Deputados criticam caos no aeroporto Cunha Machado

Deputados se revezaram na tribuna para cobrar da Infraero mais compromisso com o Maranhão e para pedir a visita in loco da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Casa.

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Viviane Menezes
Agência Assembleia
28/03/2011 00h00 - Atualizado em 28/03/2011 21h25

Deputados criticam caos no aeroporto Cunha Machado
Foto original

O caos que se abateu sobre o Aeroporto Internacional Cunha Machado, desde que foi parcialmente interditado, ganhou repercussão na tarde desta segunda-feira, 28, na Assembleia Legislativa. Deputados se revezaram na tribuna para cobrar da Infraero mais compromisso com o Maranhão e para pedir a visita in loco da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Casa. As críticas ressoaram através dos deputados Afonso Manoel (PMDB), Roberto Costa (PMDB), Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PT), Marcos Caldas (PRB), Carlos Alberto Milhomem (DEM), Zé Carlos (PT) e Neto Evangelista (PSDB). O deputado Afonso Manoel foi o primeiro a levar o assunto à tribuna e anunciou que apresentará um requerimento pedindo informações detalhadas à Infraero com relação à construtora responsável pelas obras e ao prazo para a conclusão dos serviços. “A Assembleia não pode, nesse momento, ficar de braços cruzados”, declarou, conclamando os deputados, e especialmente a comissão de Obras e Serviços Públicos da Assembleia, a empenharem esforços redobrados para cobrar ações enérgicas da Infraero. Com relação ao prazo para conclusão das obras, Afonso Manoel disse que duvidou da previsão anunciada pela imprensa, de 150 dias. Para ele, a situação caótica é motivo suficiente para exigir celeridade. “Nós temos que lamentar a falta de planejamento. A Infraero está sendo omissa, está sendo irresponsável. O superintendente não sabe da gravidade e da repercussão desse problema em todo Brasil”. VISITA IN LOCO Ao manifestar apoio à iniciativa de Afonso Manoel, o deputado Roberto Costa destacou que o aeroporto Cunha Machado é a porta de entrada para a capital maranhense. “Nós não podemos admitir que esta situação perdure muito tempo”. Roberto Costa também sugeriu que a Comissão de Obras e Serviços Públicos faça uma visita ao aeroporto para discutir a situação diretamente com a Superintendência da Infraero. O deputado Rubens Júnior lembrou que o país vive um momento pré-copa do mundo (2014), fato que pode limitar os investimentos para resolver efetivamente todos os problemas do aeroporto do Maranhão, que não é sede da copa. “Infelizmente o Maranhão ficará mais uma vez no rabo da fila”. Rubens Júnior sugeriu que a Casa também apure a responsabilidade pela deterioração de um patrimônio público. “A informação que nós tivemos é que o que causou o risco de desabamento do telhado do Aeroporto Marechal Cunha foram o mau uso e a má conservação”. NOTÍCIA NACIONAL O deputado Bira do Pindaré foi além e afirmou que a imagem atual do aeroporto Cunha Machado comunica-se com a realidade do Estado, que é de abandono e de descaso. “Ali é uma espécie de simbologia da triste realidade que a gente vive. De repente parece que está tudo desmoronando, não só o aeroporto, mas a educação, a segurança pública, as casas construídas para tentar resolver os problemas dos ribeirinhos atingidos pelas enchentes”, disse, numa referência à matéria veiculada no Jornal Nacional, semana passada, que mostrou a demolição de casas recém-construídas, no município de Trizidela do Vale. O deputado Neto Evangelista (PSDB) também lamentou o fato do Maranhão ser recorrente em questões lamentáveis, sempre que é notícia nacional. “Olha a imagem que o Brasil afora tem do Maranhão. Quando passa na imprensa nacional é apenas para lamentações, é apenas para mostrar o descaso com o dinheiro público”. TRANSTORNO “Cheguei de viagem esta noite, e ali eu pude perceber o ridículo, o desrespeito com a população e com os passageiros”, declarou o deputado Marcos Caldas. Ele narrou que ao descer da aeronave, que trazia para São Luís cerca de 200 passageiros, havia apenas um ônibus, com capacidade para 50 pessoas; os demais passageiros (150) tiveram que fazer o trajeto a pé, debaixo de chuva. “Isso é ridículo! Nós que queremos atrair turistas. Fiquei sabendo que muitas empresas já estão cancelando os seus voos”, declarou Caldas. Assim como o deputado Rubens Junior, Marcos Caldas também defendeu que seja apurada a responsabilidade pela deterioração do aeroporto. Ele destacou que, por pouco, o descaso não vitimou milhares de pessoas, visto que o teto não chegou a despencar. O deputado Carlos Alberto Milhomem elogiou a iniciativa dos deputados em cobrar medidas enérgicas, mas também cobrou uma postura da bancada federal maranhense, alegando que, até o momento, não viu ninguém se pronunciar. Para o deputado Zé Carlos, o prazo de 150 dias não é suficiente para resolver todos os problemas do aeroporto Cunha Machado, que não se resume a um problema de manutenção. Ele destacou o transtorno por que está passando diversas empresas e trabalhadores. “Como irão ficar aquelas as empresas que alugam boxes para prestar serviços? Como vão ficar seus empregados? Esperando seis, sete meses ou até talvez um ano, para que esse aeroporto tenha condições de receber seus usuários de forma digna?”, questionou.

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