02/04/2024 - Tempo dos Blocos Othelino Neto Othelino Neto

Othelino Neto

Aniversário: 07/07
Profissão: Economista e jornalista com pós-graduação em Marketing Político

Discurso - download do áudio



O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) - Presidente Davi, com a permissão de Vossa Excelência, farei o pronunciamento daqui mesmo, bem rápido tranquilo. Eu disse ao Deputado Neto, na estreia dele aqui na tribuna como líder do Governo, que o Governo fez uma boa escolha para tê-lo como líder. Bom para o Governo e talvez não muito bom para ele. Hoje na tribuna ele comprovou isso, que é bom para o Governo e ruim para ele, porque ele tentou... Não sei se o Deputado Neto está aqui. Ele sabe que todas essas palavras com relação a ele são sempre com muito carinho. Ele tentou justificar o injustificável. Era melhor não ter ido à tribuna. As imagens falam por si só, ou nós estamos todos loucos, porque aquela senhora, que ao que consta não tem nenhum atestado de loucura, disse e reafirmou que ligou para o secretário e o secretário mandou liberar. E aparecem as imagens daquela senhora sendo cumprimentada e abraçada, como disse o Deputado Wellington na tribuna, inclusive repetindo “já ganhou, já ganhou, já ganhou.” Ora, a patacoada aconteceu. Não dá para dizer que não aconteceu, porque as imagens são claras. Meus amigos, aquilo lembra, eu não estava lembrando nome da novela, mas pedi ajuda aqui para os colegas, é uma novela antiga. O Deputado Davi nem nascido era, “O Bem-Amado”. Parece uma coisa do personagem Odorico Paraguaçu, sabe? É um negócio sui generis, é uma coisa impressionante, porque para gente não ficar tão indignado, às vezes, é preciso lembrar desses episódios engraçados que, aliás, estão começando a se tornar corriqueiros, no Maranhão. Eu me lembrei, até agora, da nova Bacabeira, ali pertinho de onde resido, mas esse não é o assunto de hoje. Então, senhores, tem uma forma de botar um ponto. Primeiro, que não se bota ponto em discussão na Assembleia, porque a Assembleia uma das prerrogativas dela é fazer esse tipo de discussão, esse caso, sim, é óbvio, não tem o que discutir, não tem subjetividade, tem um vídeo que fala por si só. Mas tem como, pelo menos, você estancar a discussão, aprovar aqui, eu peço ao líder do governo, deputado Neto, que, na condição de líder oriente a bancada, o nosso convite, para que o chefe da operação venha aqui ou pode até ir além, convide esta senhora para vir também, porque ela explica, porque depois ela ratificou ela disse: não, foi ordem do governo, sim. E olha, nós todos aqui sabemos que a característica principal do militar é disciplina e hierarquia. Deputado Neto, Vossa Excelência acha mesmo que um policial militar, alguns dos quais aqui dentro deste Plenário iria liberar dezenas de motos, por livre vontade? Olha que é difícil de acreditar. Óbvio que se foi liberado, houve uma ordem superior. Tomara que para quem liberou, que quem teve a iniciativa errada de liberar, ele não tenha feito isso, por escrito, porque se ele o fez, por escrito, ele pode ter sérios problemas, a depender da disposição de quem recebeu a ordem de um dia dizer a verdade. Muito obrigado, senhor presidente.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA (Questão de Ordem) - Presidente Davi, como eu fui citado pelo deputado Othelino, que usou a tribuna sentado, que eu não sei que pronunciamento foi esse, daqui de baixo, eu gostaria, obviamente, como fui citado, de poder...

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO - Deputado Othelino, você concede aparte ao deputado...

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Não! Aparte não! Aparte não! Eu fui citado, não é aparte.

 O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO - Ele está falando pelo Tempo do Bloco.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA - Daqui de baixo?

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO – Sim.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO - Deputado Neto, eu não sei se pode conceder o aparte, mas óbvio que eu concedo. Mas meu querido, meu amigo, não queira determinar de onde eu falarei, eu posso falar da tribuna, como daqui...

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA - Para falar pelo tempo do seu Bloco, Vossa Excelência tem que ir à tribuna.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO - Eu pedi autorização ao presidente da Sessão.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA - Mas eu não estou dizendo não ao presidente da Sessão, o presidente da Sessão, como o deputado Othelino usou da tribuna sentado, da bancada, eu quero usar aqui também, porque fui citado.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO - De minha parte, sem um problema, eu até acho que Vossa Excelência devia mesmo falar mais do assunto, porque, apesar do talento de Vossa Excelência, não deu para explicar aquilo que Vossa Excelência tentou na tribuna.

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO - Deputado Neto.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA (aparte) – Deputado Othelino, senhores deputados, senhoras deputadas. Primeiro, muito obrigado pelas boas referências de Vossa Excelência à minha pessoa e a sua preocupação também quanto à minha posição de Liderança de Governo, eu estou muito tranquilo com relação a isso. Mas, tratando, especificamente, sobre o assunto, se Vossa Excelência não entendeu, desculpa não ter conseguido lhe explicar, eu vou tentar, novamente, lhe explicar. O que ocorria na cidade de Araioses, nada mais era do que uma blitz educativa. O que é uma blitz educativa? Uma blitz educativa, as motos são paradas, os carros são parados e se há alguma irregularidade ali, a moto, no caso, um cidadão andando sem capacete, a moto é apreendida. A moto é apreendida até que o cidadão consiga corrigir o erro que levou à ocorrência da apreensão da moto. Qual seja desse exemplo que eu estou dando? O capacete. O capacete chegou até a polícia, o cidadão pode sair com a sua moto. Naturalmente, no interior, quando apreendem várias motos, V. Ex.ª anda muito no interior, as pessoas têm o costume de andar sem capacete. Então, imagine o tanto de moto que foi apreendida para que a polícia tivesse a missão de dizer para as pessoas, sobretudo para que elas possam cuidar delas mesmas. Naturalmente, vão chegando os capacetes, vão chegando os documentos, e as motos vão sendo liberadas. É fato que eu não posso falar pela senhora, que eu nem sei quem é, não sei se de fato ela é parente ou se deixa de ser do secretário. Eu não sei. Mas você via, nitidamente, que era uma moça altamente empolgada, querendo dizer que era importante, e que as motos sendo liberadas pela polícia, porque já havia acontecido a motivação da liberação, ela gritar aos quatro cantos de Araioses que ela era a mulher que liberava as motos. Como nós vamos tapar a boca de uma pessoa que está lá do outro lado do Maranhão e não deixar ela dizer o que ela quer, o que vem na telha dela? Se o Estado for responder por cada um que decide falar o que quiser, infelizmente não tem como. O Estado vai perder tempo só fazendo esse tipo de justificativa. As multas vão chegar para as pessoas porque é a lei de trânsito. As multas chegarão. As multas não foram liberadas. Há até uma discussão nesse sentido de um decreto assinado à época pelo então secretário e chefe da Casa Civil do governo Flávio Dino, Rodrigo Lago. É importante a gente fazer, Rodrigo, esse debate aqui e conversar no Detran, no comando de policiamento, para obviamente ver se esse decreto está sendo respeitado e trabalhar para que seja caso não esteja. Mas eu disse “botar um ponto final” porque estão pegando um caso de uma senhora numa festa, ali você observa visivelmente que estão alegres demais, dar uma de fanfarrão. Dá para você ver literalmente que a pessoa ali tinha o teor alcoólico alterado.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA - Deputado Neto.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA - Usar de uma pessoa que está visualmente alterada por conta, eventualmente, de um de álcool e usar disso como justificativa para uma blitz educativa de liberação de moto.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA - Deputado Neto.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA - Acho que tem debates mais importantes aqui na Casa.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA - Deputado Neto, na verdade, não caberia aparte porque V. Ex.ª...

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO - Só para esclarecer, o pronunciamento é do deputado Othelino Neto.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA - Senhor presidente, como houve um aparte...

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO – Deputado Othelino, se o senhor puder ir à tribuna para que fiquem aparteados os outros deputados, seria mais viável e mais claro.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA – Deputado Othelino, pois me permita um aparte tardio. Na verdade, nem seria mais aparte, já que o deputado Neto já estava se manifestando porque foi citado no vídeo.

O SENHOR DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO – Deputado Othelino, conceda um aparte, deputado Wellington do Curso.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA – Aparte tardio, deputado.

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO - Dando continuidade ao Tempo dos Blocos. Deputado Othelino vai à tribuna.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Então, senhor presidente, como V. Ex.ª além de presidir a sessão, é o líder do nosso bloco, peço que estenda o meu tempo, que aí poderei...

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO - Tempo concedido.

O SENHOR DEPUTADO RICARDO ARRUDA (aparte) – Deputado Othelino, eu percebo que esse debate está se estendendo demais nessa sessão. Até porque eu acho que não seria o caso por conta de outras discussões importantes que tem na Casa se estender tanto esse assunto. Eu acho que é pertinente a colocação de V. Ex.ª por conta da preocupação que V. Ex.ª demonstrou e que o Deputado Wellington demonstrou também pelo fato acontecido lá em Araioses, mas o que se percebe, Deputado, é justamente isso. E eu sou do interior e a gente, às vezes, acompanha isso com muita frequência. As pessoas querendo capitalizar a seu favor um fato que, muitas vezes, não têm nem influência sobre a situação, principalmente se tratando de um ano eleitoral. E, aparentemente, ela é candidata a alguma coisa. A história de já ganhou, já ganhou, já ganhou. E isso acontece com muita frequência, mas eu não vejo a princípio nenhuma manifestação de autoridade no sentido da liberação dessas motos e sim, de fato, o que aconteceu foram pessoas que foram autuadas e regularizaram a situação, ou seja, não havia porque manter as motos apreendidas. No caso da questão que foi posta que foi a questão dos capacetes, eu não vejo porque essa Casa se estender tanto numa discussão que eu acho que é uma situação secundária frente aos grandes interesses do Maranhão que têm que ser discutidos aqui. Muito obrigado, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO - Grato pelo aparte, Deputado Ricardo. Deputado Wellington.

O SENHOR DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO (aparte) - Presidente Othelino, muito obrigado pelo aparte, eu quero só contribuir, rapidinho por gentileza (apresentação de áudio). Presidente, só rapidinho atenção. Ela é bem clara que ela liberou com uma ligação para o Governo do Estado, para um Secretário do Governo do Estado. E eu quero chamar a atenção que eu estou aqui para, nesse momento, defender os policiais militares. Nós não podemos imputar talvez uma culpa para o policial militar que apreendeu 10, 20, 30 veículos e ele mesmo liberar pela sua responsabilidade. Alguém liberou e com certeza não podem colocar a culpa no policial militar ou quem estava lá. E precisamos encontrar realmente quem fez a liberação dos veículos e, se partiu do Governo do Estado, quem fez autorização.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO - Deputado Fernando.

O SENHOR DEPUTADO FERNANDO BRAIDE (aparte) - Deputado Othelino, eu estava aqui ouvindo o assunto desde cedo e teve uma pessoa que me chamou atenção e por isso que eu pedi esse aparte. Ano passado se eu estou certo foi ano passado, aconteceu um caso que eu diria que no mesmo sentido, ou algo assim quando foi referente à prefeitura de São Luís, da SMTT. E foi o maior alarde que teve, que era crime, que era isso, que era aquilo e agora, quando é com Governo do Estado, a situação é completamente outra. É uma situação que engraçada, que não é levada a sério e nem deveria ser levada a sério. Então aqui eu só venho fazer a constatação de dois pesos e duas medidas. Quando é da prefeitura de São Luís, o posicionamento é um; e quando é o do Governo do Estado, o posicionamento é outro. Só essa observação que fica aqui que fizeram para mim, aliás, eu venho aqui deixar registrada. Obrigado.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Bom. Deputado Yglésio, vi que V. Ex.ª acendeu o microfone.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (aparte) –Presidente, obrigado pelo aparte. Nós só temos que fazer as reflexões para gente ter coerência, para nós não nos transformarmos, às vezes, aí em situacionista não-binário ou oposicionista não-binário, tem que ver, olha, eu sou a favor aqui que não haja apreensão de moto, se eu sou a favor que não haja apreensão de moto, eu não posso criticar se a coisa teve o caráter educativo, se a situação, por exemplo, aqui eu estou do lado do policial, em defesa do policial, eu tenho que defender a prerrogativa do policial manter a operação até o final, precisa ser feito esse registro, só para assim, para a Assembleia não perder a credibilidade, que já não goza lá fora, porque se for fazer qualquer pesquisa aqui em relação à relevância da Casa, nós vamos ter aí menos de 30%, de relevância de aprovação popular. Então, assim, não, mas é porque já teve, isso foi, a Câmara fez uma pesquisa e testou a Assembleia também, deputado Rodrigo, inclusive, eu posso até buscar resgatar para V. Ex.ª isso aí e fá-lo-ei com todo prazer, porque V. Ex.ª merece que V. Ex.ª é um homem de dados estatísticos também, não são da minha cabeça, não são, a lá Ciro Gomes, não os dados. Então, vamos lá, então, só acho assim, tem que ter um cuidado muito grande para a gente não diminuir as forças policiais nisso aí e, para a gente não deslegitimar uma coisa que é muito válida, porque assim, essa discussão de apreensão de veículos no estado, gente, é uma discussão que ela é muito importante as pessoas, às vezes, não têm condição mesmo de pagar o IPVA, não tem licenciar, o licenciamento foi para 150,00 reais, subiu demais, a gente entende que, ah, não foi assim tinha um congelamento, há vários anos, só que fizeram a recomposição de uma vez e, isso pesou para o cidadão, faz diferença ou não, deputado Lula, 100,00 reais para a pessoa? Então, faz, eu acho que a gente precisa fazer essa reflexão para não ficar naquela coisa, o tempo todo, de, não, tudo que o governo faz está certo, não, não está, vai errar, para isso que existimos aqui para, às vezes, a gente fazer essas correções. Mas, eu, realmente, vendo esse vídeo, eu não acredito que uma pessoa do governo tenha autorizado a desfazer uma blitz, em Araioses. Desmanche isso aí, com uma pessoa dessa que, visivelmente, a gente vê que carece de um equilíbrio emocional, é muito cristalino isso. Deputado Wellington foi muito oportuno, quando ele colocou aqui, no microfone, mesmo assim, não sendo teoricamente regimental, ali em cima, eventualmente, é discutível, mas foi importante porque mostra que há um desequilíbrio da cidadã, porque ela está comemorando uma ilegalidade, fazendo uma citação de um agente público, expondo um familiar e isso não é coisa de uma pessoa que age com equilíbrio. Então assim, nós temos que ter responsabilidade. Eu acho que no momento aqui o que que é? Quem achar que tem alguma coisa a ser apurada, encaminha uma representação para o Ministério Público para que faça o seu papel. Porque senão, a Assembleia parar para discutir um vídeo de uma cidadã desequilibrada, que tentou capitalizar para uma eleição de vereadora, no município, eu acho que a Casa está perdendo tempo e aqui nós custamos aproximadamente um milhão e oitocentos mil reais, por dia, para o contribuinte, a gente tem coisas mais elevadas aí a tratar. São essas as ponderações, claro, que respeitamos os posicionamentos de todos os colegas aqui, porque não deixa de ser um fato importante, a gente só tem que ver até o momento que é. Vamos parar a Casa para discutir se ligou ou não ligou. Encaminha para o Ministério Público fazer a apuração e sigamos.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO - Deputado Rodrigo.

O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO (aparte) – Deputado Othelino, agradeço também o aparte, o deputado Neto mencionou, há pouco, algo que é muito relevante. Eu, quando fui chefe da Casa Civil no Governo do ex-governador Flávio Dino, esse debate sobre apreensão e remoção de veículos, eu não me refiro só a motos, mas também a veículos de quatro rodas, foi levado ao governador e acabamos elaborando um decreto que proíbe exatamente a apreensão e remoção dos veículos, no caso de veículos que estão registrados. Ou seja, o Detran sabe quem é o proprietário, sabe que o veículo preenche as condições de segurança, mas, por algum motivo, deputado Ricardo, não está licenciado, seja porque o proprietário do veículo não pagou uma multa ou não pagou a taxa de licenciamento, ou mesmo, em casos extremos, porque não pagou também o imposto sobre propriedade veicular. Obtive, recentemente, acho que foi isso que talvez o deputado Fernando Braide mencionou há pouco, obtive recentemente uma liminar contra a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte de São Luís, proibindo exatamente isso, porque acredito que o Código de Trânsito não permite essa conduta. Eu me refiro a esse ponto que vem em debate. Eu dialoguei, ainda há pouco, com o líder do governo, deputado Neto Evangelista, exatamente para irmos atrás das informações sobre esse decreto que foi assinado em 2018 ainda pelo ex-governador Flávio Dino. Tive a honra de subscrever como chefe da Casa Civil o Decreto 34.089/2018. Então, saber se ele está sendo cumprido e, nesse caso específico de Araioses, como sugestão ao nosso líder do governo, que peçam um relatório circunstanciado do que ocorreu lá. Obviamente que a autoridade vai assinar o relatório circunstanciado sobre o que ocorreu nesse dia, tem fé pública, porque é servidor público, e vai poder trazer essa informação à Casa. Eu discordo aqui do colega deputado Dr. Yglésio, esse assunto é por demais relevante, porque interfere na vida de centenas, talvez milhares de cidadãos maranhenses. Eu acho que é a isto que a Assembleia se presta, exatamente para acompanhar a execução dos programas públicos da legislação, da nossa Constituição, pelas autoridades públicas. Então, acho que esta senhora que eu não conheço, não sei quem é, não sei o que faz, não acredito que tenha partido uma ordem superior, digamos, do primeiro escalão do governo ou do governador. A gente faz política no interior e a gente sabe que, infelizmente, é muito comum, as pessoas, às vezes, falarem em nome dos outros sem sequer ter conversado com as autoridades maiores, mas o certo é que ali há uma aparência de ilegalidade que eu acho que tem que ser esclarecida à Casa. Faz muito bem V. Ex.ª trazer esse tema, deputado Wellington. Acho que foi o primeiro a trazer, eu acho que o líder do governo podia contribuir se trouxesse essas informações no relatório circunstanciado e, obviamente, a partir dessa informação, cada deputado, no âmbito do seu mandato, exercendo a prerrogativa do seu mandato, poderá deliberar sobre o que fazer de forma individual e, eventualmente, de forma coletiva.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (aparte) - Deputado Othelino, só rapidamente. Deputado Rodrigo falou muito bem. Só para salientar que não há divergência de posicionamento nosso em relação à necessidade da apuração da ilegalidade, o questionamento foi em relação à dosimetria do tempo de discussão dentro da Casa, porque, por vezes, nós aprovamos aqui, fazemos Ordens do Dia com projetos mais importantes em 5 a 10 minutos, e nós estamos a 40, 50 minutos fazendo essa discussão em relação à conduta dessa senhora. Foi só em relação a isso. Acho que precisa ser apurado e eventualmente responsabilizado sem dúvidas. Muito obrigado.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Bom, para concluir, deputado Lula.

O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (aparte) – Trinta segundos, deputado Othelino, para não me alongar, até porque me parece que de fato o assunto já leva um bom tempo, parece que a Casa inteira concorda em um ponto: é preciso que a Assembleia defenda a legalidade. Obviamente, tem uma questão social em relação à apreensão de motos e de veículos no estado, e a gente tem essa preocupação. O problema social que a gente vive de imensa desigualdade e de imensa exclusão das pessoas faz até que tenha algo curioso, a gente tem praticamente o dobro de veículos em relação ao número de pessoas com carteira. Como nem todo mundo habilitado tem dois veículos, é natural que a gente tem um número muito grande de pessoas que dirigem no estado do Maranhão porque não consegue ter recurso para tirar a primeira habilitação. Mas, para além desse ponto social, que é evidente, me parece que a todos aqui querem defender o cumprimento da legalidade e que se, eventualmente, a conduta do policial, que respeitava ali a legalidade, e aí o que o Deputado Neto traz aqui é que ele estava cumprindo a lei, porque estava cumprindo o decreto, porque ali seria uma blitz educativa. Vossa Excelência já disse que todo contexto pode levar a crer que não foi isso que aconteceu. Então, me parece, sim, que é necessário, nesse caso, que talvez até o Governo possa ajudar, trazendo um relatório do que de fato aconteceu, para que a gente possa ter esclarecimento dos fatos pela Casa. O que a gente não pode concordar, em hipótese nenhuma, é alguém se arvorar, bater no peito e dizer que porque é autoridade, ou suposta autoridade, ou primo de autoridade, achar que pode descumprir a lei, apenas tão somente por isso aí ninguém vai concordar com essa postura.

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO - Peço que liberem o microfone para o Deputado Othelino concluir.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Bom, para concluir mesmo, nem pretendia voltar à tribuna, porque acho que, a princípio, a colocação feita ali era apenas complementar. Eu queria só fazer observações rápidas. Primeiro, querido Deputado Neto, Vossa Excelência dessa vez não conseguiu convencer. Graças a Deus que Vossa Excelência é mais convincente quando pede voto para deputado estadual e que a população muito acertadamente, elegeu e já reelegeu Vossa Excelência mais de uma vez. Deputado Yglesio, querido Deputado Yglesio, essa discussão ela é importante. Nós não estamos discutindo aqui algo privado. Mesmo a questão tempo de mais tempo ou menos tempo, nós já tivemos Ordem do Dia, tivemos o Pequeno Expediente, foram tratados temas diversos. Então, é porque esse tema vai além da senhora cuja sobriedade foi questionada aqui pelo Deputado Neto. Mas, assim, independente dela ter a sanidade, por Vossa Excelência, eu não vou entrar nesse mérito. E, aliás, Deputado Rodrigo, Vossa Excelência, deu uma boa sugestão e fez um comentário interessante. Eu, em nenhum momento, disse que ou o Governador, que acho que não faria isso, ou o Secretário Márcio Machado. Aliás talvez até eu ligue para o Secretário Márcio Machado, que é sempre muito atencioso e acho que continuará sendo, independente da relação minha atual com o Governo, vou perguntar o telefone da prima dele, porque vou pedir que liguem para ela para ver se ela quer vir aqui, porque ela pode dizer se ela estava bêbada, se ela tem algum problema mental, se conversou com alguém. Não precisa ser aqui na tribuna, aliás, aqui no plenário. Pode ser uma visita ao gabinete. Vou pedir para convidá-la. Vou pedir ao Secretário Márcio que me faça a gentileza de fornecer o contato desta senhora que o Deputado Neto diz que é um apenas uma senhora, mas, Deputado, ela é poderosa. Se Vossa Excelência ligar numa operação e pedir para falar com o comandante de uma operação- e Vossa Excelência não faria isso, que eu sei disso - o comandante da operação vai dizer: não vou liberar, estão sem documento, isso, aquilo. não vou liberar. Se Vossa Excelência fizer, e não faria, enfatizo e dissesse “eu sou deputado estadual, líder do Governo Carlos Brandão na Assembleia”. Assim mesmo a autoridade policial ia dizer, deputado, senhor vai me desculpar, mas a autoridade aqui, nesse momento, sou eu, aliás, deputado Fernando falou de um episódio ocorrido no município São Luís, há muitos anos, talvez alguns não lembrem, eu vou agora falar da jovialidade, o deputado Glalbert Cutrim, que, provavelmente, não se lembra, uma autoridade municipal chegou numa blitz, foi parada, tinha alguma irregularidade no seu veículo, e aí o agente disse: olha, o seu veículo vai ficar apreendido, ele disse: me respeite, que eu sou autoridade. E o agente disse, ele foi de uma inteligência, ele disse: o senhor é autoridade lá, por quem o constituiu, mas aqui sou eu e o senhor não tem a documentação do seu veículo, e seu veículo vai ficar apreendido. Mas olhem só, como este agente público agiu com decência, ele enquadrou a autoridade que o abusou da sua autoridade. Então, a importância dessa discussão, não é a sobriedade da mulher, a sanidade mental dela, eu espero que ela esteja muito bem de saúde, só não é este o caminho para que ela se eleja vereadora. A questão é o abuso de autoridade, é a carteirada, que já passou o tempo de se dar carteirada, o deputado Yglésio falou que quando chega na fila do restaurante, ele e outros colegas, aqui na Assembleia, respeita a fila, nossa obrigação. Nós como candidatos, no dia da eleição, nós podemos, nós temos a prioridade de votação, mas tenho certeza de que muitos de nós aqui, não se vale disso, pega a filinha, respeita, e vai lá esperar a sua vez de votar. Então, senhores deputados, a discussão, ela é maior do que isso, mas, deputado Rodrigo, acho que, além do convite para que o diretor da Companhia, que faz essas operações venha à Assembleia explicar, vale realmente o Termo Circunstanciado, se o deputado Neto Evangelista não topar pedir, na condição de líder do governo, eu pedirei pela Lei de Acesso à Informação, o relatório desta operação, especificamente, para saber se ela, de fato, foi educativa, eu acredito que a pessoa que responderá, não assinará algo que não aconteceu, porque tem imagens, se foi uma blitz educativa, quantos autos de infração, eventualmente, houve naquele dia e quais foram as providências tomadas, a partir daquele momento. Então, para concluir é isso. Repito e enfatizo, foi uma patacoada, fez parecer, fez lembrar a novela o Bem Amado, fez lembrar episódios que, se não fossem tristes seriam cômicos da história da política do Maranhão. Tomara que o caso desta senhora sirva de lição para que não se torne regra, no Maranhão, esses desmandos acontecerem, porque a sociedade, deputado Ricardo Arruda, nem lá na bela Grajaú, ela aceita mais a carteirada, cada qual no seu quadrado, cumprindo o seu papel, muito obrigado.

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