Assembleia debate crise de pólo guseiro em Açailândia

Audiência pública debateu os efeitos da crise internacional, que deixaram 400 metalúrgicos sem emprego nos últimos cinco meses. Sindicato da categoria calcula já ter acontecido cinco mil demissões.

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Gláucio Ericeira
Agência Assembleia
23/11/2010 00h00 - Atualizado em 23/11/2010 20h46

Assembleia debate crise de pólo guseiro em Açailândia
Foto original

Mais de cinco mil demissões e impactos extremamente negativos à economia do município. Este, até o momento, é o saldo da crise instalada no pólo guseiro de Açailândia, distante 600 quilômetros da capital São Luís. O tema foi alvo de debates na tarde desta terça-feira (23) no auditório da Assembleia Legislativa. A audiência pública foi proposta pela deputada Helena Heluy (PT), que atendeu pedido do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Metalúrgica, Mecânica e Material Elétrico de Açailândia e Imperatriz (STIMA). “Nós, trabalhadores, fizemos de tudo para evitar esta situação. Concordamos em reduzir, por exemplo, os valores da hora-extra e do adicional noturno. Infelizmente, a onda [de demissões] veio. De junho deste ano até o mês passado, 400 metalúrgicos foram demitidos. Cada demissão direta contribui para dez demissões indiretas, o que, nos nossos cálculos, chega a um total de cinco mil trabalhadores sem emprego”, afirmou o presidente do STIMA, Jarlis Adelino. A crise no pólo guseiro de Açailândia iniciou-se em 2008, devido aos impactos econômicos ocasionados pela falência de vários bancos norte-americanos. O aumento em mais de 171% do preço cobrado pela tonelada do minério de ferro e o cancelamento, por parte de empresas da América do Norte e Europa, de inúmeros carregamentos de ferro gusa produzidos no pólo foram fatores que pioraram a situação e contribuíram para as demissões em massa. “É preciso que os governos municipal, estadual e federal dêem as mãos no sentido de mudar este quadro. A onde de demissões refletiu diretamente na economia do município que, hoje, passa por uma situação precária”, disse o vereador açailandense, Juscelino Oliveira (PP). Apesar do cenário atual, o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro do Estado do Maranhão (Sifema), Cláudio Azevedo, avaliou que a expectativa para os próximos meses é de que as empresas do setor se recuperem, o que contribuirá para que ocorram novas contratações. “Conseguimos estabilizar o valor da tonelada do minério de ferro e estamos trabalhando com o mercado promissor da China. São dois fatores que, tenho certeza, irão reaquecer o setor”, explicou ressaltando que as empresas fizeram o possível para evitar as demissões. Helena Heluy classificou como positiva a realização da audiência. “A problemática foi bastante discutida. Todas as partes envolvidas tiveram a oportunidade de apresentar informações e sugestões para reverter a situação”, disse. Também participaram da audiência pública os secretários estaduais José Antônio Heluy (Trabalho e Economia Solidária) e Israel Ferreira (Minas e Energia); os deputados Antônio Bacelar (PV) e Carlinhos Amorim (PDT), presidente e vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Minas e Energia da AL, respectivamente; Nivaldo Araújo, representante da CUT nacional; Antônio Erismar (PT), vice-prefeito de Açailância; além do também vereador açailandense Márcio Anibal (DEM).

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