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O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) - Exmo. Sr. Presidente Deputado Davi, Deputado Fernando, Deputado Antônio Pereira, senhores Deputados, senhoras Deputadas, subo a essa tribuna para falar de um tema que no dia de hoje recebe ressonância mundial. Hoje dia 02 de abril é o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. E quero dizer, Deputado Davi, que a gente vive uma época onde o número de diagnóstico de casos sobre autismo tem se exacerbado. A ciência ainda não conseguiu compreender as razões pelas quais a gente tem, por assim dizer, tido reconhecimento cada vez maior do número de crianças ou de pessoas com autismo. Mas o que a gente pode fazer diante desse quadro desse cenário é acolher, compreender e permitir que essas pessoas possam ter convívio, desenvolvimento e, mais do que isso, a gente deixar de lado o preconceito em relação a essa condição. E esse é o primeiro ponto importante, dizer aqui dessa tribuna: o autismo não é uma doença. O Transtorno do Espectro Autista é uma condição. É como se o cérebro de parte das pessoas do mundo funcionasse como se a gente fosse canhoto. Há pessoas destras, há pessoas canhotas e a gente tem todas as condições a permitir que as pessoas canhotas convivam com as pessoas que são destras. Quando fui Secretário de Saúde, eu tive a alegria de poder abrir os primeiros serviços do Estado voltados ao TEA. O que era apenas tão somente um ambulatório junto do centro no Olho D’água, do Centro de Reabilitação no Olho D’água, logo se tornou uma unidade autônoma do Estado. E hoje a gente já tem uma unidade já inaugurada pelo Governador Carlos Brandão, que trata do Transtorno do Espectro Autista de quem tem mais de 12 anos de idade. Então, hoje é o dia de a gente lembrar. A gente tem propostas do Deputado Neto Evangelista - ele não se encontra ainda em plenário, mas acredito que em breve ele deve chegar - que tratam exatamente desse tema. Há um projeto meu também que tramita na Casa para tentar condensar todos os projetos, porque não só um, nem dois deputados, mas diversos parlamentares desta Casa já tiveram projetos e propostas para tratar do tema. Mas eu queria, do fundo do coração, no dia de hoje, mais do que tratar de projetos de lei, mais do que lembrar o que a gente fez enquanto Secretário de Saúde, o que continua sendo feito, da ampliação desses ambulatórios que é necessário a gente levar a mais e mais municípios do Estado. É preciso a gente, em um dia como hoje, admitir que, durante muitos anos, a sociedade andou mal ou ainda anda mal. É preciso quebrar o preconceito. É preciso que as pessoas diagnosticadas com TEA possam conviver, sem nenhum tipo de preconceito, sem nenhum tipo de discriminação. E eu queria falar, da atividade dessa Assembleia, porque a gente tem uma pessoa com TEA supercapacitada, meu amigo, de longa data, de muitos anos, que é o jornalista Rozalvo Júnior. O jornalista Rozalvo, ele trabalha no Setor de Comunicação, da Assembleia Legislativa, já há muito tempo. Tem uma voz, de muitos conhecida, de quem gosta de escutar rádio e durante muitos anos, era voz da Rádio Universidade. E já diagnosticou esse transtorno, quando adulto. Isso nunca o impediu de exercer sua vida, sua profissão e de ter sua caminhada e de ser um excepcional profissional. Eu acho que o Rozalvo, que trabalha hoje, aqui na Casa, que tem diagnosticado TEA, ele é um exemplo para pais, para mães, para crianças que, eventualmente, tenham esse transtorno diagnosticado e acham que isso é sinal de que a vida terminou. A vida não terminou, muito pelo contrário. Diagnosticar o TEA, talvez seja o primeiro passo, para gente conseguir uma vida ainda melhor, ainda com mais abundância. Que, hoje, dia 02 de Abril, Dia Mundial de Conscientização sobre o TEA, a gente possa pôr fim à discriminação e ao preconceito com essas pessoas.