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O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA (sem revisão do orador) - A gente tem uma reivindicação minha do Deputado Fernando, que eu estou até usando as agendas dele aqui agora, Presidente Iracema. Presidente, uma reivindicação minha e do Deputado Fernando.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Sim.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA - Nós estamos tendo que botar umas agendas aqui para a gente poder conseguir falar. Tem que aumentar um pouco, porque para nós que somos maiores a gente fala daqui para quem é menor poder se afastar e descer o microfone, entendeu? O Davi também. Reivindicação feita.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE - Está certo, a reivindicação será atendida, deputado, não sei se Vossa Excelência reparou que a gente está colocando os vidros para que a gente libere a nossa galeria, dando segurança para quem está na galeria, também reivindicação dos nossos deputados e nós estamos atendendo. Então, não se preocupe não, que os deputados altos terão o seu direito garantido.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA (sem revisão do orador) - Muito obrigado, Presidente. Mas senhores deputados, senhoras deputadas. Deputado Fernando, “o pau que dá em Chico dá em Francisco”. Vossa Excelência conhece esse ditado? É muito fácil vir aqui e criticar o Governo do Estado, mas não há nada mais grave do que deixar centenas de crianças fora da sala de aula, que é o que está acontecendo hoje aqui na cidade de São Luís. Centenas. Não há nada mais grave, se Vossa Excelência, quiser ajudar a resolver, Vossa Excelência vai em casa e conversa com o seu irmão. Vai lá no Ministério Público, já vários pais, várias mães lá, pedindo a garantia de vaga nas escolas. A escola que fica na Ilhinha, que leva o nome do meu saudoso pai, João Evangelista, uma escola do estado de ensino médio, mas que também tem ensino fundamental, porque o município de São Luís não consegue garantir o número de vagas de ensino fundamental para o bairro do São Francisco. Iria inclusive essa escola ser transformada em IEMA e eu fui um dos que fui até à diretora do IEMA, até o Secretário de Educação e pedi para eles que não transformassem a Escola João Evangelista em IEMA, porque se transformassem ela num IEMA, as crianças do ensino fundamental iam ficar sem escolas. Porque a Prefeitura de São Luís não garante vaga para essas crianças, dentro do bairro do São Francisco. Absurdo é, e aí eu relato de causa própria, sou eu receber ligação de paciente internado, no Socorrão II, pedindo para ir comprar os medicamentos prescritos pelos médicos numa farmácia. Porque toda a prescrição médica feita para o paciente, não tinha nenhum medicamento desse no Socorrão. O paciente internado, não é paciente que estava em consulta, paciente internado e isso é grave e isso é muito grave. Então assim, fazer o dever de casa, obviamente, o Governo do Estado tem que fazer, mas quando a gente sobe na tribuna não fazendo o nosso dever de casa na Prefeitura de São Luís, a gente, primeiro, enxerga o nosso quintal, resolve o nosso problema, para depois ir apontar o dedo para os outros. Então assim, falta de medicamento nos hospitais, criança fora da sala de aula. Muitas vezes, a única alimentação que esses meninos fazem é na escola e sem vaga na escola. Vossa Excelência deve receber no seu Instagram, porque eu recebo no meu. Pedido de socorro de mãe de família, dizendo que não está conseguindo matricular mais seu filho. Justificativa da escola: não tem vaga! E eu não me recordo outra gestão em São Luís que nós passamos por isso, não sei qual é a mágica que a Prefeitura está fazendo para conseguir deixar a criança fora da sala de aula. Grave, é a Prefeitura de São Luís não colocar acompanhante especializado para crianças com autismo nas escolas. As crianças autistas no ensino fundamental de São Luís que têm acompanhamento especializado, está sendo feita vaquinha entre familiares, amigos e vizinhos para que possam pagar um acompanhante especializado. O estado tem, só para V. Ex.ª não dizer que a Prefeitura não está fazendo, e o Estado também não está fazendo, nós não temos esse problema de acompanhamento especializado no estado, inclusive foi pauta de reunião minha com o secretário de Educação, e todo o pedido que chega de acompanhante especializado no ensino médio, o Estado imediatamente disponibiliza. E isso é grave. Então, vamos pensar antes em resolver os problemas do nosso quintal para depois a gente apontar para os problemas dos outros. Era isso, presidente.

O SENHOR DEPUTADO FERNANDO BRAIDE - Presidente, tem direito a aparte?

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE - Não. Deputado Neto, V. Ex.ª concede aparte, por favor!

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA - Concedo, V. Ex.ª.

O SENHOR DEPUTADO FERNANDO BRAIDE (aparte) - Presidente, como ele fala que primeiro tem que fazer o quintal de casa, V. Ex.ªs podem ver que eu passei o primeiro ano e só uma vez que me posicionei sobre a Prefeitura de São Luís, até porque eu sei que, nesta Casa, ainda mais agora em ano eleitoral, vai ser sempre evidência a Prefeitura de São Luís e a questão dos adversários políticos. Mas eu digo que tem que ter também a coerência, fazer o dever do seu quintal de casa primeiro. Nós, como deputados estaduais, nossa prioridade é fiscalizar o Governo do Estado. Então, para criticar a Prefeitura de São Luís, primeiro se deve criticar o Governo do Estado. Na minha fala, eu disse da educação de escola de taipa e não vi o senhor jamais defender, em nenhum momento, essas crianças que estudam até hoje em escolas de taipa. Aí V. Ex.ª vem criticar que está faltando vaga na Prefeitura de São Luís, e nenhuma palavra sobre as crianças que estudam nas escolas de taipa? Tem a questão do hospital que está faltando o medicamento, mas não vejo V. Ex.ª criticar o Governo do Estado que não faz a sua parte na saúde, sobrecarregando o município de São Luís. Simplesmente é um discurso de chegar e atacar a Prefeitura de São Luís. Recentemente, como falei também na minha fala, foi uma matéria nacional a situação caótica da polícia do nosso estado e das delegacias. Também não vi uma fala sua sobre as delegacias que nem existem, que não têm condições de trabalho. Também não tem uma fala sua sobre esse assunto. Então, assim, para mim, grave é não fazer, como o senhor mesmo disse, o dever de casa, olhar para o próprio quintal. Cadê a sua cobrança referente ao Governo do Estado para daí, sim, você poder cobrar a Prefeitura de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA (sem revisão do orador) - Deputado Fernando, eu trouxe inclusive o tema de São Luís, porque Vossa Excelência trouxe São Luís como exemplo aqui nesta tribuna. Então, se Vossa Excelência tem o direito de trazer, nesta tribuna, São Luís como exemplo, eu não tenho esse direito de trazer São Luís como exemplo? É óbvio que tenho. São Luís é a capital de todos os maranhenses, de todos os maranhenses. O Maranhão vem para cá, e Vossa Excelência não é correto ao dizer que o Estado não faz o seu dever na saúde e sobrecarrega o Hospital Socorrão II, porque Vossa Excelência, melhor do que muitos, sabe que o Hospital Socorrão II é um hospital de alta complexidade e que recebe recursos para atender também municípios do interior de São Luiz, recebe recurso do Governo Federal para isso, numa macrorregião à qual São Luís pertence, e quem define isso é o Sistema Único de Saúde. Ou V. Exa. se quiser a gente faz uma comparação do atendimento no Socorrão II com o do Carlos Macieira, do atendimento do Socorrão II com o do Hospital da Ilha, porque V. Exa. também deve receber pedidos de socorro de pessoas dizendo “Pelo amor de Deus, me ajuda a sair do Socorrão II, me leva para o Macieira, me leva para o Hospital da Ilha.” V. Exa. acha que é por quê? Porque o Socorrão II é muito bom? É óbvio que não! É óbvio que não! Não é algo deixado pelo seu irmão; é algo antigo, mas quem tem a responsabilidade de resolver é quem está no cargo, que assim foi prometido para população de São Luís. Então, Deputado Fernando, diferente de V. Exa. que vem à tribuna e faz apenas a crítica, o mais importante é você articular para resolver a situação. “Ah Neto, então por que tu não vai lá na Prefeitura e articula para ajudar a resolver a situação das crianças que estão fora da sala de aula?” Seu irmão não recebe ninguém. Mas quando os funcionários, os servidores do Poder Judiciário vieram aqui, quando o pessoal da Polícia Civil veio aqui, que reuniu imediatamente os deputados que estavam presentes, foram até o Governador e disseram para ele da necessidade de chamar essas pessoas, aí se resolve. Mas o Governador dialoga. O irmão de V. Exa. não dialoga, tanto é que só tem um Partido na base aliada, que é o seu próprio partido, o PSD e o Republicanos, que provavelmente se houver uma federação ainda perde o partido Republicanos, e uma capital como São Luís, a 15ª maior cidade do país, você não governa só. Se governar só, não faz nem o feijão com arroz, que é o que está acontecendo hoje na cidade. O que é que tem hoje na cidade de São Luís? Mudança de retorno. Então quando eu digo para resolver o problema do quintal é porque o seu quintal é o mesmo do seu irmão, e o meu não é o mesmo do Governador. Mas a gente vai lá dialoga e resolve o problema do chamamento dos policiais, resolve o problema do aumento dos servidores do judiciário, resolve diminuir o ICMS nos produtos da cesta básica, que impacta diretamente na vida dos mais vulneráveis. Então é isso que nós temos que ter a clareza de resolver, primeiros, problemas de casa para, depois, criticar o outro. Obrigado, Presidente.