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A SENHORA DEPUTADA DANIELLA (sem revisão da oradora) - Aqui novamente. Subi há pouco, nessa tribuna, para ressaltar uma indicação de suma importância feita ao governo do estado do Maranhão. Foi a Indicação dos 10% do percentual, 10 % de policiais para a Patrulha Maria da Penha. Isso tendo em vista os 500 policiais que serão convocados até o final deste ano. E agora retorno à tribuna desta Casa como Deputada, como Procuradora da Mulher, aqui da Assembleia Legislativa e, antes de tudo, como uma mulher que defende os interesses, que defende não só os interesses, mas que defende os direitos de todas nós, mulheres. E venho aqui para falar sobre um assunto que tem me incomodado e que tem se intensificado muito, nos últimos dias. Só nesse segundo semestre, eu fui procurada por cinco mulheres das mais diversas esferas, sejam elas: pré-candidatas a prefeitas, candidatas aos Conselhos Regionais, vereadoras, pré-candidatas a vereadoras para denunciarem a forma dura; a forma dura e intransigente que estão sendo muitas vezes tratada. É cruel, é desrespeitoso a forma que essas mulheres têm sido tratadas, principalmente quando elas mostram a sua força e a forma combativa que elas são dentro dos espaços de poder. Dessa vez, meu presidente, aqui nessa sessão, presidente Roberto Costa, venho aqui para trazer um caso ocorrido em Santa Luzia do Tide, onde a vereadora, professora Cleudimar, que nos procurou na última semana para pedir o direito de defender as mulheres luzienses. A professora Luzimar que tem, uma das mulheres, uma das vereadoras que têm sido estimuladas por nós a implantar a procuradoria da mulher dentro do seu município, ela teve o seu direito, a sua voz calada, o seu direito vetado pela Presidência daquela Casa. Então, eu quero aqui, realmente, chamar atenção Desta Casa, chamar a atenção dos deputados, chamar a atenção dos vereadores dentro dos municípios. E aqui em especial chamar atenção do presidente da Casa Legislativa de Santa Luzia, que é o vereador Kim do Carú, que mesmo a vereadora utilizando os mecanismos corretos por meio de ofício direcionado ao presidente da Casa, o vereador então presidente, Kim do Carú, o qual a respondeu informando que não poderia atender o pedido. Nós sabemos que não é obrigação do presidente da Casa, do vereador, a implantação, mas nós sabemos que nem tudo que é obrigação, mas muitas vezes é dever, é um dever social, principalmente nós que somos escolhidos para representar uma boa parcela da população. E lá ele foi escolhido para representar os luzienses, as luzienses, homens e mulheres daquela cidade. E nós que sabemos a importância desse órgão dentro dos Poderes Legislativos, principalmente das cidades menores, onde muitas vezes não têm delegacia da mulher, não tem Patrulha Maria da Penha, e o primeiro canal de comunicação de defesa a todas essas mulheres, são as procuradorias, e eu fico muito triste em ver um Presidente de uma Câmara Municipal, escolhido para representar uma população, rejeitar um projeto, uma indicação, um pedido de tamanha importância. De acordo com dados, somente este ano, por meio de dados da rede do observatório de segurança, o Maranhão é o segundo estado do Nordeste em número de agressões e tentativas de feminicídio, deputado Nagib. E aí a gente vê, um Presidente de uma Câmara, rejeitar um pedido de uma instalação de um órgão tão importante como esse, realmente é muito triste ver isso nos dias de hoje, nos dias em que a mulher é foco de debate, nos dias em que a gente vê o aumento crescente da violência, do feminicídio, e eu quero aqui fazer um apelo ao presidente da Casa. Vereador Kim do Carú, tenha sensibilidade com as mulheres do seu município. Respeite a voz de uma vereadora, e o pedido de uma vereadora que não pede por ela, mas que pede pelas mulheres luzienses. Eu gostaria muito de poder contar com a sua sensibilidade e poder voltar à tribuna desta Casa, para lhe parabenizar por ser um homem, mas ser um homem que defende também os nossos direitos como mulheres. A gente percebe que no município de Santa Luzia, por meio de dados obtidos pela delegacia do município, que, em 2023, o município registrou 18 inquéritos policiais e 58 pedidos de medidas protetivas. E o vereador, o presidente se recusar a atender um pedido, a atender um ofício de uma vereadora que só quer que seja implantado um órgão para defender os direitos de nós, mulheres, para amparar as mulheres luzienses. Presidente, coloque sua mão na consciência realmente, coloque sua mão na consciência, você foi eleito para defender os interesses de uma população como um todo. É preciso nós juntos aumentarmos o combate, o combate contra qualquer tipo de desrespeito, qualquer tipo de violência contra todas nós, mulheres, e nós sabemos que a procuradoria é uma porta de entrada para isso, deputado Carlos Lula, portanto, eu venho aqui, encerro a minha fala aqui pedindo, fazendo um apelo aos presidentes de Câmaras Municipais nas cidades do interior, na capital, para que tenham realmente um olhar sensível e para que ajude as vereadoras na implantação desses órgãos tão importantes. Nós aqui, por meio da Assembleia Legislativa, por meio da nossa presidente Iracema, nós temos buscado fazer isso, nós temos buscado amparar, inclusive no último evento isso foi pauta, isso foi debate de um último evento, onde o Maranhão sediou em nível nacional, um dos maiores eventos políticos direcionados a mulheres, foi o Maranhão que sediou. E nesse evento uma das pautas foi justamente esse mecanismo de defesa, esse mecanismo de apoio a todas as mulheres que são as procuradorias municipal. E Assembleia tem incentivado muito isso a acontecer, inclusive dando um suporte a todas as Câmaras Municipais que ampararem essas mulheres, que implantarem as procuradorias. Deixo aqui o meu apelo mais uma vez ao Presidente da Casa, ao presidente Kim do Carú, Kim, você foi eleito pra representar todo o povo dessa cidade. E nós, mulheres, com certeza, somos uma grande parcela da população. Respeite a todas nós e vamos implantar a Procuradoria. Muito obrigada.