O deputado Hélio Soares (PP) apresentou, nesta segunda-feira (5), requerimento solicitando que o Governo do Estado, Ministério Público Federal e a Polícia Federal adotem as medidas necessárias, junto à mineradora Vale, com o objetivo identificar os reais danos ambientais que podem estar sendo causados devido a rachadura do casco de um navio ancorado no Porto da Ponta da Madeira, na capital São Luís.
O navio sul-coreano, da empresa STX Pan Ocean, alugado pela Vale, apresentou no último domingo uma rachadura no casco, o que estaria causando a entrada de água no lastro do Vale Beijing, uma das maiores embarcações do mundo. Assim, há risco do navio naufragar, levando todo o minério de ferro que carrega para o mar. Como a embarcação está atracada no píer 1 do Porto da Ponta da Madeira — que a empresa mantém em São Luís — o terminal está parado, prejudicando o escoamento da produção da Vale.
“A situação se mostra extremamente perigosa. Se por acaso este navio vier a naufragar, todo minério de ferro, algo em torno de 230 toneladas, será jogado no mar, o que causará um desastre ambiental de proporções imensas. O Governo do Estado, através da sua Secretaria de Meio Ambiente, tem que enviar técnicos ao local e cobrar explicações da Vale, que é a dona do terminal onde a embarcação está ancorada. Também peço, através do requerimento, que o Ministério Público e até a Polícia Federal tomem providências”, afirmou Soares.
O deputado pediu aos colegas de parlamento que aprovem o requerimento de sua autoria e que também cobrem providências no sentido de evitar o que ele classificou de uma “catástrofe ambiental”.
Segundo informações divulgadas na imprensa, desde às 4h de domingo, há vários navios bombeando água do Vale Beijing, com capacidade para carregar 400 mil toneladas de minério. O objetivo é tirar a água do lastro — que está em nível bem acima do normal por causa da rachadura — para reduzir o risco de o navio desequilibrar e afundar.
Embora fique localizado ao lado dos terminais privados da Vale, o Porto de Itaqui, administrado pelo Governo do Estado, está funcionando normalmente. Por seus portos particulares no Maranhão, a mineradora escoa principalmente minério de Carajás.
O graneleiro que está com problemas é um dos maiores do mundo, comparável ao M/S Berge Stahl, norueguês que pode carregar 420 mil toneladas.
