Discurso - download do áudio

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Senhora Presidente Iracema Vale, muito obrigado pela oportunidade. Só estou pegando um último dado aqui. Bom dia a todos, bom dia a todas. Subo à tribuna para tratar de alguns assuntos e fazer algumas reflexões acerca do tratamento que está sendo dado à opinião parlamentar. O Parlamento é uma casa obviamente plural, vai ter representante aqui de todos os segmentos sociais, pelo menos deveria ter, apesar de que aqui, no Maranhão, nós não costumamos ter isso, historicamente, mas, normalmente, você vai ver representantes das pessoas com deficiência, vai ver representantes dos movimentos negros, vai ver representantes do empresariado, vai ver representantes dos trabalhadores dentro da Casa, vai ver todo tipo de representação. O desenho ideal do Parlamento é esse. E aqui nós temos uma representante genuína do segmento evangélico, que é a Deputada Mical Damasceno. Ontem, a Deputada Mical Damasceno proferiu palavras do seu local de trabalho e teve uma repercussão nacional, saiu em vários portais, saiu no Metrópoles, me parece que saiu no UOL e deve ter saído, acho, que no Imirante também. É uma opinião que para muitas pessoas é uma opinião radical, mas a pessoa que entende pluralidade de pensamento tem que entender que é a forma que a Deputada Mical vê o mundo. Fizeram ofensas à Deputada Mical dizendo: ‘olha, Deputada Mical quer falar de casamento, mas não é casada’. Quem tem a ver com a vida dos outros? Quem sabe dos motivos particulares que levam uma mulher a não estar mais à frente de um casamento? São vários. Ontem eu recebi aqui uma denúncia da esposa de um funcionário que trabalha para minha mãe, faz reparo na casa da minha mãe há mais de 10 anos. Ela me mandou uma mensagem: “doutor, deixa eu lhe perguntar uma coisa”, no anteontem, ela não continuou. Ontem, ela pegou e mandou: “doutor, quero lhe fazer a pergunta”, eu digo: diga, pode falar. “O senhor me ajuda a me separar de fulano”? Eu digo: olha, situação difícil para me meter, mas o que foi? “Fulano é muito machista. Fulano é agressivo”. Eu perguntei: te humilha e te bate? “Faz as duas coisas”. Ela imediatamente apagou todas as mensagens. Só que eu já sabia como era. Então, o que que eu fiz logo, em razão da proteção a ela, printei tudo e vou encaminhar para Delegacia da Mulher, para Casa da Mulher Brasileira, para que tome providências. Porque se chega a esse ponto de uma pessoa procurar apoio de uma pessoa, que está distante, é porque a situação está muito complexa. Então, como é que a gente não vai subir aqui trazer denúncias em relação a escolas, como Bom Pastor, que teve aquele ataque, suposto ataque de pedofilia. Houve aquilo ali, ele foi inclusive indiciado no inquérito. Vai ser apresentada uma denúncia, o diretor do colégio Bom Pastor. A gente sobe aqui à tribuna para falar dos casos de repercussão, mas não pode esquecer que a violência, a opressão está no dia a dia. E quando, Deputada Mical ontem pegou e fez ali da poltrona dela, do assento dela, uma ponderação no sentido do que ela cresceu dentro da Igreja, do que é a submissão, dentro do Evangelho, é completamente diferente do que as pessoas acham, que é colocar um cabresto na mulher e tu vais fazer o que eu quiser. Não! A mulher que é casada, se a ordem do marido confronta com a ordem de Deus, ela obedece a Deus, se o marido a oprime, ela não tem dever nenhum de ser submissa. Isso aí está em Efésios 5, 22-23, quando chega no Efésio 5,25, a Bíblia diz o quê? Que o homem tem que dar a vida pela mulher, se tiver de ser. Então, submissão nas palavras da deputada, que ela quis dizer, ontem, não é dizer que a mulher tem que ser um joguete, um escravo do marido, ceder a todos os desejos. Ela não tem que ceder a nada que não seja conforme a palavra de Deus, mas lembrar que a mesma submissão de 5, 22-23 é a submissão do Efésios 5,25, que diz: Que o homem se tiver de acontecer, ele deve se jogar na frente e salvar a esposa. Então tem algo mais submisso do que alguém que a Bíblia diz, coloca tua vida para salvar a tua esposa. E eu estendo: coloca tua vida para salvar teus filhos. Foi mal interpretada, a palavra macho, hoje, ela cria uma celeuma, principalmente na imprensa alinhada à esquerda, que acha que macho é uma coisa ruim. Eu sou macho, sexo masculino, vários aqui são. Tenho orgulho da minha masculinidade. E acho que ela não tem que ser alimentada por ego, mas eu tenho orgulho do meu papel de homem na sociedade, dentro da minha casa, dentro da minha família. Eu só penso nos meus filhos e nas minhas filhas. Tudo que eu busco construir. Ando com camisa antiga, não uso roupa de marca. Tudo que eu faço é para deixar minhas filhas não dependendo...

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, Deputado. A gente concede mais 2 minutos.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Obrigado. Então, assim, foram ataques que eu acho foram muito bons para a senhora, Deputada, inclusive, porque dentro do seu segmento a senhora reforça a sua profissão de fé, dentro do seu segmento evangélico. E, claro, deram o óbolo dos fariseus, deram pérolas aos porcos para que lhe achincalhassem ontem injustamente. Mas são pessoas que nunca pegaram para fazer um estudo sequer da Palavra. São pessoas que não buscam, em geral, não todos, obviamente, ter conexão com Deus. E falando em pessoas que não têm conexão com Deus, não poderia deixar de falar aqui do nosso “presidengue” Lula. Esse ano contratados apenas novos 832 agentes de combate à dengue. No ano passado, no ano retrasado, em 2022, Bolsonaro contratou mais de quatro mil. Lula, este ano, cerca de 800. E os números da dengue explodindo. Já tem cerca de 600 óbitos por dengue no país, e não tem ação governamental nenhuma. A esquerda é ótima para chamar de genocidas os inimigos, da mesma forma que é seletiva quando tenta fazer manobras, questões de ordem para tratar iguais como diferentes. Como é triste a democracia seletiva da esquerda. Essa Casa já deu título de cidadão, Deputado Zé Inácio está aqui e já deu título de cidadão maranhense e medalha para Luiz Inácio Lula da Silva, já deu. Já foi dado, nessa Casa, título de cidadão maranhense para Geraldo Alckmim. Eu votei a favor, por quê? Por eu ser educado. Vice-Presidente do Brasil, não é uma pessoa radical, não é um vermelho radical; é um tucano que cortaram um pouquinho o nariz e virou uma pomba lá no PSB. Ricardo Garcia Capelli nunca morou dez anos no Maranhão, nunca morou. Recebeu título de cidadão aqui pelos deputados que estão fazendo referência a questões de ordem. São incoerentes demais, com todo o respeito. Não é demérito. Incoerência é uma característica que faz com que a pessoa não exploda na vida. Não passa disso o posicionamento. Porque as ações tem que ter uma sequência lógica. Se vale...

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE - Conclua, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO - Se vale para o meu amigo, para o meu aliado, para quem eu quero fazer, eu não posso criar uma regra diferente. Imagina se o futebol tivesse impedimento só para um dos dois lados, como seria? Alguém ia assistir? Não. Então a política também perde quando nós fazemos as coisas com regras diferentes, com formas diferentes, distinguindo de maneira severa, brutal quem é aliado e quem é adversário. E não compensa levar isso para o coração, não, porque, no final, não demora muito todos estaremos muito longe desta terra. Então eram essas as palavras. Fica essa reflexão. E que tenham todos um bom dia. E as pessoas hoje, que sofreram com essa chuva, estejam tendo a menor quantidade de prejuízos materiais e emocionais possíveis também. Deputada Mical, minha solidariedade à senhora que foi ontem massacrada pela grande mídia nacional apenas pela sua profissão de fé, um caso muito claro de cristofobia.