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O SENHOR DEPUTADO CARLOS LULA (sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Exmos. senhores deputados e senhoras deputadas, eu venho à tribuna, no dia de hoje, Sr. presidente, com dois intuitos: fazer referência a um ato simbólico e importantíssimo que aconteceu no dia de ontem, que foi o lançamento do Programa Maranhão Alfabetizado, programa que faz convênio com mais de uma centena de municípios do estado, entregando bolsa aos professores, entregando material para as cidades, com o objetivo de tentar erradicar o analfabetismo no Maranhão, envolvendo tanto a alfabetização das crianças na idade certa, deputado Fernando Braide, para a gente tentar que, aos oito anos, nossas crianças saibam já ler e escrever, mas também erradicar o analfabetismo de jovens e adultos que, infelizmente, ainda é uma chaga que acompanha o estado do Maranhão. São mais de R$ 100 milhões de reais, dinheiro esse do Governo Federal que será investido diretamente no estado do Maranhão. E ontem o Governador Carlos Brandão e o Secretário de Educação, o Vice-Governador, Felipe Camarão, estiveram nesse lançamento. Mas eu queria fazer também hoje uma justa homenagem à Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, a CONTAG e também à FETAEMA. E há um evento Grito da Terra de 2024. A presidente já chegou aqui ao Plenário, mas ela também esteve mais cedo junto com alguns deputados dessa Casa nessa mobilização que reúne os trabalhadores e trabalhadoras do campo. E é um marco na luta por justiça social, valorização da agricultura familiar e pela construção de um Brasil e um Maranhão mais justo e sustentável. Nesse ano, o tema escolhido paro o Grito da Terra é mudanças climáticas e alimentos saudáveis. Uma escolha acertada, pois a gente sabe que o campo é diretamente impactado pelas alterações no clima e a produção de alimentos saudáveis é uma prioridade para o bem-estar de todos os brasileiros. Então, vou trazer aqui alguns pontos que simbolizam o Grito da Terra, sobretudo, para o Maranhão e tentar ser breve, Senhor Presidente, se possível, eu já peço aqui, de antemão, um minutinho para o meu tempo. Primeiro, inclusão produtiva e práticas sustentáveis na agricultura familiar. É preciso fortalecer o acesso ao crédito rural, assistência técnica e capacitação dos agricultores familiares. A produção sustentável tem de ser incentivada, garantindo a preservação dos recursos naturais. É o agricultor familiar responsável por colocar boa parte da comida que a gente tem em nossa mesa. Dois, meio ambiente, produção sustentável e transição ecológica. A agroecologia é o caminho para produção mais saudável em harmonia com a natureza. Apoiar os agricultores a adotar práticas agroecológicas promovendo a conservação do solo, diversificação das culturas e o uso responsável dos agroquímicos, Deputado Florêncio Neto. Vossa Excelência que trabalha com terra sabe da importância da gente ter uma transição agroecológica correta, no Estado do Maranhão. Três: política nacional de reforma agrária, regularização fundiária e crédito fundiário. A gente também não pode esquecer que a reforma agrária é um direito fundamental. Infelizmente, o Maranhão está entre os três Estados com mais conflito em razão de terra. A gente não pode permitir, Deputado Ariston, que esse número continue se ampliando no Maranhão. A gente tem de lutar, Deputado Zé Inácio, para colocar fim a esse tipo de conflito. Quatro: desenvolvimento rural, infraestrutura, inclusão digital. O campo não pode ficar à margem do desenvolvimento. Investir em infraestrutura com estrada, energia, internet é essencial pra qualidade de vida dos agricultores. E aqui eu mando um abraço para o Zé Maria Pernambuco, meu amigo, lá de Estreito, pré-candidato a prefeito, um lutador pelo desenvolvimento da infraestrutura no campo. E por fim, falar das relações internacionais, porque o interesse dos trabalhadores rurais também nas negociações comerciais. O campo brasileiro e o campo maranhense tem muito a oferecer pro mundo. Por fim, falar de políticas sociais, sujeitos do campo e direitos humanos, que é o sexto eixo do grito da terra desse ano, porque as mulheres e os jovens do campo merecem atenção. A gente deve promover a igualdade de gênero, investir na educação e saúde no meio rural. Portanto, senhores que estão mobilizados aqui, estamos mobilizados para o Grito da Terra, que é um grito por justiça, dignidade e igualdade. Que a gente possa ouvir esse grito e transformá-lo em políticas públicas efetivas. Que a Contag, que a FETAEMA continuem sendo a voz dos trabalhadores rurais e que o campo brasileiro possa florescer com esperança e prosperidade. Viva a Contag, viva a FETAEMA, viva o Grito da Terra e viva a agricultura familiar muito obrigado.