12/12/2023 - Tempo dos Blocos Dr. Yglésio Yglésio Moyses

Yglésio Moyses

Aniversário: 19/09
Profissão: Médico

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O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) - Senhoras e senhores deputados, mandando inclusive esse pronunciamento aqui marcando os 81 senadores em exercício na República, permita me traçar uma análise incisiva sobre o ministro Flávio Dino, cujo perfil político, ele se desenha diante de nós com uma clareza inegável. Essa fala, ela tem muito mais de intenção do que ser uma peça crítica, afinal, isso aqui é o usual dentro da nossa vivência, na Assembleia, nos últimos dois anos, principalmente. O que eu venho trazer aqui é muito mais do que crítica, eu venho fazer um alerta tempestivo, um alerta final, antes da sabatina e da votação, que até acho que pode conduzir à Corte Suprema da Nação brasileira, um dos cidadãos mais perigosos que a política já apresentou para a sociedade. E eu digo por que, não é porque nós estamos tratando de dizer que é uma figura criminosa, nada disso, isso aqui não é o cerne da questão. Dino é um político combativo, do tipo que revela uma expressão até muito destemida dos posicionamentos dele, e tem habilidade de um estrategista dentro do tabuleiro político, é inegável, caso contrário, não teria se posicionado, mas, quando perde as batalhas, geralmente é para o ego, para a egolatria, porque ele tem a imagem dele, a visão dele acima de todas as coisas inclusive. Então, nós não poderíamos falar de uma indicação de STF sem desnudar a questão do desrespeito à Constituição por parte do próprio STF. Quem é que não se recorda de um dos marcos mais emblemáticos da virada de chave que o STF teve contra a interpretação literal da Constituição quando começou a virar essa terra de ninguém? Foi bem lá quando Lewandowski, em 2016, manteve os direitos políticos da Presidente Dilma durante um julgamento de impeachment. Foi uma inovação que até hoje não se conseguiu justificar, a não ser pela camaradagem de Lewandowski com o PT. Ora, se o Lewandowski era camarada, imagina um camarada que foi nascido no PT, gestado no PCdoB e agora aflorado no PSB, sempre do lado vermelho das forças. No caso do Dino, não é perseguição, jamais, mas o receio é de uma repetição acirrada de situações como essa, de decisões sempre no viés da proteção política dos compadres, dos cupinchas, dos aliados, dos copartidários. Ele já mostrou que não tem nenhum compromisso com o texto da Constituição, gente, e quem que vai garantir que um cidadão como esse não vai ceder a roubos de autoritarismo e delírios despóticos? Quem é que garantiria isso? Um exemplo notório foi o incidente em que o ministro disse que foram apagadas as imagens das câmeras do Palácio da Justiça nos atos de 08 de janeiro. O que dizer, outrossim, da seletividade de quais comissões ele vai atender: nessa eu vou, nessa não vou, essa eu vou data tal, essa aqui eu só vou se for todo mundo reunido. O que falar desses desrespeitos repetidos ao Parlamento? Agora, como é que se vai acreditar que esse homem, que é um agente político belicoso, vai ter comprometimento real com o que é bandeira de justiça e proteção às leis basilares do país? Que ele vai usar o erga omnes na totalidade do que é a acepção primária da terminologia latina para todos? Vai fazer para todos mesmos? Será? A história pregressa diz o contrário. O ministro, e não deixo de dizer marcando todos os 81 senadores aqui, tem lado ideológico nitidamente definido. E não é o momento em que a nação busca esse acirramento de diferenças. O lado do Flávio é o lado da esquerda intervencionista, comunista, autoritária, perseguidora, o mais retrógrado pensamento a se revelar em um profissional da política. É um comunista. É o pior dos piores cenários. É a extrema esquerda. É a seletividade. É a superioridade moral. Ele, nessa caminhada, está alicerçado por um apoio suspeitíssimo do STF, ministro do STF ligando para senador, para fazer indicação, apitando na política da Nação. Então, nessa jornada, ele não nos poupa de duas coisas: Da ferramenta do cinismo e da ferramenta da mentira como catalisadores das suas ações. Então, a indicação do STF, falando aqui já dos requisitos, são indispensáveis. Vamos lá, notório saber jurídico e reputação ilibada, mas é inescapável notar as sombras que pairam sobre a trajetória do ex-governador do Maranhão que tem reputação de pródigo, dentro da administração, caloteiro, e que deixou um rastro de dívidas para o Maranhão. Flávio Dino fez uma verdadeira quebradeira empresarial de compromissos relacionados à FEPA, ao Ferry, à EMAP, ao HCI, que ele tomou dos médicos, quebrou lá a empresa dos médicos, estão tudo aí com patrimônio bloqueado, arrebentou, calote, tomou o hospital nunca devolveu. Deixou aí. A relação espúria, política com empresários, ela existe desde a famigerada planilha da Odebrecht. Como não lembrar que as investigações apontavam na planilha da Odebrecht para o codinome Cuba. Estava lá, ele ainda não era nem governador do Maranhão, mas já estava em planilha de Odebrecht. Então, no estado, quando ele passou oito anos aqui, ele cristalizou uma forma diferente de impulsionar a riqueza aqui dos que orbitavam o retorno. Tem tanto auxiliar dele multimilionário, depois que saiu desse governo. Fez aí várias, vários compadres, no chamado capitalismo de compadrio, que ele inaugurou aqui no Estado, combateu tanto a oligarquia, mas criou o capitalismo de compadrio, o capitalismo camarada, tinham inclusive os aluguéis camarada no governo. Eu tenho certeza de uma coisa: ele pode ter até uma ficha policial e judiciária limpa, mas dizer que o homem público, o gestor Dino é sinônimo de probidade e honestidade, eu não levantaria dessa forma, porque tem muita sombra nessa história. Em relação ao notório saber jurídico, decerto, há centenas de postulantes no país que entendem muito mais de direito do que Flávio Dino, ele tem o quê? O mestrado da Universidade Federal de Pernambuco, um livro em coautoria, em Direito Ambiental, e nada mais, em relação à produção científica. Então, não se confunda, astúcia, ele tem, inteligência comunicativa, ele tem, e muito menos, o que ele é campeão, malabarismo retórico, vai confundir isso com conteúdo técnico, não é mesma coisa. Então, aqui eu questiono o notório saber jurídico, agora, realmente, em cambalhota retórica não existe ninguém melhor hoje no país. Além disso, essas situações de coragem e moralidade que eles alegam, na verdade, eles mascaram a disposição que ele tem para se aliar com figuras que antes ele abominava. Óbvio, essa capacidade é diretamente proporcional ao desejo de poder do ministro. O que que pode ser mais ilustrativo disso, Deputado Roberto? V. Exª., acompanhou nessa Casa a aliança do Flávio com Sarney, hoje, a vida do Flávio, e eles reclamam quando eu falo do alecrim dourado comunista do Maranhão, foi falar mal do Sarney, e Sarney colocou ele lá em cima no início, ou vocês acham que não teve a mão do José Sarney nessa condução da política judiciária nacional dele? Teve. E surpresa, a despeito de uma vida dedicada a acabar com a reputação do Sarney, Flávio curvou-se diante do ex-presidente, para que a primeira curvada, o primeiro beija a mão, foi uma cadeira na Academia Maranhense de Letras, que ele queria, queria virar imortal, um imortal que não produziu nada. É um imoral, literariamente falando. Porque eu não tenho coragem de postular uma cadeira, numa Academia Maranhense de Letras, sem nunca ter publicado um poema. É vergonhoso para mim. Para vocês verem, Nauro Machado nunca quis, nunca fez questão, e foi uma fonte vívida de poesia, de sentimento. Já o Flávio, não, mas fez questão, foi pedir bênção para o Sarney para isso, gente. Não precisava. E agora o próximo beija-mão é do Sarney para pedir voto para ele, dentro do Senado, infelizmente, e sai sacrificando companheiro. Deixou Clayton Noleto rodado aí no meio do caminho, na indicação para o DNIT. Está certo que Clayton Noleto foi bem ajeitado no governo dele, mas não custa salientar isso aí. Ele joga todo mundo do navio se precisar para se salvar. Ele é o capitão reverso. O capitão, normalmente, é o último a abandonar o barco, mas ele é o primeiro a abandonar o barco e deixar os comandados liderados sozinhos. A bancada inclusive, vai ficar órfã, como está órfão lá o Ricardo Cappelli também, que eu soube. Então essa aliança, marcada por uma aparente inversão de princípios, mostra o quê? O comprometimento pragmático em troca de benefícios pessoais. Então, eu tenho dúvida, Deputada Cláudia, se há uma integridade real do político em questão. Para mim, ele sempre será, Deputada Mical, o poder pelo poder. Aí vamos adentrar aqui no território da fé. Na minha opinião, muitas vezes, há uma falsa expressão de Cristianismo por parte dele. Agora, inclusive, fez uma peregrinação à Bancada Evangélica, foi receber Bíblia do padre, está fazendo toda uma encenação pré-campanha para o STF, mas que, na verdade, não orienta as ações dele porque a primeira coisa que o homem tem que ter é o senso de justiça. Eu subi aqui ainda agora e falei que ele fez 80% do Hospital da Criança. Dai a César o que é de César. Isso se chama integridade. Ele não! Sua perseguição a Bolsonaro, passado político dele, conivente com um monte de práticas altamente ilegais dentro do estado, uma série de cambalhotas legislativas enviadas para esta Casa, aqui dentro, e hoje alguns se queixam de coisas quando o Governo manda, ah, porque nós estamos sendo atropelados, éramos muito mais para o inferno que se viveu aqui patrocinado também por eles. Hoje se tem muito mais liberdade, mas para o pessoal, para o Dino, para a turma, realmente, a coisa não funciona dessa maneira. Mas vamos lá. As alianças dele demonstram essa integridade muito frágil. Antes, ele chamava o Sarney de atraso, responsável pelo atraso no Maranhão. Hoje, Sarney é um estadista. O homem que dizia que as oligarquias desse estado eram viciadas em privilégios, é o mesmo o ministro, homem ministro campeão de voos exclusivos da FAB, Deputado Ariston, o homem que propagou a falsa tese de Lula inocente é o mesmo homem favorável a prisões arbitrárias de várias pessoas inocentes que, no máximo, cometeram crime de dano em 08 de janeiro, mas que foram condenados, com muito mais brutalidade, do que assassinos, latrocidas e traficantes de drogas. Agora vamos aqui, no campo midiático, ele tem uma perícia notável em cultivar relações com a grande mídia, habilidade que, por vezes, obscurece as suas verdadeiras intenções, fez isso por vários anos, no Maranhão. O governo Dino pagou o dinheiro da Secom pra veículos de grande mídia nacional fazerem propaganda pessoal do governador, já provei isso, aqui na Casa. Nunca chegou processo, porque ele sabe que é verdade, ele usou polícias e redes de fake news e internet pra detratar adversários, fazendo o que a esquerda sabe fazer muito bem, sepultamento de reputações, existe no homem Dino, agora escondido, está recluso, disfarçado entre sorrisos forçados, piadas amistosas e muito tapinha nas costas nessas duas semanas. Um desejo intenso de retornar à política, em breve, ele vai voltar, tenho certeza. As sutilezas dos gestos, elas harmonizam com perfeição desejos indizíveis de voltar a ser o centro das atenções, num projeto presidencial. Ele vai tentar ser o primeiro ministro do STF presidente do Brasil. Pedi aqui só para concluir, presidente, tendo em vista que ainda tem tempo do Bloco. Flávio tem a favor dele, o decurso do tempo a idade avançada de Lula. Não vai hesitar em ver a esquerda se esfacelar, aguardar a direita voltar e se colocar, daqui a 08 a 12 anos como candidato das esquerdas unidas ao Planalto. Essas negociações a gente sabe como vão acontecer ao preço claro e catastrófico do punitivismo estatal. Então é imperativo considerar, com olhos críticos, a proposta de votar em Flávio Dino, porque as promessas dele podem se revelar muito mais perigosas do que realmente são, escutem a voz do povo, senadores, apenas um a cada quatro brasileiros apoia a ida de Flávio pro ministério, pro Supremo Tribunal Federal, apenas um em cada quatro brasileiros apoiam a ida dele pro supremo saiu ontem. Então, eu vou ser claro, essa versão de ninho da lei, da constituição e do amor, não vai colar com a população. Vocês vão ser reprovados pelo tempo. Mas se os senadores, obviamente, na votação que se avizinha, vão ceder ao inidôneo pragmatismo da cooptação por emendas e benesses estatais, eu sinto em mim, desde já, uma certa dor que vai vir da antidemocracia que vai sangrar a nossa Pátria amanhã, vai sangrar. Como diz o próprio Marx, que ele tem como livro de cabeceira, nós vamos ver em reeditada em nível nacional como tragédia a farsa que assolou o Maranhão, em oito anos, pela via agora mais autoritária que pode existir, que é um autoritarismo ditatorial do Judiciário. A história sempre é implacável com os omissos e covardes, mas ela vai mostrar a verdade ainda no médio prazo. Nessa quadra, eu só queria ter em mim a poesia do saudoso Cazuza, mas sem ter a tragédia de ver o futuro repetir o passado, porque o tempo não para, mas, às vezes, as nossas ações e omissões nos fazem andar para trás. O Senado tem as armas para impedir a indicação, e os senadores precisam ter cuidado com os ricochetes das próprias balas em si mesmos. Eu direi apenas aqui: eu avisei. Vou marcar os 81. Não a Flávio Dino, no STF. Não a qualquer ditadura que possa existir do Judiciário. Eu digo sim à liberdade e ao pensamento livre. E digo mais: viva a liberdade, viva o Maranhão e viva o Brasil! Muito obrigado a todos.

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