Durante pronunciamento realizado nesta segunda-feira (4), o deputado Bira do Pindaré (PT) disse ter protocolado na Mesa Diretora uma moção de repúdio contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-SP), por falta de decoro parlamentar.
Segundo o parlamentar maranhense, recentemente em entrevista ao humorístico CQC, exibido pela Rede Bandeirantes, Bolsonaro fez declarações racistas e homofóbicas, caracterizando uma apologia cruel ao preconceito contra as categorias que são mais conhecidas pela descriminação e violência sofrida.
Somente no ano passado, informou o parlamentar, 250 pessoas foram assassinadas por serem trans ou homossexuais e outras tantas perderam o emprego porque a empresa em que trabalhavam descobriu sua opção sexual. Um exemplo importante de homofobia extrema citado foi o caso do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que recebeu ameaça de morte por defender no Congresso Nacional projetos em direito de homossexuais.
Bira do Pindaré considerou que as afirmações de Bolsonaro, em resposta previamente gravada à cantora Preta Gil e exibidas pelo CQC, registram o que ele pensa sobre os negros, uma população historicamente marginalizada pela sociedade e que construiu com força braçal a maior parte do Brasil. “Não importa qual seja a esfera, municipal, estadual ou federal, mas não podemos concordar que um parlamentar se dirija à Nação com palavras discriminatórias contra quem quer que seja. E nós que somos defensores da causa dos direitos humanos não podemos, definitivamente, nos calar diante disso.”
Além dão expediente de repúdio o parlamentar apresentou requerimento dirigido ao presidente da Câmara Federal [Marco Maia, PT-RS], para que seja instaurado procedimento em relação a Jair Bolsonaro, por quebra de decoro parlamentar.
Bira encerrou seu pronunciamento destacando a presença na galeria da Casa de um grupo de estudantes que reivindicavam uma solução célere para a greve dos professores. “Faço um apelo à governadora, que receba os professores, que negocie, que não fique com manipulação de informação e que a gente possa encontrar uma solução para esse problema. E eu já disse e repito, são mais de meio milhão de jovens que estão sendo prejudicados e nós precisamos dar uma resposta”, cobrou o parlamentar.
