Dia do Médico é lembrado na Assembleia Legislativa

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Viviane Menezes / Agência Assembleia
18/10/2011 14h43

Dia do Médico é lembrado na Assembleia Legislativa
Foto original

 

O Dia do Médico, comemorado nesta terça-feira (18 de outubro) foi lembrado na tribuna da Assembleia Legislativa pelos deputados Neto Evangelista (PSDB), Vianey Bringel (PMDB) e Magno Bacelar (PV). Vianey Bringel fez um longo discurso, esclarecendo a sociedade sobre as reais condições do sistema público de saúde, em defesa de melhores condições de trabalho para a categoria.

 

Durante os pronunciamentos dos três deputados, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), e os deputados Dr. Pádua (PP), Vianey Bringel, Antônio Pereira (DEM), Cleide Coutinho (PSB), Magno Bacelar (PV) e Stênio Rezende (PMDB), que também são médicos, foram citados na tribuna Nagib Haickel.

 

“Parabenizo todos os médicos desta Casa, pela atuação de vida, de humanidade, que oferecem no dia a dia ao exercerem seus trabalhos”, declarou Neto Evangelista, que também destacou o trabalho dos médicos que prestam serviços na Assembleia Legislativa.

 

Vianey Bringel estendeu a homenagem aos médicos do município de Santa Inês. “Mesmo diante das dificuldades, eles estão lá, lutando há muito tempo”, declarou. A deputada afirmou que exercer o ofício da medicina implica em dedicação exclusiva, porque são raros os momentos livres. “Esta categoria sempre comemora o seu dia trabalhando”, citou.

 

 “O profissional médico é o único que tem contato permanente com a vida e a morte, está presente antes, durante e após o nascimento, prolongando este cuidado por toda a vida, até a finitude”, disse Vianey Bringel.

 

Magno Bacelar fez uma homenagem ampla, lembrou os médicos que trabalham nos hospitais, nos postos de saúde e nas unidades básicas de saúde. “Aos médicos do Brasil inteiro, que vivem diariamente trabalhando, salvando vidas, nossa solidariedade”, declarou.

 

CONDIÇÕES DE TRABALHO

 

Durante seu discurso, Vianey Bringel não se limitou a parabenizar a categoria pela data, ela também chamou a atenção da sociedade para as condições de trabalho no sistema público de saúde.

 

“É importante que a sociedade tome conhecimento da realidade desses profissionais que, tanto na capital como no interior, lidam com uma demanda excessiva de pacientes, em meio a péssimas condições de trabalho, se submetem a uma elevada carga horária de serviço e ainda recebem salários vergonhosos”, declarou.

 

Segundo Vianey Bringel, o ambiente de trabalho nas emergências médicas dos hospitais públicos não parece o local onde se salvam vidas, se assemelham mais a um “campo de concentração”. “Para tudo tem fila: é fila para a consulta; para o exame; para cirurgias; para a UTI. Agora tem a fila da morte, porque nós temos que escolher qual dos pacientes vai para a UTI, porque não há vagas para todos”, lamentou.

 

Na visão de Vianey Bringel, diante de tantas precariedades, os médicos também estão na fila, aguardando vez por condições de trabalho mais dignas. Para ela, a categoria está cada vez mais sacrificada, situação que impõe uma “qualidade de vida péssima”.

 

Vianey destacou que, na busca pela estabilidade, os médicos assumem vários empregos e muitos nem usufruem dos seus direitos trabalhistas, questões que, na visão da deputada, também prejudicam a motivação profissional.

 

“O médico não tem direito a aposentadoria, a não ser que a gente pague uma previdência privada. Hoje, se eu me aposentar como médica do Estado, será com um salário mínimo”, exemplificou, lembrando que também é médica.

 

DENÚNCIA

 

Durante o pronunciamento, Vianey Bringel disse ser prática comum entre gestores municipais, para fugirem de suas responsabilidades, transmitir à população a impressão de que a culpa pela precariedade no atendimento público cabe aos médicos.

 

Na tribuna, Vianey Bringel ainda fez uma denúncia. Sem citar nomes de prefeituras, ela disse que muitos gestores não se preocupam nem em manter as ambulâncias funcionando, fato que, somado à precariedade dos hospitais, dificulta ainda mais o trabalho dos médicos quando há risco de vida. “Diz-se muito que os médicos no interior fazem a ‘ambulânciaterapia’, mas até isso está ficando difícil”, declarou.

 


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