Ao ser entrevistado no programa Portal da Assembleia, da TV Assembleia, na manhã nesta terça-feira (29/3), o deputado Marcelo Tavares (PSB), líder do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), acusou a existência de uma indústria das enchentes no Maranhão. Tavares revelou que apenas no ano passado o Estado recebeu quase R$ 100 milhões do Ministério da Integração Nacional para ajudar os desabrigados, mas que as casas construídas, em Trizidela do Vale, por exemplo, são de péssima qualidade e estão com paredes e pisos rachados. E que o problema se repete em outros municípios.
O líder do BPO leu dois ofícios enviados pelo Ministério da Integração Nacional, informando dos repasses feitos ao Estado, um de R$ 79,5 milhões e outros de R$ 17,5 milhões, em 2010. Marcelo Tavares levantou a suspeita de que, além do descaso político e administrativo, possa haver corrupção no gerenciamento dos recursos. Acusou ainda o Governo do Estado de tratar com descaso os desabrigados. “Além de descaso, há suspeita de corrupção, o que a Assembleia precisa apurar com rigor”, cobrou.
Marcelo Tavares falou de vários outros temas na entrevistas, entre eles a tentativa do Detran de fechar contrato com empresa de fora do Estado abrindo mão de 90 por cento dos valores cobrados, por 20 anos. O deputado do PSB classificou o contrato como “o mais imoral já feito pelo serviço público nos últimos tempos”, mas que o Detran estaria retardando a publicação do documento, por conta do parlamentar haver feito a denúncia da tribuna. “Independente da ilegalidade, esse contrato é imoral”, afirmou.
Outro assunto tratado na entrevista foi a movimentação pela criação de novos municípios, devolvendo às Assembleias a prerrogativa de legislar sobre o assunto. Só no Estado 46 propostas estão sendo preparadas. Marcelo Tavares disse ser favorável às emancipações, mas que precisam ser criteriosas, para evitar o inchaço do Estado com novos municípios.
O último tema tratado pelo parlamentar foi a proposta de reforma política, em tramitação no Congresso Nacional. Tavares disse ser a favor da reforma, com o fim da reeleição e ampliação do mandato para cinco anos para prefeitos, governadores e presidente da República, mas que os interesses de alas partidárias vão emperrar e impedir que a reforma saia do papel.
