28/03/2023 - Pequeno Expediente Florêncio Neto Florêncio Neto

Florêncio Neto

Aniversário: 20/03
Profissão: Advogado

Discurso - download do áudio



O SENHOR DEPUTADO FLORÊNCIO NETO (sem revisão do orador) - Senhora Presidente Iracema, senhoras e senhores Deputados, imprensa aqui presente, servidores desta Casa. Senhora Presidente, inicio a minha fala aqui pedindo a Deus que possa controlar a emoção ao ponto de concluir todo o meu discurso. Isso porque, Deputado Pará, trago, hoje, a essa tribuna um acontecimento lamentável, triste, cruel que aconteceu na minha cidade, na última semana. Infelizmente, falo de certa forma até constrangido, porque estou falando de uma instituição que tenho um enorme carinho, porque estudei lá naquela escola, na cidade de Bacabal, a Escola Adventista. A maioria dos meus primos, dos meus sobrinhos estudam lá na Escola Adventista, mas é preciso trazer para a tribuna desta Casa que é o nosso espaço de voz e, portanto, o lugar que a gente pretende dar voz a todas aquelas pessoas que estão sofrendo. E hoje trago a essa tribuna uma situação lamentável, vexatória que aconteceu lá na cidade de Bacabal, envolvendo uma mãe e uma criança neuroatípica. Estou falando da Bruna, que é uma enfermeira da cidade de Bacabal, e do Alê, o seu filhinho de cinco anos, que é uma criança que tem autismo. O autismo não é uma doença, portanto não tem cura; é uma condição. E a Bruna, que é essa mãe, teve notícias de fatos lamentáveis que se passava naquela escola com o seu filho Alexandre. Ele que; na tentativa de autorregulação; quando estava sujeito a algumas situações de muito estresse, ele acabava desenvolvendo, algumas crianças com autismo começam a correr muito rapidamente, outras fazer vários movimentos com as mãos, e o Alê ia para o grito. O Alê acabava levantando a voz, aumentando a voz e, às vezes, tinha episódio de fazer esses gritos em sala de aula, senhoras e senhores Deputados. E a maneira pedagógica que foi encontrada por aquela professora, ali na sala de aula, foi pedir, Deputado Neto Evangelista, que as crianças fossem, Deputada Fabiana, uma a uma até o ouvido do Alê, gritar no ouvido do Alê, para que essa fosse a pedagogia que ele entendesse que não era legal, não era salutar e não era justo que ele tivesse que gritar em sala de aula, Deputado Júlio. Eu estou consternado com essa situação. Eu, que fui pai de criança também neuroatípica, sei o que sofre um pai, uma mãe, que a única coisa que querem é envolver o seu filho da melhor forma possível, é incluí-lo, é cuidar dele, e poder, na minha cidade, numa escola particular, na escola de mensalidade mais cara da cidade de Bacabal, ver uma situação lamentável como essa acontecer. Deixo aqui esse registro em nome, sim, do Alê e da Bruna, mas em nome de todos os pais e mães que precisam ainda enfrentar essa situação. Nós temos, segundo levantamentos, 1 a cada 50 crianças no Brasil, hoje, são autistas. E as escolas, infelizmente, ainda não estão preparadas para receber e para incluir da melhor forma possível essas crianças no seu dia a dia, certamente, essa não é a melhor orientação pedagógica. Eu estou falando aqui de responsabilidade civil e criminal de todos os envolvidos nessa situação. Eu estou falando aqui que isso não pode ficar dessa forma. Eu estou falando aqui que essa mãe e essa criança e todas aquelas pessoas que, de certa forma, estão envolvidas nessa situação precisam se manifestar e algo concreto precisa acontecer, Deputado Júlio. Nós temos amparo legal, nós temos previsão tanto no nosso ordenamento penal quanto no ordenamento civil. Fica aqui registrada, nesta tribuna, a minha indignação e também a minha solidariedade com essa crueldade, porque eu não consigo utilizar outra expressão para isso que aconteceu semana passada na minha cidade. O meu gabinete está à disposição, eu como advogado estou à disposição para que a gente tome todas as medidas cabíveis que a mãe e que o Alê precisem e desejem adotar. Eram essas, senhora presidente, as minhas palavras. Voltarei, muito provavelmente, no Tempo dos Blocos para falar da minha cidade e daqueles ribeirinhos, daquelas pessoas que estão ali fortemente atingidas pelas chuvas, e o que nós fizemos lá essa semana. Mas quero aqui deixar registrada essa falta de respeito e de dignidade com essa criança com autismo na cidade de Bacabal. Que Deus abençoe a todos nós, que Deus abençoe a Bruna, que Deus abençoe o Alexandre.

+ Notícias
banner-ouvidoria

ATENDIMENTO

Palácio Manuel Beckman
Av. Jerônimo de Albuquerque - Sítio do Rangedor - Calhau
São Luis - Maranhão - CEP: 65071-750
Telefones: (98) 3269-3000 | 3269-3001

EXPEDIENTE

De segunda a sexta-feira das 8h às 18h

SESSÕES PLENÁRIAS

• Segunda-feira: a partir das 16h;
• De terça a quinta-feira: a partir das 9h30.

AGÊNCIA ALEMA