Deputados destacam elevação do bumba-boi a patrimônio do Brasil

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Lenno Edroaldo / Agência Assembleia
31/08/2011 14h05

 

Os deputados Magno Bacelar (PV), Vianey Bringel (PMDB) e Jota Pinto (PR) utilizaram o pequeno expediente na sessão desta quarta-feira (31), para destacar o registro do bumba-meu-boi como Patrimônio Cultural do Brasil. Em síntese, os parlamentares disseram ser esse um importante passo para fortalecimento da cultura local.

 

O maior pronunciamento sobre o assunto foi feito pelo vice-líder de governo, Magno Bacelar. Segundo ele, a iniciativa terá reflexos diretos no setor turístico maranhense, atraindo cada vez mais pessoas interessadas em conhecer a manifestação cultural.

 

Bacelar chegou a comparar o bumba-meu-boi maranhense ao boi-bumbá do Amazonas, hoje internacionalmente conhecido. Para o deputado, o Maranhão tem potencial cultural ainda maior que a manifestação amazônica e poderá trazer inúmeros benefícios para o Estado. “Quando fui aluno de medicina estive em Parintins e conheci o festival. Houve uma divulgação nacional e hoje é uma grande festa que desenvolveu bastante aquela região. E aqui no Maranhão há a cultura do boi muito mais fortalecida do que Parintins. Com este reconhecimento pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), haverá um grande reflexo na capital e nas cidades do interior, onde o bumba-boi é uma tradição”.

 

Antes de Bacelar, Vianey Bringel já havia abordado o assunto, também elogiando o registro por parte do Iphan. “Quero parabenizar a todos os brincantes de bumba-boi do Estado do Maranhão, que está presente em todas as classes. Todos os brincantes de todas as modalidades de boi, de matraca, orquestra, zabumba estão de parabéns, bem como todos aqueles que lutaram durante esses dez anos, direta ou indiretamente, para que isso acontecesse”, afirmou a parlamentar.

 

Citando o trabalho de divulgação do bumba-meu-boi feito pelo ex-deputado José Raimundo Rodrigues e de outras pessoas, Jota Pinto disse que este reconhecimento chega em boa hora, sendo hoje a principal atração maranhense durante o período das festividades juninas. “O maior número de turistas aqui acontece exatamente no São João e a maior parte deles vem exatamente para ver o bumba-meu-boi. Por isso é importante ressaltar esse registro e o trabalho que essas várias pessoas realizaram para divulgar e difundir a brincadeira”, argumentou.

 

PARA SABER MAIS

 

A proposta de elevar o bumba-meu-boi a Patrimônio Cultural do Brasil foi apresentada ao Iphan em 2008 pela Comissão Interinstitucional de Trabalho, composta pela Superintendência Regional do Iphan e atual Superintendência do Iphan no Maranhão, Secretaria de Estado de Cultura, Fundação Municipal de Cultural, Comissão Maranhense de Folclore, Grupo de Pesquisa Religião e Cultura Popular da UFMA, representantes dos grupos de bumba meu boi dos sotaques da Baixada, Matraca, Zabumba, Costa-de-mão, Orquestra e de Bois Alternativos.

 

O bumba-meu-boi do Maranhão é uma grande celebração cultural que congrega diversos bens culturais associados, divididos entre plano expressivo, composto pelas performances dramáticas, musicais e coreográficas, e o plano material, composto pelos artesanatos, como os bordados do boi, confecção de instrumentos musicais artesanais, entre outros. Em todo seu universo, destaca-se também a riqueza das tramas e personagens.

A brincadeira do bumba-meu-boi do Maranhão reúne diversos sotaques (formas diferencias de batuques, indumentárias e dança), o que justifica a denominação de Complexo Cultural. Desta forma, se transforma em uma grande celebração tendo o boi como o centro do seu ciclo vital e o universo místico-religioso.

 

Na lista de bens imateriais brasileiros, da qual o bumba-meu-boi faz parte, já estão o Tambor de Crioula, a Festa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a Feira de Caruaru, o Frevo, o Modo Artesanal de fazer Queijo de Minas, Matrizes do Samba no Rio de Janeiro, entre outros.

 

O Conselho que avaliou os processos de tombamento e registro de bens do patrimônio cultural brasileiro é presidido pelo presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, e formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia.

 

Ao todo, são 22 conselheiros de instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da sociedade civil.

 


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