Durante a sessão ordinária desta terça-feira (27), os deputados Eduardo Braide (PMN) e César Pires (DEM) manifestaram apoio irrestrito ao movimento que reivindica maiores direitos dos surdos no Estado e a construção de uma escola bilíngüe. Ambos falaram sobre iniciativas anteriores sobre o assunto, principalmente a necessidade de que o governo federal inclua a temática no Plano Nacional de Educação.
O assunto fora tratado minutos antes em plenário pelo também parlamentar Bira do Pindaré (PT), que registrou a presença de vários militantes da causa, na galeria da Assembleia Legislativa.
Braide disse ser solidário com a reivindicação de uma escola própria [bilíngue] para melhor aprendizado de alunos surdos no Estado e que logo nos primeiros meses de seu mandato já havia abordado o assunto, através de pronunciamento que teve por objetivo sensibilizar o governo federal no sentido de melhores políticas públicas.
O deputado também ressaltou uma proposta sua em tramitação na Casa que dá preferência aos portadores de necessidades especiais, para que se matriculem em escolas da rede pública estadual próximas aos locais de suas residências ou de seus trabalhos.
“A gente sabe a dificuldade dos surdos para se deslocar até escolas longe de sua residência ou locais de trabalho, porque somente nessas escolas, são disponibilizados intérpretes para que eles possam ter o acesso à educação, que é um direito de todos. Portanto, espero que com aprovação desse projeto aqui nesta Casa, qualquer um dos surdos, dos portadores de necessidades especiais possam se matricular na escola de sua preferência”, disse o parlamentar, que também espera que estes estabelecimentos de ensino disponham de um intérprete.
“Quero que vocês contem com o nosso apoio nesta Casa, a essa luta de vocês que é uma luta justa. E uma luta que eu tenho absoluta certeza de que com ajuda de Deus e da classe política, vocês haverão de vencer e ver o quanto antes construído essa escola bilíngue. E, antes disso, que vocês possam ter o direito a preferência de estudar, na verdade, de ter acesso à educação naquele local que seja mais próximo de sua casa”, acrescentou.
César Pires, presidente da comissão interna de Educação, também se mostrou solidário à causa, afirmando que a construção da escola “não é apenas uma inclusão dos surdos, mas uma questão de ordem qualitativa”. “E para que nós possamos fazer inclusão de ordem qualitativa passa, sem sombra de dúvida, em primeiro eles poderem conhecer as suas línguas, seus valores para depois ingressar na língua pátria, na língua mãe”, disse.
O deputado solicitou aos presentes que lhe encaminhassem cópia da proposta que versa sobre escola bilíngue, para que possa fazer contribuições ou mesmo intervenha junto ao governo do Estado.
“O desejo de todos, sobretudo aqueles que entendem que um processo de inclusão pelo conhecimento é a mais perfeita, acabada e irretocável que o homem pode ter, alcancem vocês também por meio de um instrumento valioso e poderoso que é a Escola dos Surdos Bilíngue, para fazer de vocês pessoas que possam ter um caráter competitivo e uma inclusão de qualidade. Sigam em frente com o projeto de vocês, que eu tenho certeza de que a consciência dessa Casa não vai se recusar apoiá-los”, finalizou.
