O deputado César Pires (DEM) apresentou na sessão de hoje (terça-feira, 21) o resultado da reunião que a Comissão de Educação da Assembleia manteve com a secretária de Estado da Educação, Olga Simão, na tarde da última quinta-feira (17). A proposta de reajuste apresentada pelo governo aos professores é de 10%.
Além de César Pires, a reunião no gabinete da secretária contou com a presença dos deputados Manoel Ribeiro (PTB), Carlinhos Amorim (PDT), Valéria Macedo (PDT) e Roberto Costa (PMDB).
Os professores reivindicam 25% de aumento a ser implantado a partir de 1º de março, mais 10% em 2012 e 4.7% em 2013, chegando a, aproximadamente, segundo César Pires, a 42% nos próximos três anos.
Ele avaliou como legítima a reivindicação dos professores, porém considera muito grande o fosso que separa o pedido do sindicato das possibilidades apresentadas pela secretária Olga Simão.
Segundo o parlamentar governista que preside a Comissão de Educação, a secretária informou que o orçamento do Estado aprovado pela Assembleia gira em torno de R$ 1,109 bilhão. Desse total, 80% destinam-se à folha de pagamento, sobrando R$ 199 milhões para custeio e investimentos. É desse volume de aproximadamente R$ 200 milhões que servem para construir e manter as escolas em funcionamento, que serão tirados os 10% para o reajuste.
Cesar informou que o passo seguinte será uma reunião ordinária na próxima quarta-feira (23), às 08h30 para, em conjunto, discutir e tentar encontrar um ponto de equilíbrio entre as duas propostas.
CONVITE
Ele rechaçou qualquer tipo de insinuação de que a Comissão de Educação tenha se curvado diante do Estado. Explicou que desde o início das negociações a Comissão convidou tanto os representantes do Sinproessema quanto do Estado para conversar. Não houve convocação, sendo apresentada, também, à secretária e aos professores, a opção de poderem ser ouvidos pelos parlamentares em suas próprias sedes.
As ponderações de César Pires sobre a ida da Comissão à Secretaria de Educação foram em resposta aos questionamentos do deputado Rubens Junior (PCdoB) na sessão de hoje. “Essa proposta emitida pela secretária de Educação seria a mesma se fosse aqui no nosso gabinete. O local não modificaria o teor da proposta”, esclareceu César.
Ele informou que manteve essa mesma postura nos dois últimos governos em que exerceu mandato parlamentar. Disse que em ambos houve greve, sendo que a mais longa que acompanhou como parlamentar durou 90 dias. “Não vi nada de estranho em uma greve, que é um direito líquido e certo”, lembrou.
César Pires ressaltou o esforço que a Comissão de Educação está fazendo sem pautar qualquer um dos lados e tentando encontrar um ponto de equilíbrio. Garantiu que continuará a buscar uma solução sem prejuízos maiores para a sua classe de educadores.
Na condição de educador, deputado e presidente da Comissão de Educação, ele afirmou que seus compromissos não foram diminuídos e nem serão porque ouviu a secretária em seu próprio gabinete. “Continuarei ouvindo e se amanhã o sindicato disser venha me ouvir no gabinete eu irei, porque maior do que eu é a volta dos alunos para a sala de aula”, disse.
