Audiência discute atendimento a soropositivos no Maranhão

icone-whatsapp
Marcelo Vieira / Agência Assembleia
26/10/2011 09h57

Audiência discute atendimento a soropositivos no Maranhão
Foto original

 

A Comissão de Saúde da Casa realizou na tarde desta terça-feira (25) audiência pública para discutir a política estadual de atendimento às pessoas que vivem e convivem com DST/Aids com foco na precariedade do teste de genotipagem nas redes laboratoriais do Estado e do município. O debate foi proposto pela deputada Eliziane Gama (PPS) e dirigido pelo presidente da comissão, deputado Dr. Pádua (PP).

 

A demora para realização do exame de genotipagem foi o tema mais abordado do debate. De acordo com relatos dos participantes, o teste que é responsável pela qualidade e pelo prolongamento da vida do paciente soropositivo leva até 90 dias para ser agendado e de seis meses a um ano para que resultado seja entregue.

 

O teste de genotipagem é solicitado quando o paciente não está reagindo ao tratamento, sendo o exame necessário para descobrir a mutação do vírus e assim administrar um novo tratamento, mais eficaz para garantir a sobrevida do paciente.

 

De acordo com Joel Valentin, do Fórum Comunitário de Luta contra a Aids, a demora para o agendamento e para a entrega do teste (que leva até um ano) muitas chega tarde de mais para o paciente que, sem o tratamento adequando acaba indo a óbito.

 

Segundo Graziela Bastos Veiga, coordenadora municipal de DST/Aids e Hepatites Virais, a burocracia é uma das responsáveis pela demora na realização e entrega do teste. Outro ponto levantado por Graziela Bastos é a falta de um hospital de referência no Estado e falta de profissionais capacitados. “Hoje o nosso médico referência se encontra em Imperatriz, o que torna o processo ainda mais lento”.

 

O Laboratório Central do Estado dispõe de um equipamento de biologia molecular com capacidade para realizar todos os exames o que diminuiria o tempo de realização dos exames, inclusive o de genotipagem. Mas, esbarra na burocracia, já que o equipamento foi destinado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de realizar apenas exames de carga viral e CD4. Foi levantado a possibilidade da Casa encontrar uma forma de desburocratizar a utilização do equipamento junto ao Ministério da Saúde.

 

Representante do Secretaria de Estado de Saúde, Marielza Cruz Sousa, reconheceu a fragilidade do Estado no tratamento da DST/Aids e a demora para o realização do teste de genotipagem. Ela tentou minimizar a culpa do Estado ao afirmar “que a rede da saúde é grande e que a responsabilidade é de todos nós”.

 

Temos mil fragilidades, a falta de médicos é uma delas, não tem médico. E o teste de genotipagem precisa de um protocolo, o que não justifica a demora, mas toda essa fragilidade dificulta muito o processo”, disse Marielza. 

 

Para os deputados Dr. Pádua e Eliziane Gama a audiência foi bastante produtiva. Eles informaram que serão realizadas mais duas reuniões, a primeira acontece dia 27. “Após essas reuniões serão apresentados soluções que serão levados ao órgãos competentes com o objetivo de minimizar esses problemas”, disse Dr. Pádua.

 

Participaram da audiência: Marielsa Cruz Sousa (Secretaria de Saúde do Estado), Ane Graziela Bastos Veiga, coordenadora municipal de DST/Aids e Hepatites Virais (Secretaria Municipal de Saúde); Joel Valentin do Fórum Comunitário de Luta contra a Aids; Jadilson Neto, coordenador da rede nacional de adolescentes e jovens vivendo com HIV, além dos deputados André Fufuca (PSD), Vianey Bringel (PMDB), Valéria Macedo (PDT), Bira do Pindaré (PT) e Cleide Coutinho (PSB) e ex-deputada Helena Barros Heluy.

 

Números da Aids no Maranhão

 

De acordo com levantamentos de 2009, o Maranhão tem 2.344 de pessoas com Aids, mais a projeção é que cerca de 10 mil pessoas sejam portadores do vírus HIV. São registrados media de 150 casos por mês em todo Estado.

 

A maior incidência está entre os adolescentes. Aumentou também a incidência de casos entre mulheres, homoSsexuais e idosos. No caso dos idosos são pessoas que foram contaminadas entre 40 anos e 50 anos e que só na terceira idade apresentaram os sintomas.

 

 


Banner