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O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA (sem revisão do orador) - Senhor Presidente Neto Evangelista, em nome do qual eu saúdo toda a Mesa, senhores internautas, senhoras e senhores deputados, deputadas, aqui presentes, imprensa, caros colegas, todos os deputados, aqui presentes. Venho aqui, nesse momento, dessa Sessão de quarta-feira, para demonstrar minha extrema preocupação, deputado Ricardo Arruda, com o que está sendo noticiado pelos Blogs, pela imprensa do que vem acontecendo, e que aconteceu em Zé Doca. Na verdade, não me cabe, aqui nesse momento, fazer juízo de valor sobre a disputa da posse da terra, onde foi tratorada uma casa, uma residência, inclusive com morte de animais, destruição de plantas. Mas, sim, aos meus ouvidos de parlamentar, de maranhense, e que defende a Agricultura Familiar, não tenho como ficar, de fato, achando que não está acontecendo nada. Por outro lado, não me cabe vir aqui também fazer discurso fácil, agressivo, um discurso político, irresponsável. Isso não esperem de mim. Mas de uma forma para denunciar a violência da destruição da casa. A destruição de uma residência onde mora uma família sempre será um ato violento. Sempre será um ato de extrema violência. Por isso, o que vem acontecendo, em parte do Maranhão, em algumas situações como essa que aconteceu em Cantanhede, como aconteceu em Balsas, e está na iminência de acontecer no Baixo Parnaíba, mais precisamente no município de São Bernardo, não podemos encarar como uma coisa normal. Esta Casa aqui é a Casa do Povo, não dá para nós acharmos que não está acontecendo nada com este estado. Infelizmente, o que se vê é uma falência institucional generalizada, uma decisão equivocada da Justiça, uma ação destrambelhada e agressiva da prefeitura e uma omissão, um silêncio que dói na alma e no coração, do Incra. Nós não podemos também cair no caminho fácil do silêncio. Não cabe aqui criminalizar o político a ou b, mas repudiar, de forma veemente, a violência cometida cumprindo uma decisão judicial. Mesmo cumprindo uma decisão judicial, eu pergunto: será que não daria para tirar as telhas antes de destruir? Será que tinha que passar por cima dos animais? Será que não daria para proteger melhor a dignidade e as condições materiais das pessoas que residem ali? Então, na minha opinião, foi uma série de equívocos que denuncia a falência institucional deste país. O Incra não pode se omitir e aparecer só para emitir nota quando a coisa já está complicada, quando a decisão já está feita. A prefeitura não tinha o direito moral de fazer o que fez. Então, queridos amigos e amigas, de fato, venho aqui talvez pela minha sensibilidade, como disse, não para criminalizar a ou b, mas para dizer que com violências como essa nós não podemos compactuar, seja até do meu partido PCdoB, seja do PT, do PL, do P que for, não é possível acharmos que isso é normal. Nós temos que unir junto com o governador Brandão numa grande frente da paz pelo campo, num processo de regularização fundiária, nos ajudem, faço um apelo a esta Casa, nos ajudem a fazer com que esse o programa de regularização fundiária, envolvendo o ITERMA, o INCRA, a sociedade civil, aconteça ou então, companheiros, nós vamos amanhecer sempre nas quartas, às quintas-feiras e nas terças achando que nada aconteceu. Está acontecendo, sim, deputado Zé Inácio, está acontecendo...