Rubens Júnior diz que violência no campo envergonha o Maranhão

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Agência Assembleia
08/06/2011 00h00 - Atualizado em 08/06/2011 16h29

Rubens Júnior diz que violência no campo envergonha o Maranhão
Foto original

O deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB) declarou, na manhã desta quarta-feira (8), que a disputa pela posse da terra, com a crescente violência contra trabalhadores rurais, é motivo de vergonha para o povo do Maranhão. Discursando na tribuna, o deputado manifestou sua preocupação diante da escalada de violência contra agricultores, ribeirinhos, quilombolas e lideranças ambientalistas no Estado. “Lamentavelmente, o Maranhão foi o Estado nordestino com o maior número de assassinatos por conflitos no campo em 2010. Quatro morreram no ano passado, e ao menos 27 estão marcados para morrer, segundo os dados da Comissão Pastoral da Terra. As populações que ocupam terra há mais de uma centena de anos estão sendo expulsas, e têm casas destruídas, plantações queimadas e até água envenenada. Nenhuma das vítimas está sob proteção. Não há mandantes presos, e as apurações não andam”, protestou Rubens Júnior. Ele lembrou que, em 27 de maio deste ano, reunido com a família para festejar seus 41 anos, o lavrador Almirandi Madeira foi surpreendido com três tiros disparados por homens dentro de um carro estacionado na rua. Para o deputado, o problema das áreas quilombolas é uma das faces de um Estado marcado pela concentração fundiária, com menos de meio por cento das propriedades ocupando praticamente metade de todo o território do Estado do Maranhão. “O caso Almirandi Madeira sucede ao primo Flaviano Pinto Neto assassinado com sete tiros como líder da comunidade quilombola Charco em São Vicente de Férrer. Flaviano lutava pelo reconhecimento do Quilombo onde vivem há mais de 100 anos. Pelo assassinato de Flaviano o suposto mandante foi preso e solto em menos de 24 horas. Neste caso, o Judiciário agiu com celeridade, embora se saiba que na Comunidade do Charco há mais de 10 marcados para morrer”, afirmou o parlamentar. Ele citou também o caso do Quilombo Cruzeiro em Palmeirândia, onde o líder Catarino dos Santos Costa, de 33 anos, “que já viu tantos companheiros morrerem e agora também está na lista dos marcados para morrer”. De acordo com Rubens Júnior, entre 2009 e 2010 houve um crescimento acentuado de conflitos no Maranhão, passando de 112 para 199 casos - um aumento de 77%. Das áreas de maior conflito, 170 são comunidades quilombolas ribeirinhas ou assentamentos. “Em números o Maranhão só perde para os Estados do Pará e do Amazonas, respectivamente. A CPT denuncia a omissão dos governos e da Justiça, o padre Inaldo Serejo definiu com clareza o problema quando diz que o que está acontecendo no Maranhão é um extermínio, um genocídio, um etnocídio. E isto é uma vergonha para o Maranhão”, ressaltou Rubens Júnior.

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