Helena lamenta morte de padre e violência no Estado

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Da Assecom / Gab. da dep. Helena Barros Heluy
22/11/2010 00h00 - Atualizado em 23/11/2010 21h04

Helena lamenta morte de padre e violência no Estado
Foto original

A morte do padre Bernardo Muniz Rabelo Amaral, da Paróquia de Humberto de Campos, vítima de assalto, foi tratada pela deputada Helena Barros Heluy (PT) com estarrecimento e como mais uma evidência do aumento da violência no Maranhão. Em discurso, na Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira, Helena destacou que, mais uma vez, a Igreja do Maranhão enfrenta o luto por causa da violência dos assaltos. Helena disse que “a Igreja é vítima também de tantas monstruosidades acontecida dia a dia. E não basta buscar culpados, colocar responsabilidades isoladas. Nós temos que parar, refletir e tomar atitudes que mexem nos mais diversos espaços da convivência humana dos mais diversos espaços”, afirmou. Helena lembrou que a Igreja, que há uma semana realizou missa em homenagem aos 18 presidiários, mortos durante o motim em Pedrinhas, agora, é vítima da violência. DESPEJO Em comunicação à deputada Helena, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou o despejo de 200 famílias quilombolas, em Palmeirândia, na Comunidade Cruzeiro, confirmando denúncia da deputada Gardênia Gonçalves (PSDB), dias atrás, na Assembleia Legislativa. A CPT e outras entidades que atuam na questão agrária, no Maranhão, tentaram evitar o despejo em reuniões de negociação, em São Bento, mas não impediu a expulsão de uma comunidade quilombola, cuja terra está em processo de desapropriação no Incra. Helena explicou que mesmo se tratando de uma comunidade centenária, o Poder Judiciário deu ordem de despejo, deixando as famílias desabrigadas e com suas plantações destruídas. “É brutalidade também ao direito a vida, à moradia, à ocupação e ao trabalho. Terras que, até a década de 80 eram consideradas devolutas, como constam de um relatório que recebemos, não tinham dono”, contou Helena, lembrando que, somente em 2000, começam a aparecer os pretensos donos da terra, cujo nome no relato era, inicialmente, Sebastião Murad, e, depois, passou para o nome de Noeli de Jesus Gomes. Segundo informações, quando Sebastião Murad surgiu dizendo-se dono das terras, ele teria solicitado à coordenação do Pronaf que a terra fosse avaliada para fins de compra, mas o pedido foi negado porque já havia a ocupação com cultivo e produção de alimentos. “Mas a ganância isolada, privada, se sobrepõe aos direitos das comunidades quilombolas, negros”, disse Helena indignada, registrando que o despejo da comunidade quilombola marcou de forma triste o Dia Nacional da Consciência Negra - data em que as comunidades negras registram a morte do líder negro Zumbi dos Palmares. “Faço este registro em solidariedade à caminhada da CPT, no Maranhão, e demais entidades envolvidas na luta pelos direitos a terra, a vida, ao trabalho, a moradia, a dignidade mesmo de todos”, reiterou a parlamentar. A deputada também destacou o transcurso da Semana de Combate à Violência contra a Mulher, que se encerra dia 25 de novembro, com uma vigília que reunirá o movimento de mulheres para reflexão sobre os casos de agressão doméstica e será também espaço de denúncias e reivindicações.

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