07/12/2023 - Tempo dos Blocos Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos! Senhoras e senhores, subo à tribuna e aproveito para cumprimentar o amigo Othelino que está de volta à Casa. Seja bem-vindo, Othelino. É uma satisfação contar contigo aqui no parlamento novamente. Subo à tribuna para trazer uma situação que acho muito preocupante. Coloca a primeira imagem, por favor. TV Assembleia, por favor, não me deixe na mão. Esse rapaz bem aí, Ícaro Moretti, recebeu ontem uma sentença judicial. Por quê? O que acontece? Esse rapaz, no meu entendimento, na carteira de vacinação dele, na autodeclaração dele, ele é pardo. Eu o vejo como pardo. Próximo slide, por favor, O pai dele, aquele à direita, para mim é branco. Ok. Ele estudou em escola pública. Volta a imagem aqui para mim, por favor, TV Assembleia. Ele estudou a vida dele em escola pública. Ele diz que é pardo, autodeclarado, critério nacional é autodeclarativo ainda. Ele passou em primeiro lugar, Deputado Rodrigo, na cota de medicina para PCD, no vestibular. Foi fazer inscrição, deputado Carlos Lula, e não aceitaram ele dizer que é pardo. Invalidaram a matrícula dele, na UFMA. Entraram com uma ação na Justiça e, obviamente, ele hoje teve a notícia ruim, pela manhã, deputado Osmar, que, além de não terem aceito a ação, ainda colocaram uma multa de sete salários para ele. Imagina, só tem aceitação, isso está previsto, infelizmente, na UFMA, para a vaga de PCD, se for pardo ou preto, no estado. A meu ver, uma deficiência aqui, deputado Neto, Vossa Excelência que é um militante da causa do autista, dentro dessa Casa. Um autista foi privado de ir para a Universidade pelas políticas do cotas, mesmo sendo autista autodeclarado pardo, a meu ver, obviamente, pardo pelas características físicas dele. Até porque, nós acabamos com aquelas figuras mestiças que existiam nas classificações antigas aí do IBGE e ele foi proibido. Aí é um país esquisito, porque coloca a próxima figura, por favor. A próxima foto. País esquisito. Cadê, gente! Mais uma. Aquela terceira. Cadê? A última foto. Então, é esquisito, porque só vai ter vaga para PCD pardo a pessoa que experimenta deficiências no curso de sua existência, dificuldades na vida no acesso a várias coisas, desde a mobilidade até as barreiras de ordem atitudinal, que são as mais graves e mais vigentes para as pessoas com deficiência. E chega lá na UFMA, não, só é PCD, só tem vaga PCD, se for pardo ou negro, está certo, o menino se autodeclara pardo. Não, você não é pardo, você não é pardo, você não vai entrar, está uma coisa muito esquisita, está sem critério. Conseguiram colocar a última foto? Essa dupla aqui, dois pardos, essa dupla aqui, é pardo, esse pardo aqui da direita, do cabelo liso, concorreu, ano passado, para deputado federal e teve acesso a fundo turbinado, para pessoas negras. O da esquerda, a Folha de São Paulo fez uma matéria outro dia dizendo que vai ser o quinto ministro negro do STF, volta a foto anterior, por favor. Então, esses são pardos, mas esse menino anterior, ontem, ele não é pardo, ele é branco. Branco, faiodérmico, quase um albino. É muito esquisito o critério racial nesse país, está uma verdadeira bagunça isso aqui, não pode, estar lá estudando de novo, o ano todinho, porque a UFMA não aceitou. Tentei contato, agora pela manhã, com reitor, o Fernando Carvalho, ele não respondeu a mensagem, infelizmente, deve estar em alguma reunião, mas nós temos que mudar isso aqui, urgentemente. Da mesma forma que a UFMA se comprometeu a reavaliar o critério de localização para questão de pontuação, que o cara, às vezes, consegue passar na USP, deputado Antônio Pereira, mas ele consegue passar na UFMA, de Pinheiro, porque o cara que está lá do lado e consegue um certificado pirata, às vezes do segundo grau , como o estudante ali da região, ele tem 20 % de bonificação a mais. Está uma verdadeira bagunça isso aqui, cara! Como esse menino está estudando de novo, convivendo com a frustração de mais um ano de estudo de vestibular, de Enem, né? Porque vestibular era no meu tempo, de Enem agora. E não consegue adentrar a universidade, em meio a tanta coisa errada. Essa política de cotas. Para receber fundo eleitoral, pode botar que é pardo. Para fazer militância na Folha de São Paulo, não dá nenhuma declaração contrária, dizendo que não é negro, ou seja, assume ali para aliviar com os movimentos. E tão engraçado, para vocês verem como esse negócio da esquerda é um negócio tão engraçado, que eu falei: “Olha, isso aqui não existe.” “Não, mas se for ver, o Ministro Lacron, realmente ele é pardo mesmo e pode considerar aí que, eventualmente, pardo e negro é a mesma coisa. Não está tão errado na matéria assim.” Ou seja, sempre há uma passação de pano danada, mas não tem um movimento social, tirando a OAB, a Comissão de Pessoa com Deficiência, a Priscila Selares, se manifestou também à época, em abril, na matéria contra isso. Estou trazendo hoje à tribuna, porque eu nunca imaginei na minha vida, Antônio Martins, que a justiça fosse negar um direito à vaga para um menino pardo entrar numa Universidade Pública, oriundo de escola pública, pessoa com deficiência, autodeclarado na carteira de vacinação e nos documentos anteriores como pardo. Dizer que um menino como esse... Não, não. Não vamos aceitar. Você não é pardo. Você é branco. E você não tem direito a entrar na Universidade. Está uma loucura o mundo e realmente eu não sei onde nós vamos parar.

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