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O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA (sem revisão do orador) - Senhor Presidente Rodrigo Lago, em nome do qual eu saúdo todo a Mesa, senhores deputados, senhoras deputadas, imprensa, internautas, sempre é uma alegria voltar à tribuna. Deputado Carlos Lula, meus parabéns pela aprovação do projeto. Isso vai para além do debate do que é esquerda e direita, pelo contrário, exige da gente maturidade política para fazer o grande debate, não o pequeno debate. Por isso eu quero parabenizá-lo. Quero também falar aqui sobre o evento que nós teremos, no dia 10, de lançamento da ampliação da Alumar no nosso estado, com a presença inclusive do Vice-presidente Geraldo Alckmin. O que chama atenção, neste momento, são dois pontos fundamentais: o primeiro ponto é que, num estado pobre como o nosso, seria maluquice e contrassenso dizer que os 3 mil possíveis empregos a serem gerados, Deputado Zé Inácio, pela Alumar não são importantes para o estado. Pelo contrário, são muito importantes. E que venham mais empregos para o povo do Maranhão. No entanto, eu quero aqui relatar, rapidamente, que estive, no domingo, visitando a comunidade de Igaraú, perto da Estiva. Uma comunidade que tem mais de 300 anos, uma comunidade que tem suas florestas preservadas, suas nascentes, Deputado Júnior França, tem inclusive um belíssimo lago. O que, neste momento, eu quero é que a gente faça a reflexão de que a 500 metros desse lago começam os lagos de lama cáustica da Alumar. Eu estou aqui para destratar a Alumar? De jeito nenhum. Eu vim aqui para chamar a atenção que nós não podemos nem devemos simplesmente não questionar a Alumar sobre a expansão dos quase 400 km, 400 hectares de lama cáustica dentro da ilha. Eu fico feliz, Deputado Rodrigo Lago, se essa modernização da Alumar, que está sendo propalada no dia 10, de fato, tiver toda tecnologia que possa apresentar um novo modelo de destino dessa lama cáustica, porque não dá para continuar fazendo quilômetros e quilômetros de lago de lama cáustica dentro de uma ilha. Eu quero finalizar aqui essa reflexão, primeiro, dizendo que eu não sou contra a Alumar, pelo contrário, nós temos que gerar mais emprego dentro do nosso estado. Agora, dentro de uma ilha como São Luis, nós temos que ter, além da responsabilidade da geração de emprego, saber qual é o passivo ambiental que está ficando para as comunidades. Nós temos que perguntar qual é a compensação que essas empresas estão fazendo dentro do seu planejamento para Inhaúma, Igaraú, Rio dos Cachorros, Taim, Tauá-Mirim e outras comunidades da ilha de São Luís. Quero aqui também, para o que não me acusem de discurso ideológico, que, na verdade, o que eu estou pensando são nos meus filhos, nos nossos filhos, nas gerações futuras, nas gerações que amam São Luís, que têm São Luís no coração, porque a forma de desenvolvimento que nós defendemos não é a qualquer custo, o que nós queremos é transparência dos dados de qualidade do ar, é transparência dos dados de balneabilidade e do impacto dessas empresas dentro de São Luís. Por isso eu quero reafirmar, sou a favor da geração de emprego e renda dentro da Ilha de São Luís, dentro do Maranhão, mas não podemos negligenciar o controle ambiental, a qualidade do ar, os nossos mananciais, isso a gente não pode fazer, senão nós seremos cobrados no futuro. Concluindo, deputado, nós seremos cobrados pelas gerações futuras e estaremos a prestar contas com a nossa história. Por isso, eu chamo e deixo aqui esse alerta para que nós possamos, de fato, não só festejar os empregos da ALUMAR, que são bem-vindos. Mas que a gente tem a responsabilidade de saber a qualidade desses empregos. Muito obrigado.