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O SENHOR DEPUTADO OSMAR FILHO (sem revisão do orador) - Excelentíssima Senhora Presidente, Deputada Iracema, colegas deputados e deputadas, galeria, distinta imprensa, funcionários da Casa e toda a população que nos acompanha aqui também por meio da TV Assembleia. Senhora Presidente, inicialmente, eu quero agradecer a todo plenário, à Mesa, principalmente que, de forma unânime, aprovou um Requerimento de Moção de Pesar aos familiares de um grande amigo, Rui Alberto, um amigo que me acompanhou, desde o início da minha trajetória política e que, infelizmente, nos deixou, vítima de um infarto. Eu quero aproveitar esse espaço para homenageá-lo. O Rui, que era além de um grande amigo, era conhecido também pela imprensa maranhense e tinha um blog que fazia a cobertura política de São Luís e do Maranhão. Era um jovem promissor de futuro, de apenas 37 anos de idade e que infelizmente nos deixou. Quero aqui prestar esta homenagem da tribuna da Assembleia Legislativa aos seus familiares, aos seus amigos e a todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer e conviver com o Rui Alberto, ao tempo, que quero trazer um assunto aqui também preocupante. Que foi o desabafo externado pela mãe do Rui, quando buscou o atendimento a ele na unidade do Socorrinho, no bairro do São Francisco. Segundo relatos dela, dos familiares e de pessoas que estavam naquele momento lá no Socorrinho, houve negligência no atendimento, não tinha um desfibrilador, não tinha papel para fazer o eletro e outras medidas também não foram adotadas, porque no momento havia ali troca de turno de médico, enfermeiro saiu para almoçar mesmo sabendo da gravidade. A mãe saiu de ônibus do Maiobão, chegou até a unidade do socorrinho do São Francisco e a enfermeira ainda não tinha voltado do almoço. Eu quero externar aqui também, da tribuna da Assembleia Legislativa, pedir que a Comissão de Saúde desta Casa, possa acompanhar de fato o que está ocorrendo ali naquela unidade e em outras unidades também. Para que os culpados pela negligência, possam ser responsabilizados e, principalmente também, que outras famílias, o exemplo da família do Rui, não possam estar neste momento chorando enterrando um ente querido. Então fique aqui este nosso desabafo também. E fica aqui às autoridades. A Comissão da Assembleia, da Casa, eu mesmo vou acompanhar de perto a negligência que, porventura, houve neste caso lá no   Socorrinho do São Francisco. É  um  bairro onde eu atuo diretamente enquanto político,   enquanto vereador. Já destinei emenda para reforma e revitalização do bairro do Socorrinho. Enquanto vereador, destinei também uma emenda para uma ambulância e, pasmem, no momento em que estava acontecendo o fato, não havia sequer uma ambulância para poder transferir ele para uma outra unidade que pudesse atender com uma maior complexidade e tentar salvar a vida dele.  Então fica aqui a nossa atenção por conta do ocorrido, por conta da negligência denunciada pelos familiares. Ao tempo que também deixo aqui a minha homenagem ao grande amigo que a vida e que a política me proporcionou que foi Rui Alberto. Deputado Neto está solicitando aparte, eu concedo   o aparte a Vossa Excelência.

O  SENHOR  DEPUTADO  NETO  EVANGELISTA (aparte) -    Deputado Osmar,    primeiro, me solidarizar com a família, com Vossa Excelência, amigo do Rui que esteve  ao nosso convívio  por muitos anos, uma boa pessoa,   um jovem entusiasmado com a vida, que, como outros jovens, perdeu a vida por negligência. É triste a gente ver   essa situação, a gente ver a situação da mãe. Inclusive, eu assisti a todo o vídeo dela. Nem todo mundo consegue assistir ao vídeo daquela senhora, porque é um vídeo que   dói.  Vossa   Excelência   vê na fala dela dói.  E   perder um filho, obviamente, é algo inexplicável.  Alguns amigos sabem o que é isso e só eles sabem, porque só quem passa por isso tem como saber.  Mas Rui perdeu a vida não só por negligência médica, como relatado por Vossa Excelência, mas por falta de estrutura no sistema de saúde da cidade. A própria mãe dele relata muito bem isso. Eu vejo algumas instalações de Socorrinhos, na cidade de São Luís, e conversava com Vossa Excelência que o Socorrinho não é uma Unidade Básica de Saúde, o Socorrinho foi feito para socorrer vidas, mas a gente vê a falta de interesse da gestão municipal em colocar esses equipamentos públicos de saúde para funcionar na sua plenitude. Vossa Excelência muito bem relatou que não foi feito um eletrocardiograma porque não tinha papel para imprimir o eletrocardiograma. O que foi passado foi medicamento para dor, medicamento básico que se encontra em Unidade Básica de Saúde, que você compra numa farmácia facilmente. Então, assim, que a vida do Rui não fique esquecida e que sirva, no mínimo, de exemplo para que os gestores públicos tenham mais atenção com a saúde pública, com a saúde das pessoas. Eu não lembro a última vez que o prefeito da cidade foi a uma unidade de saúde. Eu não lembro a última vez que ele foi que não seja para gravar um TikTok na porta, num corredor que manda limpar para poder dizer que está limpo. A questão é ir em uma madrugada, sem ninguém saber, sem equipe saber, chegar e ver como que está funcionando. Gestor faz assim. Eu lembro, quando fui secretário de Estado, eu ia almoçar nos Restaurantes Populares, resguardadas as proporções dos casos, mas eu ia aos Restaurantes Populares, Deputado Osmar, e eu ia sozinho, não avisava equipe, porque eu queria saber como estava funcionando o Restaurante Popular para as pessoas, o que estava sendo servido, o que serviu num dia, o que serviu no outro, como é que estava a limpeza dos banheiros, como é que estava a limpeza do ambiente, como é que estava o ar-condicionado. Nessas idas, eu lembro que troquei ar-condicionado, cheguei uma vez ao Restaurante Popular da Avenida dos Africanos e vi o banheiro muito sujo e aí chamei o pessoal e falei: “E esse banheiro sujo desse jeito?”. Ele falou: “Não, é porque muita gente usa e o pessoal acaba sujando”. Falei: “Sim, em shopping, tem uma pessoa responsável para fazer a limpeza do banheiro que é de grande circulação, como os Restaurantes Populares, nós vamos ter também?”. E na minha época, eu botava, Deputado Júlio, sabe? Cheguei lá vi, cozinheiros fazendo alimentação por conta. Eu falei: “Não!”. É Restaurante Popular, e as pessoas, às vezes, se enganam. Restaurante Popular não é só um equipamento social para vender comida barata, é um equipamento de saúde pública e segurança alimentar. Então colocamos um nutricionista em cada Restaurante Popular para acompanhar o preparo da alimentação porque a comida começa desde sua compra para o seu preparo. Gestor público vai, olha, vai in loco, observa, sente, não fica dentro de um gabinete ou só gravando um TikTok para poder mostrar à população que está fazendo algum trabalho. Ele vai na hora em que as pessoas mais precisam e vai ver o que está acontecendo com elas. Ele não tem que estar preocupado em mostrar algo que, às vezes, não acontece, só buscando uma aprovação popular. Se tiver ruim, está ruim na gestão dele, então ele precisa consertar. O prefeito de São Luís não tem feito isso, ele tem se isolado cada vez mais. Ele se isolou politicamente, o que é um erro, porque ninguém governa cidade de São Luís isolado politicamente. Isso aqui é uma capital de estado. Isso aqui é a 15ª maior cidade do país. Isso aqui é uma cidade que tem um orçamento importante no nosso país,. Tem um orçamento melhor per capita do que várias cidades que já se desenvolveram muito mais do que a gente. Tem um orçamento melhor per capita do que várias cidades que já se desenvolveram muito mais do que a gente, tem um orçamento per capita maior do que Salvador, por exemplo. Então, que falta em São Luís não é dinheiro, que falta São Luís é gestão. O que falta em São Luís é gestão para não estar contratando por dispensa de licitação, por emergência, aliás, de forma emergencial, empresa, já está na terceira ou quarta empresa para fornecer ovo, no Hospital Socorrão. Então, esse senhor ele tem que procurar fazer gestão. Eu não vou colocar a vida do Rui no colo dele não, porque ele não merece isso. Mas tem a sua responsabilidade, uma vez que não acompanha a gestão na cidade de São Luís, não tem competência para isso. Disse que estava pronto e não está. Então, o mesmo grito que a mãe do Rui faz, eu faço daqui agora, ecoando a voz dela. O que eu falei aqui, na sua grande maioria, não é apenas da minha voz, deputado Júlio, é da voz da mãe do Rui Alberto. Quando ela diz que Rui Alberto vive, no vídeo que ela gravou, ela estar querendo dizer, que é para população ficar de olho, para que outros filhos não passem pela mesma situação que o filho dela passou. E eu encerro dizendo: Rui Alberto vive e vive para que não aconteça isso com outras pessoas, um jovem de 37 anos que perde a vida por negligência, por imperícia, por imprudência de uma gestão municipal.

O SENHOR DEPUTADO OSMAR FILHO - Deputado Neto, eu agradeço aparte de V. Ex.ª, incorporo a sua fala no meu pronunciamento. V. Ex.ª externa aqui um retrato da realidade da gestão da nossa cidade, principalmente na saúde pública da cidade de São Luís. E encerro dizendo, de fato, Rui vive, mas vive não para que tão simplesmente a gente vá atrás de quem causou qualquer tipo de negligência e seja culpado, mas principalmente para que outras pessoas não sejam vítimas, por falta de estrutura, nas unidades de saúde, por falta de atendimento, por parte dos profissionais, grande abraço a todos, mais uma vez, muito obrigado, aos meus colegas que me contemplaram com a aprovação da Moção, obrigado.