Deputados denunciam situação caótica da BR-135 e cobram providências

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Jacqueline Heluy
Agência Assembleia
26/04/2011 00h00 - Atualizado em 26/04/2011 14h37

Deputados denunciam situação caótica da BR-135 e cobram providências
Foto original

A situação da BR-135 voltou a ser debatida pelos parlamentares na sessão desta terça-feira, 26, na Assembleia Legislativa. O primeiro a se manifestar foi o deputado Marcos Caldas (PRB), que não poupou críticas ao governo federal pelos problemas na rodovia. Segundo ele, a situação neste feriado foi tão crítica que uma senhora entrou em trabalho de parto e deu à luz dentro de um veículo no meio da estrada. Marcos Caldas afirmou que foi testemunha do caos na BR-135 quando se deslocou para o município de Brejo, na última quinta-feira. Disse que saiu de São Luís às 9h e gastou cerca de seis horas para conseguir chegar à localidade Entroncamento, em Itapecuru. Ele acrescentou que a maior parte do tempo passou parado nas proximidades do Campo de Perizes, “onde o caos era total”. “Idosas eram obrigadas a descer dos veículos e saltar sobre os canos do Italuís e fazer suas necessidades ali mesmo”, criticou. A situação mais grave, segundo Marcos Caldas, aconteceu com uma gestante que vinha para São Luís para dar à luz a gêmeos. Ele e outras pessoas tiveram que auxiliar no parto, conseguindo retirar apenas uma criança. “A senhora teve que vir para São Luís para ter o segundo bebê, já que o primeiro teve dentro do carro, no meio da BR”. Marcos Caldas disse não aceitar mais esta situação. “A única coisa que duplicou na BR-135 foi o número de mortes”. Ele cobra providências, afirmando que enquanto a presidente Dilma Roussef e o governo federal estão preocupados com futebol e com a Copa de 2014, pessoas estão morrendo todos os dias na BR-135. “Ninguém vê, ninguém toma providências”. Ele parabenizou o deputado federal Carlos Brandão (PSDB-MA) por trazer uma comissão do Congresso Nacional para uma vistoria na BR-135, mas disse ser desnecessária porque os números da Polícia Federal mostram o absurdo que é o trecho da rodovia de acesso à Ilha de São Luís, “sem acostamento, asfalto de péssima qualidade, buracos, cheia de água e desníveis”. De acordo com Marcos Caldas, os acidentes acontecem e a Polícia Rodoviária Federal só toma providências quando a confusão já está feita. Ao final da sua viagem, ele disse ter gasto quase dez horas para chegar em Brejo, quando normalmente a viagem demora três horas. Como medida imediata, ele sugeriu aos colegas parlamentares que, juntos, interditem a rodovia por até 24 horas, chamando assim a atenção do governo federal. “Não podemos aceitar mais essa situação, temos que tomar uma posição que repercuta em todo Brasil e estou preparado para isso”, declarou. PRONUNCIAMENTOS Ao discurso de Marcos Caldas somaram-se outros parlamentares. Gardênia Castelo (PSDB) e Jota Pinto (PR) lamentaram que uma gestante tenha sido obrigada a ter um filho no meio da estrada e concordaram com o colega para que sejam tomadas atitudes imediatas que solucionem o problema. Também da tribuna, o deputado Hélio Soares (PP) lembrou que esteve com o presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB) há cerca de 15 dias e que este garantiu que a duplicação da BR-135 seria fato consumado. De acordo com Hélio Soares, a explicação para a demora para o início das obras é a burocracia da licitação. Ele também ressaltou que há o apoio e a determinação da governadora Roseana Sarney (PMDB) para que as obras comecem o mais rápido possível. O deputado Magno Bacelar (PV) também deu a sua colaboração ao debate, lembrando que percorreu a BR-135 na última quinta-feira, quando constatou, durante a madrugada, os perigos que a rodovia oferece, com trânsito intenso de carretas pesadas e muitos buracos. Para Magno, não há dúvidas que a duplicação acontecerá, mas tem que ser feita a recuperação urgente por conta dos inúmeros buracos.

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