A morte da jovem Tamires Pereira Vargas, dentro de uma das celas da delegacia do município de Porto Franco, voltou a ser o centro das discussões na sessão desta terça-feira (15). O deputado Eduardo Braide (PMN), um dos primeiros a se manifestar, alertou sobre outro fato grave: policiais militares teriam praticado atos de violência contra os moradores que participaram de um ato de protesto contra a morte da jovem.
Eduardo Braide informou que a denúncia sobre a violência praticada pelos policiais militares foi feita pelo prefeito de Campestre, Herminal Vasconcelos, e pelos vereadores Amarildo Macedo e Cícero Miranda, durante reunião que contou também com a presença dos deputados Bira do Pindaré (PT), Edson Araújo (PSL) e Eliziane Gama (PPS).
Prefeito e vereadores relataram aos deputados que no dia da morte de Tamires, 8 de março, houve uma ato de protesto dos moradores de Campestre, revoltados com a estranha circunstância que envolveu a morte da moça. De imediato, policiais militares foram deslocados para reprimir a manifestação.
De acordo com as informações transmitidas ao deputado Eduardo Braide, após a manifestação ter sido dispersada, os policiais invadiram as casas e agrediram mais de 50 pessoas. A violência ficou registrada em fotos apresentadas pelas autoridades de Campestres aos deputados.
Eduardo Braide disse que as fotos mostram várias pessoas feridas, dentre elas, o presidente da Câmara Municipal, que levou um tiro no pé com bala de borracha. “Não subo a esta tribuna para acusar ninguém, subo para pedir o empenho dos deputados”, afirmou.
O deputado anunciou que nesta quinta-feira (17) será realizada reunião da Comissão de Direitos Humanos, com a participação da mãe de Tamires, do delgado regional e do delegado que preside o inquérito, a fim de que possa ser apurada a circunstância em que ocorreu a morte da jovem, além da violência praticada pela Polícia Militar contra os moradores.
“A informação que nos chega é que muitas pessoas foram agredidas nas suas próprias casas. Esse é um tema que tem que ser tratado com responsabilidade e com vigor por esta Casa para que os fatos sejam esclarecidos e não voltem a ocorrer situações como esta”, declarou o deputado Eduardo Braide.
SOLIDARIEDADE
Ao se manifestar sobre o assunto apresentado pelo deputado Eduardo Braide, o presidente Arnaldo Melo (PMDB) se solidarizou com a comunidade de Campestre. Ele disse que a denúncia é grave, preocupa a Mesa Diretora da Casa e que será dado total apoio à Comissão de Direitos Humanos.
Arnaldo Melo garantiu, ainda, que a Assembleia vai intervir junto ao secretário de Segurança do Estado para que o episódio seja esclarecido.
