Empresas de energia investirão R$ 2,2 bi no Estado

MPX-Itaqui e OGX Maranhão planejam investir quantia em São Luís e Capinzal do Norte até 2015, através de usina termelétrica e exploração gás natural e petróleo. Investimentos foram mostrados a deputados do Maranhão e Piauí.

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Jacqueline Heluy
Agência Assembleia
25/03/2011 00h00 - Atualizado em 25/03/2011 17h53

Empresas de energia investirão R$ 2,2 bi no Estado
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O Maranhão receberá investimentos da ordem de R$ 1,8 bilhão com a implantação da Usina Termelétrica de São Luís, que se encontra em fase de construção no Porto do Itaqui. A informação foi prestada pelo presidente da empresa MPX-Itaqui, Edio Rodenheber, durante o seminário realizado nesta sexta-feira, 25, no Hotel Luzeiros, com a presença de deputados do Maranhão e Piauí. Edio Rodenheber explicou que do total de R$ 1,8 bilhão para a implantação da Usina Termelétrica, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e Banco do Nordeste (BNB), 30% estão sendo investidos em equipamentos e tecnologias de controle ambiental. Estes promovem a queima limpa do carvão, resultando em um nível de emissões de gases inferiores aos exigidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), bem mais rigoroso que a legislação ambiental brasileira. Quando em operação, a Termelétrica do Itaqui terá capacidade para produzir até 360 MW de energia elétrica, o equivalente a 60% do consumo de energia do Maranhão. Edio Rodenheber informou aos parlamentares que os estados do Maranhão e Piauí são estratégicos para o grupo MPX, ressaltando que um segundo empreendimento já está em fase de implantação: a MPX Parnaíba, a ser instalada no município de Santo Antônio dos Lopes, que poderá gerar até 1.863 MW. GÁS NATURAL Os deputados também tiveram a oportunidade de ouvir o gerente de operações da OGX, George Fernandes, que detalhou a evolução da instalação dos empreendimentos da empresa no Maranhão, dentre os quais a implantação da Usina de Exploração de Gás Natural no município de Capinzal do Norte (MA), a 260 Km de São Luís, onde serão perfurados pelo menos sete poços até 2012. A OGX Maranhão, do grupo Eike Batista, é o maior projeto de exploração privada de petróleo e gás natural em curso no Brasil. A empresa planeja investir, até 2015, US$ 400 milhões na operacionalização de 15 poços em 39 municípios da Bacia do Parnaíba. Até o momento a OGX já investiu cerca de R$ 25 milhões na pesquisa sísmica em Capinzal do Norte e deverá investir mais U$ 20 milhões na perfuração de poços exploratórios. As operações já estão gerando 900 empregos diretos. PARTICIPAÇÃO DOS DEPUTADOS O encontro realizado hoje pela manhã no Hotel Luzeiros foi prestigiado por grande parte do parlamento maranhense (cerca de 20 deputados). A reunião contou ainda com a presença do presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles de Sampaio Filho (PMDB), e pelos deputados piauienses Gustavo Neiva (PSB), Tadeu Maia (PSB) e Warton Soares (PMDB). O deputado federal do Piauí, Marlos Sampaio (PMDB), e o vereador José Nito (PMDB), representando a Câmara Municipal de Teresina, também marcaram presença. Questões envolvendo o equilíbrio ambiental e a garantia da geração de emprego para maranhenses foram os principais questionamentos dos deputados presentes aos seminários, manifestados depois das apresentações dos diretores da OGX e da MPX. Os deputados solicitaram informações desde o descarregamento do carvão que chega da Colômbia ao porto do Itaqui (matéria-prima da usina termelétrica) até as emissões consequentes do processo de combustão. Edio Rodenheber afirmou que o descarregamento é realizado de forma segura, através de um tubo de sistema fechado que entra no porão do navio, eliminando qualquer contato externo com a matéria. Depois da combustão, os resíduos são colocados em contado com a cal, produzindo uma substância semelhante ao gesso, que é depositado numa espécie de aterro, instalado em local devidamente licenciado pelos órgãos competentes. Como parte do sistema antipoluente, também é utilizado um filtro de mangas, que ao absorve 99% das partículas geradas pela combustão do carvão (cinzas). Essas partículas são reaproveitadas na produção de cimento. Outra emissão bloqueada é de NOX (derivado do nitrogênio); seus efeitos são abatidos através do controle de temperatura da combustão. Com relação à geração de emprego e renda, o deputado César Pires (DEM) questionou a forma utilizada pela empresa para definir os perfis profissionais. Ele defendeu que os maranhenses também ocupem cargos qualificados e não se limitem aos empregos temporários, necessários apenas à fase de implantação da usina. César Pires afirmou que o Governo do Estado não dispõe de nenhuma documentação com referência à questão da empregabilidade. Edio Rodenheber afirmou que a empresa não realizou nenhum estudo aprofundado sobre o assunto, mas destacou que há um compromisso do grupo para que os postos de trabalho sejam ocupados, de forma majoritária, por maranhenses. Ele destacou que hoje o percentual de maranhenses empregados no local é de 71%. No encerramento, o presidente da Assembléia Legislativa do Maranhão, deputado Arnaldo Melo, destacou a importância do seminário realizado pelas empresas MPX e OGX no Maranhão e da necessidade de uma agenda positiva junto aos estados fronteiriços pelo desenvolvimento social e econômico do país. Em seguida ao término do seminário, os parlamentares e representantes das duas empresas fizeram uma visita ao canteiro de obras da Usina Termelétrica do Itaqui, onde tiveram a oportunidade de obter informações, in loco, sobre o andamento da obra e as operações futuras.

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