil para um time, 1 milhão de reais para outro clube. O Ceará só conseguiu sair da lama no futebol e transformarem os times, hoje, em potências nacionais porque teve investimento do Governo. E, lamentavelmente, nesses últimos anos do Governo do Estado o futebol foi visto como um esporte marginal. Nos clubes de futebol não se vai discutir, Deputado Antônio, o que foi feito por presidente anterior de cada clube e de como é conduzido, mas o fato é que recurso, Deputado Hélio, não chega e precisa ter investimento no futebol. Sabe por quê? Porque na hora todo mundo utiliza do futebol do ponto de vista político, quando quer fazer a sua eleição, aí, na hora de fazer o investimento no futebol, não quer pagar o futebol. Como é que faz? A gente, hoje em dia, tem 700 pessoas. Sampaio Correa, que é um rival nosso, por exemplo, em relação ao Moto, tem jogo que tem 100 torcedores no estádio. Jogo dá dez mil reais de prejuízo. Como é que faz espetáculo sem dinheiro? De onde é que tira para trazer jogador bom? Porque hoje a gente consegue trazer jogadores, em boa parte, de baixíssimos salários. Deputado Jota Pinto já sentiu na pele o que é isto aí, falta de apoio de Governo. Então a gente precisa pagar o campeonato maranhense. No último dia do campeonato, não pagaram um centavo. Verdadeiro absurdo, desrespeito com o futebol, desrespeito com os clubes, desrespeito com as torcidas. Vamos levar a sério o que está acontecendo. Já está tramitando há muito tempo. Hora de pagar.