Preservação de babaçuais é discutida em audiência

Evento solicitado pelo deputado Bira do Pindaré (PT) reuniu, na Assembleia, quebradeiras de coco babaçu que atuam no interior do Maranhão. Elas entregaram aos parlamentares dois projetos que podem garantir a preservação das palmeiras como fontes de renda.

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Assecom/Gab.Dep.Bira do Pindaré
25/05/2011 00h00 - Atualizado em 25/05/2011 20h28

Preservação de babaçuais é discutida em audiência
Foto original

A Assembleia Legislativa do Maranhão realizou, na tarde desta quarta-feira (25), uma audiência pública no auditório Gervásio Santos (Plenarinho). O evento em defesa da preservação das palmeiras de babaçu do Maranhão foi um pedido do deputado Bira do Pindaré (PT) e contou com a participação de diversas entidades e parlamentares. Presentes na audiência, as deputados Eliziane Gama (PPS), Vianey Bringel (PMDB), Cleide Coutinho (PSB), o promotor de justiça Luis de Meio Ambiente, Luís Fernando Batista, Ciclene de Brito (Ibama), Isabel Luz (Secretaria de Meio-Ambiente), Edmilson Carneiro (Fórum Carajás), Rubens Gomes (Comissão Nacional de povos e comunidades tradicionais, Maria de Jesus (MIQCB). O deputado Rogério Cafeteira presidiu a mesa, como representante da Comissão de Meio Ambiente da ALEMA. Na oportunidade, o deputado Bira do Pindaré recebeu da coordenadora do MIQCB, Dona Djé, um caderno com dois projetos de lei elaborados pelas quebradeiras de coco. A primeira proposição visa à criação do dia estadual das quebradeiras de coco e a outra proíbe a derrubada dos babaçuais em todo o Estado. O projeto de lei do deputado Stênio Resende (PMDB), que autoriza a derrubada dos babaçuais, foi o que motivou o deputado Bira a tomar a iniciativa pela realização da audiência. “Tentamos resgatar uma emenda da ex-deputada Helena Heluy, para atenuarmos os impactos da nova lei. A Assembleia tem um histórico de leis que visam a preservação do babaçu. Em 1986, o então deputado Sálvio Dino criou a lei que proibia a derrubada da palmeira. Em 2003 e 2004, Helena continuou com essa luta. Infelizmente, em 2011 uma nova lei destoou das demais e é um prejuízo. Essa audiência vai dar encaminhamentos e poderemos legislar em defesa das quebradeiras e das comunidades”, ponderou o parlamentar. O promotor de Justiça do Meio Ambiente, Fernando Barreto, garantiu que a nova lei não pode ser menos protetiva do que é hoje. Edmilson Pinheiro, representante do Fórum Carajás, condenou a aprovação da nova lei sem a discussão com a sociedade. ”Essa lei nos deixa revoltados, principalmente porque sabemos que tudo isso provém do aquecimento imobiliário do Maranhão. O babaçu é uma economia de grande porte no Maranhão, não pode ser desprestigiado”, disse. Isabel Luz, da Secretaria de Meio Ambiente, disse que o papel do governo era ouvir a sociedade para resolver os problemas de elaboração dos projetos e elaborar novas leis. Ciclene de Brito, do IBAMA, destacou que a instituição reconhece as atividades das quebradeiras como sustentável e benéfica como um todo. Dona Margareth, Maria Adelina e Maria do Rosário, quebradeiras de coco babaçu, lembraram a luta das quebradeiras por seus direitos. “Nós pensávamos que as leis em defesa dos babaçuais já existiam, estamos decepcionadas. Quebramos coco para grandes empresas como a IOFESA e não ganhamos nada em troca, vivemos na miséria. Garantimos a preservação da fauna e da flora do Maranhão e nada nos é garantido”, protestaram as quebradeiras. Os vários produtos feitos da palmeira do babaçu são fontes de renda de todas as trabalhadoras. O fubá do babaçu é utilizado como alimento e na merenda escolar do interior do Maranhão, o sabonete e o azeite são exportados. Dona Dió agradeceu Bira pela iniciativa da audiência, reclamou da discriminação do governo do Estado, que segundo ela, não ouve e não respeita o povo. O deputado petista assegurou seu posicionamento de luta ao lado dos movimentos sociais, quebradeiras e pequenos agricultores. “Não fujo dessa batalha, farei o possível para garantir a dignidade desse povo tão sofrido do Maranhão”. Bira do Pindaré comprometeu-se em apresentar os dois projetos entregues pelas quebradeiras tanto à Comissão de Meio Ambiente da Assembleia, quanto à de Direitos Humanos.

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