A história do parlamento deve ser escrita sob a perspectiva do aprimoramento, independente das divergências partidárias que coabitam no plenário da Assembleia Legislativa. A avaliação é do deputado César Pires (DEM), em reação às discussões travadas pelas lideranças da Oposição e do governo na sessão plenária desta quarta-feira (23). “É preciso que o nosso comportamento venha espelhar, na verdade, o comportamento maior dessa Casa”, recomendou.
César Pires avaliou positivamente a existência de divergências políticas, desde que elas não percam o foco sobre a verdadeira função do Parlamento, cristalizada principalmente na fiscalização dos atos do Poder Executivo e na elaboração de leis indispensáveis para o desenvolvimento do Estado.
Na visão de César Pires, os deputados devem ser livres para manifestarem suas opiniões, prerrogativa que só realça o estado de democracia em que se vive. Ele disse que um deputado governista também deve adotar postura crítica e até discordar de pontos de vista do seu grupo político. “Não há equívoco nisso”, comentou.
Para ilustrar o quanto as agressões infundadas são vazias, César Pires citou vultos iluminados do período Greco-Romano. “Os ossos de Adam Smith, de Cícero, ou mesmo de Júlio César, se ainda existirem, ou suas almas, devem estar em rebuliço, pelo comportamento que vi nesta Casa”.
Durante o pronunciamento, ele recordou ainda que durante o seu primeiro mandato de deputado estadual (2007-2010) assumiu a liderança da oposição no governo de José Reinaldo Tavares. “Travei uma luta sem trégua, sem trincheira, contra aqueles que conviveram junto conosco no mesmo seio, no mesmo ninho político. Não foi fácil. Entretanto, nunca me apropriei de situações vexatórias que pudessem macular a imagem desta Casa”, declarou.
Num gesto de respeito ao posicionamento do líder da Oposição, deputado Marcelo Tavares (PSB), César deixou uma mensagem: “continuaremos de lados opostos nas nossas missões, mas traga dentro do seu coração e dentro do seu conhecimento a certeza de que jamais me utilizarei de situações que possam agredir a vida humana, especialmente na sua construção como família. Continue no seu caminho”.
Por fim, ele fez um apelo ao parlamento: “que essa Casa continue a se respeitar, porque se nós mesmos não nos respeitarmos, fiquem certos que não é a sociedade maranhense que vai nos respeitar”.
