Deputados apelam para que governo evite confronto entre militares

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Cunha Santos/Agência Assembleia
22/11/2011 16h13

 

 

 

Os deputados Luciano Leitoa (PSB) e Bira do Pindaré (PT) ocuparam a tribuna da Assembleia na manhã desta terça-feira (22) para externar preocupação com os rumos que pode tomar o movimento dos servidores militares do Estado do Maranhão. Luciano e Bira do Pindaré insistem que o conflito entre governo e militares seja resolvido de forma pacífica.

 

O deputado Luciano Leitoa lembrou a reunião doa dia 8 de novembro entre representantes de segmentos organizados dos policiais militares, na sala da Presidência da Assembleia, com a presença do presidente Arnaldo Melo e outros deputados. Contou que na reunião o deputado líder do Governo, Manoel Ribeiro (PTB), garantiu que não haveria perseguição aos PMs envolvidos com o movimento.

 

Com base nos acontecimentos dessa reunião, refez o apelo aos deputados da base governista no sentido de que a questão seja tratada com muita responsabilidade pela Assembleia porque, em suas palavras, é muito grande a preocupação com o que pode vir a acontecer. “Eu tenho certeza de que o deputado Zé Carlos, (presidente da Comissão de Segurança) tem feito o seu papel na intermediação desse conflito”, afirmou.

 

O deputado disse estar à espera de que, de hoje para amanhã, saia um encaminhamento que evite o pior para a sociedade e para o governo. “Acredito que o entendimento continue sendo o melhor caminho a ser seguido”, reforçou. Luciano Leitoa entende que é do interesse da Assembleia, dos deputados, encontrar uma solução capaz de dirimir o conflito.

 

Ele leu nos blogs e nos jornais notícias sobre a presença da Força Nacional de Segurança no Maranhão, além de outras forças do governo e disse ter a certeza de que isso poderia ter sido evitado e ainda pode ter um desdobramento bem melhor do que está previsto. “A responsabilidade dessa Casa é muito grande na intermediação desse conflito”, assegurou.

 

Leitoa acha que a Assembleia precisa esclarecer se estão havendo perseguições aos militares que participaram do movimento do dia 8, pois no seu entendimento se isso for verdade pode dificultar muito as negociações. “Não sabemos como isso pode acabar, mas o fato é que não será positivo nem para a sociedade nem para o governo”, disse defendendo, em seguida, que a intenção dos militares é apenas assegurar direitos. “Direitos desses homens que trabalham dia e noite para que este seja um Estado mais seguro”. “Para tanto, é preciso que o próprio Estado reconheça esses profissionais e a importância que eles têm, acrescentou”.

 

Afirmando que “estão mexendo em casa de marimbondos”, o deputado Bira do Pindaré defendeu que os servidores militares, desde o início do movimento, têm sido extremamente pacientes, flexíveis, disciplinados e transparentes. Para o parlamentar, a postura dos policiais é elogiável por todos, pois eles concederam os prazos que lhes foram solicitados, sem exceção. “E a resposta não pode ser essa de trazer a Força Nacional. Eu acho isso um equívoco porque nós estamos, na verdade, testemunhando a constituição de um campo de guerra”, lamentou.

 

Bira entende que o governo deve dar conseqüência à intermediação feita pela Assembléia, à negociação ali acontecida, inclusive com a presença do presidente Arnaldo Melo. E lamentou que o deputado líder do governo, Manoel Ribeiro, tenha empenhado sua palavra e depois de tudo, ao invés de se ter uma resposta para ser negociada com os servidores militares é anunciada a presença da Força Nacional no Maranhão. Bira acha que a presença de 200 ou 300 homens da Força Nacional não vai resolver o problema da segurança no Estado se esses servidores realmente paralisarem suas atividades como estão anunciando.

 

Alertou, também, que a Força Nacional tem um custo altíssimo e nós sabemos quem vai pagar a conta. Em seguida, perguntou: Quanto custa a manutenção de 200 ou 300 homens aqui em diárias, transportes, hospedagem, deslocamento? Não seria mais fácil apresentar uma proposta aos servidores militares? “E ainda dizem que estão querendo colocar lenha na fogueira. Não. Quem está colocando gasolina na fogueira é quem está trazendo a Força Nacional para o Maranhão”, disparou.

 

Bira participou, na segunda-feira, de reunião comandada pelo deputado Zé Carlos, presidente da Comissão de Segurança da Assembléia, com as lideranças dos militares e, segundo revelou, o sentimento deles é de uma profunda indignação e as conseqüências são imprevisíveis. Em seguida, apelou que o governo apresente, de imediato, uma proposta que evite esse confronto altamente prejudicial para a população maranhense que, no dizer do deputado, não conta com um Sistema de Segurança eficiente.

 

 “Agora, imaginem sem a polícia; imaginem um, dois, vários dias sem a polícia”, reforçou. Segundo Bira, vai ser um deus nos acuda, um drama. Ele frisou, inclusive, que este é um filme que já se assistiu no Rio de Janeiro e todo mundo soube das conseqüências. “Vai ser a mesma coisa aqui no Maranhão”, vaticinou. Finalizando, o deputado afirmou que essa é a crônica de uma tragédia anunciada. 

 


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