A presidente da Comissão de Direitos Humanos e das Minorias, deputada Eliziane Gama (PPS) lamentou na manhã desta quarta-feira (26), a precariedade no atendimento às pessoas que vivem com DST/Aids no Maranhão. Na tribuna a parlamentar destacou a realização da audiência que tratou sobre o assunto e teve como objetivo discutir a demora do teste de genotipagem nas redes laboratoriais do Estado e do município de São Luís.
“A audiência foi muito importante e uma das mais representativas desta Casa, por que foi apresentado um retrato da situação degradante e desumana que essas pessoas estão vivendo no Maranhão”, destacou.
A deputada lamentou a demora na realização do exame de genotipagem na rede pública estadual e municipal e explicou que o teste é solicitado quando o paciente não esta reagindo ao tratamento e é fundamental para administração de nova medicação, desta forma, é fundamental para a manutenção da vida. Eliziane informou que além da emissão dos laudos dos exames de alta complexidade demorar, há um prazo de 90 dias para que o exame seja realizado em São Luis.
“Os exames de alta complexidade são vitais para que o paciente possa mudar a medicação, pois a medicação que ele está tomando passa a não ter nenhum efeito. A situação é preocupante, por que se ele não mudar os medicamentos pode vir a óbito”, esclareceu.
De acordo com a parlamentar, somente em São Luís há mais de duas mil pessoas que vivem com Aids e mais de dez mil portadoras do vírus que ainda não desenvolveram a doença. Ela denunciou que o hospital Getúlio Vargas, referência no atendimento a pessoas que vivem com Aids, não está realizando o atendimento.
“O Hospital Getúlio Vargas é referência para o atendimento a estas pessoas, além de estar em reforma, não está atendendo, ou seja, a ação do Estado deveria ser uma ação forte para atender estas pessoas, porém isto não está acontecendo”, denunciou.
Eliziane Gama destacou ainda a preocupação com a situação e informou que foi criada uma Comissão com a participação do Ministério Público para realizar reuniões para discutir o problema e apresentar propostas ao governo do Estado.
“Criamos uma Comissão para que venhamos realizar reuniões e pedir ao Estado, primeiramente a desburocratização do sistema de emissão dos laudos, para que eles sejam emitidos de forma mais rápida e também termos mais infectologistas. Essa Comissão que foi criada para que venhamos resolver de forma emergencial este problema, porque saúde não pode esperar”, finalizou.
Números da Aids no Maranhão
Levantamentos feito no ano de 2009 apontam que o Maranhão tem 2.344 pessoas com Aids, porém a projeção é que mais de 10 mil sejam portadoras de vírus HIV, uma média de 150 casos por mês em todo Estado. Segundo dados, a maior incidência está entre os adolescentes, mas houve aumento no número de casos entre mulheres, homossexuais e idosos.
