Na sessão desta quarta-feira (14), o deputado Luciano Leitoa (PSB) fez, em pronunciamento, uma reflexão sobre o papel do deputado na Assembleia Legislativa. “Qual é o real papel que nós temos aqui dentro enquanto parlamentares? Qual a funcionalidade em determinados pontos da própria Assembleia?”, questionou Leitoa, explicando que abordou o assunto por conta do início do exercício do mandato e “a retirada de muitas prerrogativas: prerrogativas de discutir, de convocar...”.
Luciano Leitoa disse entender que o processo democrático no qual a maioria governista derrote a minoria oposicionista, “mas às vezes boa parte desse processo legislativo acaba penalizando o cidadão que depende das decisões das Assembleias, da aprovação de proposições”.
O deputado do PSB afirmou que o Maranhão “vive, nos últimos dias e nos últimos meses, várias situações que nos envergonham muito perante aos outros Estados Brasileiros”. Leitoa fez um apelo aos colegas de plenário para dêem “uma resposta maior para a sociedade que espera da parte dos deputados a efetivação do trabalho para o qual muitos foram eleitos”.
O deputado socialista aproveitou para contar o episódio ocorrido na Comissão de Educação, na terça-feira, logo após receber os professores estaduais em greve. “No meio da reunião que tivemos com os profissionais da educação, vi lá um relato de uma professora colocando a decepção que ela tem tido com a política, com a classe política e com os deputados”, contou. “No momento dessas discussões me senti mais uma vez um mero deputado sentado numa cadeira sem poder de decisão”, confessou.
Luciano Leitoa relatou que a rejeição da realização de audiência pública sobre a greve dos professores e a negativa para a secretária de Educação, Olga Simões, comparecer em plenário frustrou ainda mais a categoria. Em aparte, o deputado Rubens Júnior (PCdoB) concordou que O Poder Legislativo vem perdendo poderes e o Executivo tratando de diversos assuntos que eram pertinentes aos parlamentares. “Hoje, no Brasil é o Judiciário com a judicialização da política, e o Executivo com essa espécie de soberania do Executivo”, afirmou o deputado.
A deputada Cleide Coutinho (PSB), também em aparte ao colega de partido, disse que o governo do Estado, através da Secretaria de Educação, cortou o repasse para a área de saúde de Caxias, sucateando o atendimento, o que Leitoa disse está acontecendo também no hospital estadual de Timon.
O deputado Bira do Pindaré (PT) foi outro que elogiou o discurso de Luciano Leitoa. Já o deputado Tatá Milhomem (DEM) garantiu “que a Assembleia como um todo, e em particular a cada um deputado, não tem que se furtar ao debate e V.Exª está propondo um diálogo civilizado”, mas acusou uma suposta politização da greve dos professores.
Por último, Leitoa fez um apelo: “Nós, deputados, temos o maior poder praticamente que o Estado pode ter. Se cada deputado começar a fazer uma pequena parte em muitos aspectos a gente consegue mudar muita coisa que o governo tem errado. Eu acredito que essa questão do governo de poder acertar é um desejo de deputado de governo e de oposição, porque se o governo for pior, vai ser pior para todos nós que fazemos parte do Estado do Maranhão.
