Caso Tamires: Comissão pedirá novos laudos

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Da Assecom / Gab. da dep. Eliziane Gama
25/03/2011 00h00 - Atualizado em 25/03/2011 16h59

Caso Tamires: Comissão pedirá novos laudos
Foto original

O vereador de Campestre, Amarildo Macedo entregou para os membros da Comissão de Direitos Humanos da AL dois projéteis de calibre 762 (fuzil) encontrados junto aos policias militares durante a manifestação ocorrida na sexta-feira após a morte de Tamires Vargas no município de Campestre. Fica claro que a polícia usou armamento letal pesado para conter os manifestantes. Os projéteis serão encaminhados ao ICRIM para emissão de laudo pericial, informou a presidente da comissão, deputada Eliziane Gama. Nesta quinta-feira, dia 24, os deputados integrantes da Comissão de Direitos Humanos da AL realizaram reuniões nas cidades de Campestre do Maranhão e Porto Franco, na região sul do estado, com o objetivo de acompanhar as investigações sobre o caso envolvendo a jovem Tamires Pereira Vargas, de 19 anos, encontrada morta em uma cela da delegacia de Porto Franco. Segundo Eliziane Gama, durante a visita aos municípios de Campestre e Porto Franco houve algumas contradições no que foi relatado pela polícia e o carcereiro, por causa disto será pedida nova perícia. Outro motivo para um novo laudo seria os policiais investigados serem da polícia na localidade em que a perícia foi feita. Precisamos fazer um comparativo, principalmente se tratando de uma polícia local, disse. A deputada comentou ainda que em Campestre os parlamentares ouviram o depoimento de uma senhora de 70 anos que todos os anos faz uma mobilização no Dia Internacional da Mulher no município, e este ano a manifestação foi realizada na sexta-feira seguinte, em virtude do dia ter sido comemorado na Terça-Feira de Carnaval. A manifestação era pacífica, todos os anos fazemos. Na hora o povo começou a gritar 'Tamires' e quando vimos havia uma multidão, disse Dona Ivone. Eliziane Gama lamentou os atos de violência da polícia e ressaltou a importância do trabalho de Dona Ivone na defesa dos direitos das mulheres. Fico feliz que em uma cidade pequeno tenha uma mulher tão aguerrida e militante como Dona Ivone, que luta pelos direitos da mulher, frisou. De acordo com os relatos da população, 12 pessoas foram presas durante a manifestação, casas foram invadidas por policiais, inclusive a residência do presidente da Câmara Municipal, além de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, e balas de borrachas para acabar com o tumulto. A Comissão de Direitos Humanos tem as fotos de pessoas que foram agredidas durante a confusão. VISITA Além da presidente da comissão, deputada Eliziane Gama (PPS), a comitiva foi formada pelos deputados Antônio Pereira (DEM), Valéria Macedo (PDT), Gardênia Castelo (PSDB), Carlinhos Amorim (PDT), Léo Cunha (PSC), Edson Araújo (PSL) e Dr. Pádua (PP). Os parlamentares ouviram policiais civis e militares que estavam de plantão no momento da morte da jovem. Também prestaram esclarecimentos os dois delegados que estão à frente das investigações. Durante a manhã, os deputados também fizeram uma visita à Delegacia Regional de Porto Franco. Ainda nesta quinta-feira (24), a comitiva realizou audiência pública em Campestre do Maranhão, quando os parlamentares ouviram amigos, familiares e testemunhas que presenciaram a prisão de Tamires. CASO TAMIRES Tamires Pereira Vargas foi encontrada enforcada dentro de uma das celas da delegacia da cidade de Porto Franco. Segundo o relato dos policiais, ela foi presa no dia 8, Dia Internacional da Mulher, durante uma briga em uma festa de carnaval na cidade de Campestre. Ao ser levada para a delegacia do município vizinho, ela foi colocada no corredor da unidade. Um preso que cumpre regime semiaberto foi obrigado a se retirar do local. Ao levar consigo a rede, ele deixou as cordas, onde possivelmente Tamires se enforcou. A versão da polícia é contestada por amigos e familiares da jovem. Durante audiências realizadas pela Comissão em São Luis, vereadores, prefeito de Campestre e a mãe de Tamires mostraram fotos que mostram vários hematomas no corpo da adolescente. NOVAS DENÚNCIAS Durante a manhã desta quinta-feira, amigos e familiares de Keyth Bezerra se reuniram em frente à Câmara de Vereadores de Porto Franco para pedir apoio à Comissão de Deputados. A jovem de 20 anos foi degolada no dia 26 de fevereiro após romper um relacionamento com um ex-namorado. Segundo o pai de Keyht, Adriano Barros Lima foi preso logo após a morte. A expectativa da família é de que os deputados ajudem a esclarecer alguns pontos da investigação.

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