Deputados vão investigar morte de jovem Tamires Viegas

icone-whatsapp
Cláudio Brito
Agência Assembleia
15/03/2011 00h00 - Atualizado em 15/03/2011 21h24

Deputados vão investigar morte de jovem Tamires Viegas
Foto original

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia Legislativa vai investigar o suposto enforcamento da jovem Tamires Pereira Viegas, de 19 anos, encontrada morta, no dia 8 de março - quando é comemorado o “Dia Internacional da Mulher”- no corredor da Delegacia Regional de Porto Franco. O anúncio foi feito nesta terça-feira (15) pela presidente da Comissão, deputada Eliziane Gama (PSPS), após reunião com os deputados Bira do Pindaré (PT), Eduardo Braide (PMN), Edson Araújo (PPS), com o prefeito de Campestre do Maranhão, Emivaldo Macedo (PDT), e com os vereadores Cícero Miranda (PDT) e Amarildo Macedo (PPS). Ficou definido que na próxima quinta-feira, 17, a partir das 15h, a Comissão de Direitos Humanos ouvirá os depoimentos do delegado regional de Porto Franco, Jackson Farias de Jesus (que deveria receber Tamires na delegacia), do delegado Eduardo Cardoso (presidente do inquérito) e de Josefa Veigas (mãe de Tamires). Para Eliziane Gama, a suspeita de enforcamento será investigada pela Comissão porque o fato foi extremamente atípico e misterioso. “Tamires morreu exatamente no dia 8 de marco, Dia Internacional da Mulher, pendurada em uma corda no baixo corredor da delegacia, onde é quase impossível uma pessoa se enforcar”, afirmou. Em contato com a deputada Eliziane Gama, o delegado Jackson Farias informou que o laudo do Instituto de Criminalística, de Imperatriz, constatou enforcamento da jovem. Segundo ele, a corda de armar rede usada no enforcamento foi deixada, numa escapula, no corredor da delegacia, por um preso de regime semi-aberto, conhecido como “helicóptero”. ENFORCAMENTO Durante reunião com os deputados, o prefeito Emivaldo Macedo (PDT) e os vereadores Cícero Miranda (PDT) e Amarildo Macedo (PPS) expressaram a revolta da população de Campestre do Maranhão com o suposto enforcamento da jovem Tamires Pereira Viegas. Segundo o prefeito, tudo começou às 3h20 da terça-feira de Carnaval, em Campestre. A jovem Tamires participava da festa e sem envolveu em uma confusão provocada por um casal, que foi contida com spray de pimenta jogado por policiais militares. O spray de pimenta atingiu Tamires, que reclamou e foi presa pelos policiais militares Soares e Honório, e conduzida para a delegacia de Porto Franco, onde chegou às 3h30m. Às 4h30 o carcereiro encontrou Tamires enforcada no corredor da delegacia. Alguns presos informaram ao prefeito e aos vereadores que a jovem foi espancada antes de morrer. O prefeito e os vereadores exibiram aos deputados fotografias de Tamires, tiradas logo depois do suposto enforcamento. As fotos mostraram hematomas que comprovam que antes de morrer a jovem foi brutalmente espancada. A mão de Tamires, Josefa Viegas, estaria de posse de algumas fotografias que comprovariam abuso sexual contra a jovem. REVOLTA Para o prefeito Emivaldo Macedo, diante do misterioso e revoltante fato, no dia 11 a população de Campestre do Maranhão organizou um manifesto, que tomou proporções inimagináveis e findou com a intervenção severa da Polícia Militar do Maranhão, comandada pessoalmente pelo comandante do 12º Batalhão da PM de Estreito, coronel Arquimedes Brito. “A ação truculenta da PM causou pânico na população. Foram usadas bombas de efeito moral, balas de borracha, que resultaram na prisão e ferimentos em dezenas de cidadãos, que foram confundidos com vândalos. Foram recolhidas cápsulas projéteis de espingardas, calibre 12, do local onde houve o confronto com a população”, lamenta o prefeito. Emivaldo Macedo informou que há muito tempo a população de Campestre do Maranhão vem se mostrando insatisfeita com a postura da Polícia Militar no município. Segundo ele, a insatisfação se gravou com o suposto enforcamento de Tamires. “É preciso investigara morte de Tamires e a conduta truculenta do coronel Arquimedes Brito”, apelou o prefeito.

Banner