26/03/2024 - Pequeno Expediente Carlos Lula Carlos Lula

Carlos Lula

Aniversário: 31/03
Profissão: Advogado, professor e escritor

Discurso - download do áudio



O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) - Excelentíssima Senhora Presidente Deputada Iracema Vale, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas. Subo essa tribuna, no dia de hoje, para, primeiramente, agradecer, agradecer ao Governo do Estado do Maranhão, durante o fim de semana, fruto de Emenda Parlamentar, de nossa autoria, foi realizado, enfim, um mutirão de cirurgias de cataratas e pterígio, no Hospital Aquiles Lisboa, aqui em São Luís, foram mais de duzentas cirurgias realizadas, durante o fim de semana, Senhora Presidente. E a gente agradece à Secretaria de Estado da Saúde e ao Governo do Estado do Maranhão que deram as condições para que, efetivamente, a gente desse condições àquelas pessoas de terem seu direito à saúde realizado. Muitas vezes, a gente deve imaginar a sociedade como tendo barreiras, tendo muros, para acesso das pessoas a seus direitos. E toda vez que a gente derruba uma dessas barreiras, derruba um desses muros, a gente está concretizando a cidadania. E as pessoas ali estavam muito felizes com a realização dos seus procedimentos. E agradeço, portanto, ao Governo do Estado do Maranhão, Secretário Tiago Fernandes e a todos os servidores que permitiram a realização do mutirão no fim de semana. Mas eu queria também trazer a reflexão dessa Casa, um fato ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, que tem de necessariamente levar a reflexão também, aqui no Estado do Maranhão. Foram presos e agora depende de denúncia do Ministério Público, me parece que esse é o caminho natural, mas foi preso um conselheiro do Tribunal de Contas, foi preso um deputado federal, que à época era vereador, e foi preso também um delegado, que à época era chefe da Polícia Civil do estado do Rio, que chegou a ser chefe da Polícia Civil do estado do Rio, mas era chefe da Delegacia de Homicídio do Rio, do estado do Rio de Janeiro. Todos eles envolvidos e responsáveis, mentores e executores do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco. Marielle perdeu a vida, mas venceu, tornou-se motivo de resistência, tornou-se uma ideia, tornou-se uma potência muito maior do que era o seu mandato, mas a reflexão é necessária, porque temos de pensar em como as instituições, nesse caso, deixaram de funcionar. Como as instituições, nesse caso, foram tomadas pelo crime. E a reflexão que se fazia, há muitos anos, da existência de um poder paralelo no estado do Rio, ela é falsa. Não há poder paralelo a comandar o Rio, a poder estatal. Polícia e política ali estavam misturados da pior forma possível, da pior maneira possível. E essa junção é de uma narcomilícia que controla territórios, que controla a cidade do Rio de Janeiro, que controla o estado do Rio de Janeiro, infelizmente, a investigação até aqui. Foram anos sem nenhum resultado concreto para, enfim, a gente chegar a esse paradeiro. Quero parabenizar aqui o governo federal, a Polícia Federal, o ex-ministro Flávio Dino, ministro Ricardo Lewandowski, porque foi o esforço do Ministério da Justiça, ao entender a gravidade e as circunstâncias do crime, que permitiu sua elucidação. Mas é necessário, senhora presidente, trazer para o Maranhão um paralelo para dizer que a gente precisa fortalecer as instituições, a gente precisa fortalecer a polícia, a qual precisa ter condições efetivas de trabalho. A gente precisa fortalecer o Ministério Público para que ele não precise sucumbir à nossa política do dia a dia. É preciso reforçar os aparelhos de segurança pública para ter a autonomia necessária para, em casos de homicídios ou em casos de ocorrência de crimes, não precisar sucumbir à força de quem supostamente manda. E é necessário, sobretudo, ter transparência no modo de se fazer política, para que a gente não tenha as instituições alugadas ou capitaneadas por quem quer utilizar delas apenas e tão somente para ter cada vez mais poder, ainda que para isso precise se utilizar de ilícito e precise cometer crime. Repito: o que há no Rio não é um poder paralelo, é um poder oficial. Ali é necessário prestar atenção porque é o próprio Estado cometendo crime. Quem foi preso? Quem matou Marielle? E quem hoje está na prisão não foi o paralelo, foi o oficial. E essa reflexão que é necessária trazer, porque é necessário a gente depurar a política, depurar as instituições que precisam ter autonomia e responsabilidade e, sobretudo, transparência. Obrigado, senhora presidente.

+ Notícias
banner-ouvidoria

ATENDIMENTO

Palácio Manuel Beckman
Av. Jerônimo de Albuquerque - Sítio do Rangedor - Calhau
São Luis - Maranhão - CEP: 65071-750
Telefones: (98) 3269-3000 | 3269-3001

EXPEDIENTE

De segunda a sexta-feira das 8h às 18h

SESSÕES PLENÁRIAS

• Segunda-feira: a partir das 16h;
• De terça a quinta-feira: a partir das 9h30.

AGÊNCIA ALEMA