24/05/2023 - Tempo dos Blocos Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

Discurso - download do áudio



O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – O grande problema é que a gente percebe que está descambando essa discussão da Casa para o mesmo debate lá de fora, uma coisa violenta que não tolera o contraditório, e eu assim, subo à tribuna pra dizer que não me incomodo com ninguém quando sobe para falar o que quer que seja nessa Casa. Ora, se estou preocupado se o cara está fazendo a mensagem para Bello, para Cida Gonçalves, para Marcola, não é para V. Exª., presidente, isso aí, usei a Cida só especificamente só para não restar dúvidas aí, porque tudo aqui está sensível agora a temática na Casa. Se Deputada Mical quiser colocar aqui para o presidente Jair Bolsonaro, para o Anderson Torres, para quem quiser colocar aqui a sua medalha. Essa Casa aqui é uma Casa plural. Não tem obrigação de pensar e nem de exigir o pensamento de meu colega, de forma alguma igual ao meu, mas também não tenho direito de colocar palavras aqui na tribuna que meu colega não disse. Como é que sobe aqui ou levanta questão de dizer que se falou de deputada Andreia aqui nessa Casa? Se falou em tentativa de cerceamento lá embaixo, de intervenções que querem dizer o que deputado pode ou não pode falar aqui! Se é válido ou não falar de uma pessoa que está recebendo a maior comenda da Casa. Gente, a que ponto a insanidade autoritária chegou? De não se querer que o colega que chega uma medalha para a pessoa que tem posição pró-aborto, ontem, eu não quis interromper para não dizer que estava sendo desagradável no momento de votação da medalha do meu colega, mas tem três páginas de entrevista da ministra Cida, dizendo que aborto é uma questão que ela não discute, hoje, no Congresso, porque eles têm medo de perder na posição política, deputada Mical, não é porque ela seja contra o aborto, ela não quer discutir o aborto agora em que o Congresso tem uma maioria de direita, não quer discutir o aborto, porque o Congresso tem maioria de direita, deputado Ricardo, e eles sabem que o que o for a Plenário irão perder, mas eu não estou nem entrando nessa lógica agora, porque aborto já tem as hipóteses legais colocadas e que se quiser discutir modificação, vai-se para o embate da lei, não é dando pulinho aí, duplo twist carpado, em cima levando para o STF. Porque virou essa safadeza, infelizmente, aqui no Brasil, um STF que pula as etapas, que atropela o Legislativo, e tem muito deputado silenciando para fazer graça ou com medo porque tem o rabo preso. Graças a Deus que aqui eu não tenho o rabo preso com ninguém, então, eu subo e falo o que precisar falar. Tem uma frase, Deputada Mical, já vou lhe conceder o aparte, que é muito interessante: “nunca é alto o preço a se pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo.” Eu não pertenço a ninguém aqui. O meu mandato é de quem acreditou em mim, o povo. Eu não tenho mandato dado por ninguém aqui. Eu não sou sucessor de ninguém. Eu sou construtor do meu próximo passo, todo dia aqui, nessa Casa. Então eu subo aqui com essa tranquilidade. Por isso que, na hora que eu falo, eu falo com argumentos, amparado, regimentalmente, com dados. Eu não venho aqui para falar: Ah! E porque eu acho que a cor azul não é azul; é rosa. Não, eu venho falar aqui, se precisar falar, da refração que passa da cor no ar para mudar a coloração, eu vou subir aqui para falar. Então eu trato das coisas assim. Então liberdade de...

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO RODRIGO LAGO - Eu peço que a Mesa ligue o microfone do Dr. Yglésio.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Obrigado, Presidente. Então liberdade de fala para um parlamentar é a coisa mais importante. Isso aqui é o ar que a gente respira. A partir do momento em que a gente começa a ser interpelado pelo que se está falando dentro de uma tribuna, em que a gente passa a ser estuprado nas nossas opiniões, porque isso aqui é um estupro... Deputado Davi, imagina V. Exa. não poder falar de uma coisa em Bacabal, ou nas suas bases eleitorais, ou a sua opinião sobre o que está acontecendo no país, porque alguém acha que sua opinião passou do ponto e V.Exa. não pode ofender agora, passar do ponto. Eu tenho um processo de uma defensora pública do Estado que é uma vergonha a sentença do 1º grau que o juiz deu. Eu não citei o nome da cidadã. Eu coloquei grupo derrotado na eleição da Defensoria. Ela pegou para ela aquilo ali, pegou para ela aquela alcunha, me processou e achou um juiz que, magoado porque quando era vice-presidente da AMA, ali do grupo do Olidíce, tem uma magoazinha comigo, passa por mim e não aperta minha mão. Ele ficou magoado. Por quê? Porque eu fiz uma nota de repúdio à AMA em resposta a eles fazerem uma nota de repúdio a mim. E olha o que foi a nota de repúdio: defendo Sidarta Gualtama Farias, o mago da agiotagem judiciária do Maranhão. Tiveram coragem de fazer uma nota de desagravo ao Sidarta de repúdio a mim. Ou seja, o sentimento corporativo tão forte, da mesma forma que se tivesse um estuprador aqui dentro desta Casa, um estuprador, alguém violentando menores, a gente chegasse aqui para lavar nossas mãos, e ainda defender: “Não, ele é estuprador, mas ele é deputado. Está tudo bem.” Se tiver algum estuprador um dia aqui nesta Casa, pode ter certeza, eu não vou lavar minhas mãos. Eu não vou lavar, pode ter certeza, absoluta. Se chegarem para mim aqui provas, não vou lavar mão. Então nós não podemos perder a nossa liberdade. Estão tentando tirar a nossa liberdade de falar, porque isso aqui não é uma vontade nossa. Isso aqui é um instituto para preservar a possibilidade dos invisíveis falarem através de nós, das pessoas que ontem me mandaram um problema aqui de uma Escola Militar em Ribamar, que uma aluna entrou com uma faca dentro da escola para tentar se matar, mas foi impedida por funcionários da escola. A pessoa tem medo de falar porque é funcionária, e o que ela faz? Ela chama o deputado dele que tem imunidade para falar, para eu poder subir aqui. Eu não estou com a foto, eu não estou com o vídeo, mas eu estou com uma denúncia que precisa ser apurada. Se fosse uma pessoa sem mandato, Deputado Florêncio Neto, o que iam fazer? Processar. ‘Tu não tens prova. Prova agora que isso aconteceu dentro da escola’. Imagina a vida do cidadão como seria se não tivesse um deputado para trazer a voz dele para cá, protegida. Então, o instituto da imunidade é uma proteção da sociedade, não é blindagem, Deputada Mical, para o deputado fazer o que quiser, não é blindagem para cometer crime de opinião. Ele tem a liberdade de, às vezes, até errar, mas é um erro que a sociedade ampara, porque é na busca de uma coisa justa. Quem sobe aqui não sobe para errar querendo ferrar ninguém. Até quando erra num pronunciamento, tem a oportunidade de se retratar e uma série de coisas. Quem já foi aqui, Presidente Rodrigo, resgatar um recurso de um erro in judicando de uma decisão judicial? Quem já pôde processar um juiz? Ninguém. Porque isso é amparado. O juiz tem essa defesa. Imagina se os juízes tivessem o tempo todo que pensar se ele está errando de alguma forma, porque ele pode errar o julgamento dele, errar sem querer, e ele fosse pagar um processo toda vez? Ninguém iria ser juiz. Da mesma forma, se os parlamentares começarem a ser criminalizados por suas opiniões, começar essa coisa aqui de ser cerceado por colega em plenário, falar em cerceamento é uma coisa ampla, cerceamento não é só pegar o microfone. Cercear é inibir toda vez que uma mulher se levanta para dar sua opinião. Cercear é comentar, de maneira depreciativa, toda vez que alguém faz intervenção, porque isso vai minando a segurança das pessoas. Numa democracia, os pensamentos devem ser livres. Tem aí um ministro da Justiça dizendo que acabou a liberdade de expressão absoluta do país. Isso aí não dá nem para discutir porque é delírio de tiranete. Isso não vale nem a pena comentar, porque dá pena de a pessoa imaginar que, num país como mais de 200 milhões de habitantes, vai conseguir cercear a liberdade por decreto do Ministério da Justiça. Só devaneio de tiranete para chegar a esse ponto, mas sigamos. Então, nós temos um momento muito difícil do país. A esquerda está aí comandando o poder já desgastado. O governo Lula já passou dos 55%, está com 57% de desaprovação. O inferno para ele já começou! Pagaram o que foi o preço? Está começando a ser pago agora pelo que eles fizeram na eleição. E é um preço que é muito maior do que o preço legal. É venda de alma. Pactos aí que foram feitos muito maiores para que as coisas chegassem até onde estão. Estão aí no poder, mas não vão governar porque tem um governante maior, e as respostas vão ser dadas, com certeza. Eram essas as palavras, presidente. Muito obrigado.

+ Notícias
banner-ouvidoria

ATENDIMENTO

Palácio Manuel Beckman
Av. Jerônimo de Albuquerque - Sítio do Rangedor - Calhau
São Luis - Maranhão - CEP: 65071-750
Telefones: (98) 3269-3000 | 3269-3001

EXPEDIENTE

De segunda a sexta-feira das 8h às 18h

SESSÕES PLENÁRIAS

• Segunda-feira: a partir das 16h;
• De terça a quinta-feira: a partir das 9h30.

AGÊNCIA ALEMA