Bira responsabiliza governo por iminente aquartelamento militar

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Assecom/Gab. do dep. Bira do Pindaré
23/11/2011 18h19

“Acredito que é preciso fazer todo esforço, sobretudo das lideranças que são ligadas ao governo para encontrar uma solução. Não interessa para nós o confronto, não interessa que a população amanhã ou depois amanheça sem garantia de segurança pública. Não interessa para nós o que pode acontecer a partir do dia de amanhã se não houver uma resposta concreta por parte do governo, e não adianta a gente vim para essa tribuna tentar confundir a opinião”, declarou o deputado estadual Bira do Pindaré (PT), em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (23), em alusão à manifestação dos policiais militares.

 

O parlamentar relatou que a luta dos servidores militares do Estado do Maranhão tem sido acompanhada desde o início. Disse também que é testemunha da postura exemplar adotada por eles, marcada pela disciplina, compreensão, tolerância, paciência, respeito e perseverança, concedendo prazos.



“Convocar a força nacional, propaganda intimidatória, truculência, ameaça de retaliação, ‘gasolina na fogueira’ (inflamar a situação), foram as respostas do governo estadual ao comportamento pacífico dos militares. Sabemos que a Assembleia cumpriu seu papel naquilo que podia, mas infelizmente não está havendo resposta. Até o vice-governador fez o que pôde para tentar resolver a situação, mas parece que de fato querem é medir forças, querem dobrar no espinhaço. Caso o governo insista nessa estratégia, vai sofrer a maior derrota que já teve até esse momento, porque a população não vai se calar e vai saber discernir”, destacou Bira.

 

O deputado apelou a todas as autoridades que encontrem uma solução para os servidores de segurança pública do Maranhão, pois eles merecem respeito e dignidade. “Espero que o dia de hoje se estique o máximo possível para que o governo apresente uma proposta e resolva a situação dos servidores militares”, comentou.

 

Bira reforçou a importância de resolver o problema dos militares do Maranhão, e pedir ao governo para que resolva com o máximo de urgência a situação destes servidores.

 

“No Rio de Janeiro, só os bombeiros aquartelaram, sem a polícia militar. Tomaram uma medida que é considerada em geral, radical; e a população ficou do lado dos bombeiros, não adiantou o governador Cabral anunciar as medidas mais severas (retaliação) aos servidores daquele Estado, pois a população sabia que os bombeiros tinham razão”, avaliou.

 

Segundo o parlamentar, o que vai resolver a situação dos militares é uma proposta concreta, que contemple os servidores. Porém, da maneira como está, a população será a maior prejudicada. Bira lembrou, ainda, que para resolver a situação dos professores foram necessários 78 dias de greve, de negociações, e eles não tiveram todos os objetivos contemplados.

 

Bira destacou também que os militares, diferente de qualquer outra classe trabalhadora, não podem ter sindicato, o que agrava ainda mais a situação com  relação às manifestações. Para o petista, o que as autoridades têm que entender é que, militares ou não, são cidadãos como qualquer brasileiro; o trabalho deles é um trabalho livre e, acima de tudo, eles têm direito à livre expressão; direito que é assegurado pela Constituição Federal e Estadual.

 

O petista informou do compromisso que assumiu com os militares, sendo hoje representante incondicional da categoria. Esclareceu ainda que não adianta a intimidação política, pois não tem nenhuma relação favorável ao governo. E reconheceu o esforço, a paciência e a dignidade com que os militares vêm guiando essa situação, que é, para o deputado, o sinal da soberania destes servidores.

 

Citando o poeta Cesar Teixeira, “quem nos ajudará a não ser a própria gente”,  Bira agradeceu o esforço de todos que contribuíram na luta dos militares e solicitou que o governo resolva a situação deles.

 

“Espero que até o final deste dia se apresente uma proposta, que o governo tenha sensibilidade para isso, que a gente evite o confronto. Eles não querem guerra, quem está querendo a guerra é o governo, porque foi o governo que trouxe a Força Nacional, foi o governo que pediu prazo e não apresentou uma proposta. Então não podemos realmente concordar com essa situação. Insisto, peço que cada um aqui possa fazer o que é possível, o que está ao seu alcance para que até ao final deste dia a gente tenha uma proposta concreta e a gente evite uma tragédia maior”, expôs.

 

O petista finalizou afirmando que os maranhenses não merecem viver nesse impasse, pois a criminalidade está à solta e o aparato policial é deficitário, situação que, sem a atuação da polícia, será bem pior. “Precisamos de uma solução. Este é o grito da população maranhense, é o clamor da nossa gente. Espero que cada um aqui coloque a mão na consciência e faça alguma coisa para evitar um prejuízo maior à população”, concluiu.


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