Deputados dizem que crise carcerária é de todo o país

Victor Mendes (PV), Raimundo Cutrim (DEM) e Jota Pinto (PR) defendem a união de Executivo, Legislativo e Judiciário em busca de resolução para o grave problema carcerário do Estado.

icone-whatsapp
Cláudio Brito
Agência Assembleia
09/02/2011 00h00 - Atualizado em 09/02/2011 17h55

Deputados dizem que crise carcerária é de todo o país
Foto original

Os deputados Victor Mendes (PV), Raimundo Cutrim (DEM) e Jota Pinto (PR), utilizaram a maior parte do pequeno expediente da Assembleia Legislativa, na sessão desta terça-feira (9), para defender a união dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em busca de resolução para o grave problema carcerário do Estado. Para os parlamentares, são infundadas as críticas da oposição ao governo estadual. Eles entendem que o problema carcerário é nacional, principalmente por causa da superlotação dos presídios. Victor Mendes lamentou a rebelião ocorrida na Delegacia Regional de Pinheiro, sua terra natal, que culminou com a morte de seis presos, sendo quatro decapitados. “A falência do sistema carcerário não é culpa do nosso governo. É um problema nacional, provocado pela falta de investimentos, de gestões passadas, que culminou nesse processo de ebulição e barbárie”, disse Victor. “A bomba estourou no colo do atual governador do Estado, que poderia ser Roseana Sarney, Flávio Dino ou qualquer outro. O estouro aconteceu agora porque esse processo é crescente e antigo. A falência do sistema carcerário Estado do Maranhão se desenvolve há muitos anos”, completou Mendes. Da mesma opinião compartilha o deputado Raimundo Cutrim (DEM), que foi secretário estadual de Segurança Pública por uma década. Segundo ele, a governadora Roseana Sarney construiu os presídios de Timon e Pedreiras, e deu oportunidade para o ex-governador José Reinaldo Tavares construir 18 pequenas penitenciárias. Mas, o parlamentar democrata revelou dados estarrecedores, que chamaram a atenção de todos os deputados, e merecem reflexão especial dos poderes constituídos. “O sistema carcerário do Maranhão está superlotado com mais cinco mil presos. Ainda por cima, temos 16 mil mandatos de prisão a cumprir”, disse. Já o deputado Jota Pinto (PR) entende que a governadora Roseana Sarney (PMDB) não está omissa ao caos na Segurança Pública. “Roseana está em contato direto com a residente Dilma Roussef (PT), pedido providências para amenizar a questão, que não é só do Maranhão. A falência do sistema de segurança é um problema nacional”, afirmou. O deputado lembrou que além dos presídios de Timon e Pedreiras, o governo Roseana Sarney já anunciou a construção e mais seis pequenas penitenciárias, em diferentes regiões do Estado do Maranhão. “Até o final desse governo, o problema será amenizado”, prevê pinto. CENAS DE BARBÁRIE Os debates dos deputados sobre o sistema carcerário do Estado voltaram à tona na Assembleia Legislativa porque, no intervalo de apenas três meses, 24 presos foram barbaramente assassinados em rebeliões ocorridas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e agora na Delegacia Regional de Pinheiro. Na maior cidade da Baixada Maranhense seis presos foram decapitados. Segundo informou a Secretaria de Segurança Pública, os presos não fizeram grandes reivindicações. Eles teriam solicitado televisões, ventiladores e a substituição da delegada regional Laura Amélia Barbosa. Eles também exigiram o fornecimento de comida caseira, já que a maioria deles é da cidade de Pinheiro e quer receber comida de casa. A delegacia possui capacidade 40 detentos, mas esta superlotada com 90. Na outra rebelião, ocorrida em novembro de 2010, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, 18 detentos foram mortos, três deles decapitados. O motivo da rebelião teria sido a falta de água no presídio e a disputa entre grupos rivais que disputam o tráfico de drogas no Estado do Maranhão.

Banner